quarta-feira, 23 de abril de 2014

O Benfica a caminho de si próprio


Apenas 3 dias depois do título, parece que tudo já foi dito, escrito e visto. A mim, não me parece. De tudo o que li, vi e ouvi, retive, entre milhões de palavras ditas e escritas, uma frase, uma simples frase, que diz tudo. "O Benfica está a caminho de si próprio".
A autoria é de Leonor Pinhão, no jornal "A Bola". A síntese de tudo o que aconteceu é perfeita. É de uma inspiração luminosa. O Benfica a caminho de si próprio... Nem mais. Não sei quantos estiveram no Marquês, nem quantos saíram à rua em Portugal e no Mundo das comunidades portuguesas. Nem me interessa.
Não precisava desta prova de força, de gigantesca demonstração de alma e de mística para saber o que sempre soube, não há em Portugal, quiça no Mundo, referência desportiva mais apaixonante do que o Benfica.
Algures nos festejos, uma tarja dizia: "Uma instituição tão grande para um país tão pequeno". Penso interpretar bem o autor da frase se disser que ele não se está a referir ao tamanho físico, mas ao tamanho da determinação, da coragem, da vontade, do trabalho, da dedicação, da mística, da glória.
Nisso, o Benfica é um gigante sem paralelo. E para aqueles milhões e milhões de portugueses para quem os dias, as semanas, os meses são de chumbo, a alegria incomensurável de festejar este título é um acrescido regozijo para quem sabe que o Benfica pode, às vezes, não ganhar. Mas nunca perde...

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Elogios sem medo

A displicência com que a maior parte das vezes são feitos elogios ao Presidente do Benfica causa-me arrepios de incómodo. Nos jornais e nas televisões, comentadores e jornalistas mais ou menos encartados escrevem e fazem elogios a Luís Filipe Vieira, face à época que a equipa de futebol do Benfica, que me parecem tímidos e envergonhados.
Pelo contrário, Vieira merece os maiores elogios de toda a Nação benfiquista. O Presidente do Benfica merece que ninguém se demita de o elogiar em público de uma maneira clara e reconhecida. Não só por causa de equipa de futebol sénior, mas também do que os jovens da formação estão a obter, mas também por causa do que as modalidades estão a conseguir, mas também por causa do sucesso que é a Benfica TV, etc., etc. etc.
Não bastam elogios envergonhados, é preciso que quem fala e escreve no espaço público, seja em jornais, em televisões ou em blogs e nas redes sociais, seja benfiquista ou não, afirme sem medo das palavras que sem Luís Filipe Vieira o Benfica estaria condenado a uma existência mediana, humilhante para a sua História.
Esse é o trabalho de Vieira, que não o seu legado. O seu legado está longe de ser apurado e de ser avaliado no âmbito de toda a História do Benfica - 110 anos.
Escrevo-o há muito tempo e mantenho essa coerência: Luís Filipe Vieira é, provavelmente, o melhor Presidente da História do Benfica. Ganhe uma prova europeia de futebol, como pode acontecer já este ano na Liga Europa, e o "provavelmente" cai por terra. E, como estou em crer, isso acontecer, mais tarde ou mais cedo, bem podem começar a organizar concursos de ideias para perpetuar o nome do actual Presidente do Benfica. 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Consagração de um gestor desportivo


Na véspera do Benfica alcançar as meias-finais da Liga Europa e a 4 dias de jogar em Aveiro, contra o Arouca, a sua 1ª final rumo ao título, é altura de colocar os pontos nos is. Faço-o agora porque, se é verdade que estamos quase lá, também é verdade que quando a festa se concretizar vão ser muitos a atirar os foguetes.
A questão é esta: quem acreditava, no início da época (já lá vão quase 10 meses) que Jorge Jesus iria levar a equipa a este desempenho? Muito poucos ou, se calhar, ninguém. Ninguém? Minto.
Naquela tarde de calor de 26 de maio, quando no final da Taça de Portugal entre o Benfica e o Vitória de Guimarães, Cardozo teve uma atitude irreflectida para com Jorge Jesus, apenas uma pessoa, naquele mar vermelho lavado em desespero, teve nervos de aço: Luís Filipe Vieira.
Era fácil ao Presidente do Benfica, face ao descalabro da época e ao desaguisado público entre Cardozo e Jorge Jesus optar pelo caminho mais fácil e, das duas uma: ou despedir Jorge Jesus ou afastar Óscar Cardozo, através de uma transferência para o estrangeiro.
A primeira opção era aquela que a esmagadora maioria dos benfiquistas queria: a cabeça de Jorge Jesus. Hoje está provado que mantendo Jorge Jesus e gerindo com grande sabedoria a situação de Óscar Cardozo, Vieira salvou a época 2013/2014 do Benfica e deve ser hoje considerado o principal responsável por esta época que, tudo indica, será histórica.
No final daquela tarde no Estádio Nacional, a 26 de maio de 2013, na tribuna do Jamor, Luís Filipe Vieira era um homem abatido e reflexivo, mas nunca desesperado. Ele sabia que tinha assistido a um final de época de pesadelo, mas tinha de manter a serenidade.
Milhões de benfiquistas anónimos, comentadores encartados e jornalistas de serviço pediam a cabeça de Jesus, mas Vieira nunca esqueceu a decisão tomada em relação a Fernando Santos. Um homem que toma milhares de decisões diárias está sujeito a alguns erros, mas para Vieira os erros servem para nunca mais se cometerem.
Jesus ficou. E quanto a Cardozo, Vieira nunca se deixou influenciar pelas pressões dos jornais sobre o “timing” para resolver a situação do paraguaio. O certo é que Tacuara, apesar das lesões, está bem e recomenda-se, como o provou contra o Rio Ave. Luís Filipe Vieira, que todos gabam como um grande gestor financeiro, provou que também é um grande gestor desportivo.
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