segunda-feira, 31 de março de 2014

Benfica "italiano"


O Benfica deu ontem em Braga um passo decisivo para o título de campeão (0-1). O jogo foi paradigmático do que tem sido o Benfica desta época, no plano táctico e mental. Há muitas jornadas que tenho ouvido as mais inusitadas opiniões sobre a forma como agora joga o Benfica: pragmático, controlador, uma espécie de tiki taka à moda nacional, eficaz na gestão do esforço, etc.
Mas ainda ninguém disse o essencial: este Benfica joga à italiana (lembrem-se de Trapattoni). É um Benfica cínico e frio, cerebral e calculista. O mais curioso é que Jorge Jesus, um apaixonado da escola holandesa, e isso viu-se nos anos anteriores, com as cavalgadas em direcção à baliza contrária, foi inteligente o suficiente para ter feito uma alteração de monta na sua forma de pensar o jogo.
O Benfica deixou de jogar à holandesa e passou a jogar à italiana. É menos belo e atraente mas é mais eficaz e com maiores probabilidades de sucesso interno e externo. A interrogação que agora se coloca é se Jorge Jesus na próxima época vai regressar ao velho e belo estilo holandês, onde o futebol é uma cavalgada atacante cheio de notas artísticas, tão do seu agrado; ou vai manter este futebol feio, chato mas de uma eficácia demolidora. Eu cá por mim já decidi: prefiro o horrível futebol à italiana mas repleto de títulos, do que o belo futebol holandês mas com grandes probabilidades de morrer na praia.

sexta-feira, 28 de março de 2014

O complexo de inferioridade do fcporto

O fcporto - Benfica da passada quarta-feira tem muito que se lhe diga. Dentro e fora do relvado. Dentro, a rotatividade de Jorge Jesus não merece reparos. Jogadores como Cardozo, Suleimani, Salvio, Ruben Amorim ou Sílvio (mesmo Artur), não são primeirissimas escolhas e, por isso, necessitam de jogos e minutos.
Podem sempre dizer-me: mas contra o fcporto!? Não vejo porque não. A meia-final é a duas mãos. O jogo foi fraco. Está tudo em aberto para a Luz. Tenho, aliás, uma tese em que defendo, já há muito tempo, o complexo de inferioridade do fcporto (e do sporting) em relação ao Benfica.
Dois exemplos desse complexo de inferioridade são os cânticos insultuosos contra o Benfica que os adeptos portistas utilizam para festejarem as suas vitórias ou para se fazerem ouvir em jogos onde nem sequer o Benfica participar e o espaço nobre que foi destinado a kelvin no museu do fcporto.
O jogo de quarta-feira foi mais um flagrante exemplo desta inferioridade. O Benfica geriu o plantel de acordo com o seu calendário, o fcporto com um jogo complicado na Madeira contra o Nacional (quando ainda ambiciona alcançar o sporting) e logo a seguir contra o Sevilha para os quartos de final de Liga Europa, apostou tudo contra o Benfica. Porquê? Porque era o ... Benfica!
Os que defendem que o Benfica devia ter entrado na máxima força para, de uma vez, subjugar o fcporto em sua casa, quando, aparentemente, este está mais fragilizado, desconhecem a natureza do Benfica.
O fcporto (e o sporting), pelo contrário, apostam todas as fichas no(s) jogo(s) contra o Benfica. Então se a época está má, a vitória sobre o Glorioso vale bem uma missa. No Benfica sempre se pensou mais alto e mais longe.
O Benfica entra para ganhar em todos os jogos e encara todos os adversários por igual. Quem aposta uma época no jogo contra o Benfica são o sporting e o fcporto. Para esses sim, a vitória sobre o Benfica vale bem uma época. É o tal complexo de inferioridade.
Fora do campo, a rábula dos abraços entre Pinto da Costa e Jorge Jesus é risível. Aliás, eu que até nem sou supersticioso, vejo nisto um sinal premonitório. A última vez em que PC e JJ se cruzaram e se cumprimentaram com agrado (como foi noticiado) foi em 2009/2010, na primeira época de JJ no Benfica. Na ocasião, ia a época a meio, estavam ambos a assistir a uma palestra de Manuel Sérgio. O resultado final foi: Benfica campeão!

segunda-feira, 24 de março de 2014

Jesus e a resposta a este blog

Jorge Jesus, involutária ou voluntariamente, resolveu responder a um post colocado neste blog na passada sexta-feira.
O treinador do Benfica disse, na antevisão do jogo com a Académica, (ontem, vitória por 3 - 0), que não tinha sido a ausência de Fejsa contra o Nacional e o Tottenham, a responsável pelo Benfica ter sofrido 4 golos nesses 2 jogos, quando nos 10 ou 11 anteriores tinha sofrido apenas 1.
Jesus disse que era o modelo defensivo, a sua ideia de jogo, que era responsável pela coesão defensiva do Benfica. No meu texto, tinha defendido que Fejsa era muito importante e dava como exemplo a sua ausência em jogos em que o Benfica tinha sofrido mais golos do que na dezena de jogos anteriores. Coincidência? Talvez.
Eu julgo que consigo interpretar as palavras de Jesus. E concordo com ele. Não é a ausência de um jogador que faz abalar o castelo quase inexpugnável de uma equipa. A consistência defensiva de uma equipa é trabalho do seu treinador. Nenhuma dúvida.
Mas, será que Fejsa não interpreta melhor o modelo defensivo construído por Jorge Jesus do que qualquer outro jogador do plantel, Rúben Amorim incluído? Eu acho que sim, e o jogo de ontem contra a Académica veio prová-lo mais uma vez.

sexta-feira, 21 de março de 2014

A importância de Fejsa

Nos últimos dois jogos, Nacional para a Liga e Tottenham, ontem na Luz, para a Liga Europa, o Benfica sofreu 4 golos, quando nos últimos 11 ou 12 tinha sofrido apenas 1 (tirando, obviamente, o jogo em White Park Lane, em que sofremos 1 golo de livre). A explicação na está na rotatividade que Jorge Jesus tem vindo a fazer, tendo em conta o exigente calendário de jogos e sempre com vista privilegiada para o título.
A explicação também não está na maior exigência dos adversários. O Nacional é uma das melhores equipas portuguesas, jogava em casa, e o Tottenham é uma das melhores equipas inglesas, o que quer dizer, sempre de tracção à frente.
A explicação também não está no abaixamento de forma dos homens mais recuados. A dupla de centrais, Luisão e Garay, até está a revelar-se, também, de uma enorme eficácia ofensiva, e Sílvio, tanto à esquerda como à direita, tem cumprido bem; Maxi e Siqueira são valores seguros.
Então, onde está a explicação. Simples: na ausência de Fejsa. O sérvio, um jogador pouco mediático, tem vindo a fazer o seu caminho, um caminho de empenhamento, profissionalismo, rigor e muita competência. Se Matic fez esquecer Javi Garcia, estou certo que Fejsa, mais semana menos semana, fará esquecer Matic. E para o que resta de temporada, Fejsa vai ser essencial. Vão por mim!

quarta-feira, 12 de março de 2014

Qual o "crime" de Mário Figueiredo?

Na passada semana, Fátima (sim, Fátima!!!) juntou os presidentes dos clubes de futebol profissional. A ideia, segundo me pareceu, era discutir questões para reformar o futebol português, dar-lhe mais credibilidade e transparência.
Mas depressa descambou numa tentativa de golpe de estado para destituir o presidente da Liga, Mário Figueiredo. No final da reunião, que eu saiba, não houve comunicado oficial, nem se percebeu muito bem o que lá se passou.
O que eu sei, porque vi e ouvi, foi que o Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, se veio embora antes da reunião terminar, e disse aos jornalistas que "não valia a pena falar do que se tinha passado lá dentro (na reunião)".
Luís Filipe Vieira foi certeiro e tem toda a razão. Mais, Vieira fez muito bem em ter abandonado o local, porque, como diz o povo, "quem não se sente não é filho de boa gente" e "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és". No dia seguinte, com os relatos vindos na comunicação social, mais valor tiveram as palavras de Luís Filipe Vieira.
E aqui, cabe-me perguntar: o que fez Mário Figueiredo, presidente da Liga, de tão criminoso para esta sanha persecutória contra ele da parte de alguns clubes? Não conheço pessoalmente Mário Figueiredo, nunca falei com ele, nem sabia da sua existência antes de ser candidato à liderança da Liga. Apenas sou amigo do João Tocha, o seu assessor para a comunicação, e nesta área, Mário Figueiredo está bem acompanhado por um profissional competente e exemplar.
Fico sempre de pé atrás quando alguns clubes, nomeadamente a Norte, atacam de forma feroz e brutal alguém. Para mim, é sinal de que esse alguém está a mexer com interesses instalados e com cumplicidades que mantiveram o futebol português arredado da verdade desportiva nas últimas décadas.
Não conheço em pormenor o trabalho que Mário Figueiredo está a desenvolver, mas não deve estar a fazer tudo mal e, de certeza, está a fazer muitas coisas bem feitas. Reformar o futebol português é uma tarefa difícil e impossível de fazer contra os clubes, principalmente os grandes clubes.
Mas é tempo de virar esta página. Luís Filipe Vieira começou este combate há vários anos, com resultados palpáveis, e não tem desistido de ver a verdade desportiva completamente implementada no futebol português. Mário Figueiredo pode ser um bom soldado nesta guerra. E só por isso tem a minha simpatia...

terça-feira, 4 de março de 2014

Parvos é que não somos


Relembremos. Na jornada 1, depois de um jogo miserável na Madeira contra o Marítimo, e com o resultado em 2-1, penálti claro sobre Lima no último minuto, não marcado.
Jornada 3, em Alvalade. Golo do sporting em fora-de-jogo e um penálti claro sobre Cardozo (garrote de Maurício), lembram-se?
Jornada 6, contra o Belenenses na Luz. O golo do Belém é um fora-de-jogo escandaloso. E ficaram no bolso do árbitro mais 2 pontos que deviam ser nossos.
Jornada 12, contra o Arouca na Luz. Um empate num jogo miserável, mas mais um penálti para marcar a nosso favor.
Jornada 17, contra o Gil em Barcelos. Uma expulsão forçada de Siqueira e uma expulsão perdoada a um jogador do Gil Vicente. Mais 2 pontos a voar (apesar do penálti a nosso favor ter sido também forçado, mas o falhanço equilibrou as coisas).
E agora, Belém. Um jogo em que dominamos totalmente o Belenenses no Restelo. Os azuis, que eu me lembre, apenas fizeram um remate com a direcção da baliza - o que entrou mas não foi validado (bem invalidado, digo eu, porque claramente Fredy perturbou a acção de Oblak).
E eis que cai o Carmo e a Trindade. Aqui d´El Rey! Escândalo que o Benfica foi beneficiado!!!
Os benfiquistas que estejam alerta e não se deixem enganar. Vai ser assim até ao fim do campeonato. Um lançamento lateral mal marcado a nosso favor e vai ser um ai Jesus! O José Guilherme Aguiar disse na SIC Notícias que temos de deixar de vestir as vestes de moralistas.
Pelo contrário, quem tem de deixar de vestir essas vestes são todos aqueles que ignoraram o Apito Dourado e fizeram vista grossa e ouvidos moucos aos escândalos da arbitragem que favoreceram o Fcporto nestes últimos 30 anos. Não nos façam passar por parvos

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