quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Tacuara veio para ficar


A alegria com que Cardozo festejou o hat-trick contra o Marítimo não é normal num jogador circunspecto, introvertido, que parece triste. Esta esfusiante celebração, que já tinha ocorrido contra o Sporting, só pode ter um motivo: a renovação.
E estamos em condições de garantir que Óscar Cardozo, o goleador paraguaio que é o melhor marcador estrangeiro de sempre do Benfica, se prepara para assinar por mais 3 anos com o clube da Luz. Com esta renovação, "tacuara" termina o seu vínculo de jogador profissional com o Benfica em 2017. Ou seja, daqui a 5 anos, quando tiver 34 anos de idade.
Se nenhuma proposta milionária surgir - e ela terá de ser sempre superior a 20 milhões de euros - Óscar Cardozo, o "matador" triste, vai continuar a marcar golos à velocidade da luz com a camisola do Benfica, até final da sua carreira. E em 2017 terá atingido um total de 11 anos de ligação ao Benfica e contabilizado, provavelmente, perto ou mesmo mais de 200 golos.
A Direcção do Benfica mostra-se, assim, atenta e reconhecida a um jogador que, para além de marcar golos como nenhum a nível nacional e poucos a nível europeu, sempre mostrou um carácter e uma postura profissional de elogiar.
Nunca é de mais lembrar o seu silêncio mesmo quando foi injustiçado no tempo de Quique Flores. Agora "tacuara" tem o contrato que merece e os adeptos que merece. Em paz consigo e com o terceiro anel, só tem é que continuar a marcar golos. Como ele sabe.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ninguém pode facilitar

O jogo amanhã com o Marítimo assume uma importância crucial neste campeonato. Com o fcporto em Setúbal hoje à noite, tendo sempre no horizonte um resultado menos positivo, o Benfica não pode perder pontos, quando se está à beira do interregno natalício da Liga.
Uma vitória garantirá, quase de certeza, a manutenção da liderança. Este facto não é de somenos, dado que confirmará uma travessia quase incólume após as saídas de Witsel e Javi Garcia. Dir-me-ão que a Liga dos Campeões já se foi. É verdade, mas temos de esperar para ver se a campanha na Liga Europa não vai compensar em termos de prestígio internacional, sendo que no campo do encaixe financeiro a diferença, sem importante para os dias que correm, não pode ser considerada significativa.
Até porque, o Benfica pode ambicionar alcançar este título europeu, o que representa a comparência para disputar a Supertaça Europeia e um reforço significativo dos cachets televisivos e de jogos amigáveis. Tudo sopesado, no actual contexto, a eliminação da Liga dos Campeões terá um efeito menor. O que importa mesmo é não descuidar o campeonato.
A vitória em Alvalade, onde o fcporto ainda não foi, foi determinante. A de amanhã, antes da paragem, contra o Marítimo, uma das equipas da primeira metade da tabela, é incontornável. Até porque, depois, damos um saltinho ao Estoril e recebemos no Inferno da Luz o fcporto. Não facilitar é a palavra de ordem.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

As lágrimas de Vieira


As lágrimas que Luís Filipe Vieira verteu quando, há dias, assistia a um vídeo sobre o pai, já falecido, durante a apresentação do livro “Missão Benfica”, que conta a história da sua década à frente do clube da Luz, deram azo a muitos comentários, nomeadamente nas redes sociais.
Alguns rivais chamaram-lhe propaganda, como se os sentimentos de uma pessoa possam ser adjectivados dessa maneira, mesmo que se trate do Presidente do Sport Lisboa e Benfica. Muitos ficaram surpreendidos: como era possível que um líder forte, austero, negociador implacável e disciplinador rígido sucumbisse às emoções?
Quando vi as fotos e as imagens do momento da emoção de Luís Filipe Vieira, veio-me logo à memória o livro “O erro de Descartes” do cientista português António Damásio sobre a “inteligência emocional”. Nele, António Damásio explica a importância decisiva das emoções na tomada de decisões.
Outros autores têm mostrado a importância da Inteligência emocional no exercício de uma liderança eficaz, concluindo que “para que possamos liderar pessoas, primeiro temos que nos conhecer, decifrar nossos sentimentos, para que assim possamos entender com profundidade os outros”.
Com aquele aparente momento de fraqueza, Luís Filipe Vieira mostrou que um líder que publicamente se emociona é aquele que está mais apto para liderar uma grande instituição como o Sport Lisboa e Benfica.
Porque, por debaixo do chefe intransigente com os erros e implacável com as deslealdades e traições, está um homem sensível, humano, amigo do seu amigo, solidário e justo. 
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