quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Acusações sem nomes

Há uma linha que separa a coragem da afronta gratuita; a ética da maledicência; a honestidade intelectual da mentira dissimulada. Há uma linha que separa a frontalidade do jogo sujo; a indignação da insinuação trauliteira.
Lamento dizê-lo, mas um juíz de um Estado de Direito não pode ultrapassar essa linha. Rui Rangel tinha a obrigação de manter esta campanha a nível elevado. É juíz desembargador, como não se cansa de repetir e de sublinhar tudo o que faz em prol da cidadania.
O problema é que, pela sua cabeça ou mal aconselhado, enveredou por um caminho que se vai virar contra ele amanhã. Não se pode atirar a pedra e esconder a mão. Não se pode atirar lama para cima das pessoas e sair incólume.
As Casas do Benfica foram ameaçadas - acusou Rangel. Quais Casas? Não disse. Os funcionários do Benfica foram ameaçados - acusou Rangel. Quais funcionários? Não disse. Há pessoas no Benfica que enriqueceram - acusou Rangel. Quem? Não disse.
É feio, muito feio, e vai sair-lhe caro. Amanhã se verá...!!!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Estou esclarecido


Termina amanhã a campanha para as eleições à Presidência do Benfica. Na sexta-feira, os benfiquistas, que se espera sejam dezenas de milhar, vão eleger o próximo Presidente do Sport Lisboa e Benfica, o maior clube do Mundo e a maior instituição portuguesa.
Não é, por isso, uma eleição qualquer. É um acto eleitoral de grande importância e o resultado assume um significado transcendental. Vivemos em tempo de dificuldades e de muitas incertezas.
Não vamos, por isso, criar mais dificuldades e mais incertezas ao futuro do Benfica. O tempo não está para aventuras nem para saltos no escuro. O tempo está para apostar na estabilidade, para investir na união, para caminharmos juntos pelo futuro.
Os benfiquistas são pessoas responsáveis e que sabem o que querem e o que não querem. Como benfiquista, esta campanha eleitoral foi muito esclarecedora. Dizem-me, "mas não houve debates..."...
Pelo contrário, houve muito debate, muita informação, muitas entrevistas, muita troca de ideias e pontos de vista. Fiquei, por isso, completamente esclarecido. Nos últimos dias, vi e ouvi algumas entrevistas de um candidato a Presidente do Benfica.
Como disse, fiquei esclarecido. E como eu, os milhares de benfiquistas que vão votar na sexta-feira. Esse candidato disse o que ia fazer para o Benfica ganhar sempre o campeonato? Não. Esse candidato disse como ia acabar com o passivo do Benfica? Não. Esse candidato disse quais eram as suas ideias e as suas propostas para o futuro do Benfica? Não.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Eleições no Benfica, parte III

Lançada a candidatura de Luís Filipe Vieira, os dados estão quase todos em cima da mesa. Rui Rangel vai a jogo. Ainda bem. No Benfica não gostamos de ganhar por falta de comparência. Mas não basta a Luís Filipe Vieira ganhar. Não, não estou a falar de percentagens.
Aqueles que já começam a perspectivar uma percentagem de votos inferior ao de outras eleições estão de má fé e ignoram o que é o desgaste do poder, no futebol, como na política, como em qualquer outro sector. O adversário de Vieira não é Rangel. O desafio principal de Luís Filipe Vieira é passar as suas mensagens para o universo benfiquista. É por isso que sou de opinião que o Presidente do Benfica deve "ignorar" o candidato a Presidente do Benfica.
Rangel vai tentar "puxar" Vieira para o combate público, para o debate aberto, para a polémica acesa. Não cair nesta armadilha é essencial para Vieira. O seu foco deve ser, no imediato, sublinhar 4 temas: a extraordinária pujança das modalidades, que faz do Benfica, mesmo em tempo de crise, o clube mais eclético do Mundo (não acabamos com nenhuma modalidade); o grande projecto do Museu, importante fonte de receitas e repositório de uma História inigualável; a capacidade da marca Benfica em garantir parcerias internacionais de grande valor acrescentado (outros procuram, procuram, mas não encontram); e o investimento na formação. Estes 4 temas fazem com que Vieira possa assumir que o Benfica é "mais que um clube", como o Barcelona. 
Lá para os dias finais da campanha deve apostar os trunfos todos em sublinhar que o Benfica tem hoje todas as condições para ombrear com as melhores equipas do Mundo - lembrar que no ano passado só fomos eliminados, por erros de arbitragem, pelo Chelsea, que se tornaria campeão europeu.
Rangel vai desafiar Vieira para vários debates. Julgo que deve haver só um, na Benfica TV. Rangel vai falar de passivo e contas chumbadas. Domingos Soares Oliveira é um homem com credibilidade e acima de qualquer suspeita para responder ao candidato. Rangel vai falar de mau desempenho desportivo. Rui Gomes da Silva, da sua tribuna televisiva, saberá por os pontos nos is. Rangel vai insistir nos direitos televisivos. José Eduardo Moniz sabe disso como ninguém.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Eleições no Benfica, parte II

Rui Rangel começa mal. O comentador do programa "Justiça Cega", na TVI24, e possível candidato à Presidência do Benfica, foi confrontado pelo Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, com a primeira página do Record, onde se dizia que Rangel era candidato.
"É verdade ou não?", questionava, no seu estilo meio gozão, Marinho Pinto. Lamento que Rui Rangel não o tenha colocado no sítio ao dizer que a conversa sobre esse assunto terminava ali, porque não admitia ser confrontado ali, num programa sobre questões da Justiça, com um assunto de outro âmbito.
Ao invés, Rangel, em jeito quase amedrontado, alimentou, por uns bons minutos, aquela paródia, onde também entrou a jornalista Cecília Carmo, que talvez lembrando-se do seu passado de jornalista desportiva lá ia tentado tirar nabos da púcara.
Antevendo que iria ser bombardeado com estas questões, Rangel devia ter-se precavido. Não o fez e ficou mal na fotografia. Que isto lhe sirva de exemplo para o futuro.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Eleições no Benfica, parte I


Pouco tempo depois da turbulenta assembleia geral do Benfica em que o relatório e contas foi chumbado, Rui Rangel salta para as páginas dos jornais a indiciar uma candidatura à Presidência do clube.

Essa candidatura já vem sendo trabalhada desde à meses, conforme este blogue anunciou em tempo oportuno (ver no link). O mais curioso é que Rui Rangel, um respeitável e respeitado juiz e comentador televisivo, aproveite um eventual sinal de fragilidade de Luís Filipe Vieira para dar sinais de que pretende avançar.
Ora, descontado o eventual oportunismo e calculismo da situação, é preciso perguntar: existe alguma relação de causa-efeito entre o que aconteceu naquela assembleia geral, com um grupúsculo de pessoa a incentivar à arruaça, e o provável anúncio da candidatura de Rui Rangel?
Eu, no lugar do juiz, teria a preocupação de clarificar esta situação. Porque não o fazer é alimentar a suspeição. Um candidato a presidente do Benfica não pode deixar que esta névoa lhe tolde a campanha.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ter medo não é vergonha


Jorge Jesus disse na véspera que “respeito sim, medo não”. Ora, o que eu vi ontem à noite na Luz foi um treinador do Benfica cheio de medo. Medo de um resultado que o fizesse perder uma equipa, ainda a tentar reorganizar-se depois de perder Javi, Witsel e Luisão. Medo de que um resultado muito desnivelado tivesse consequências psicológicas na Liga.
Quem pode criticar Jesus? Quem pode criticar um treinador que assumiu este ano que é para apostar todas as fichas na Liga nacional? Ao deixar Rodrigo no banco, atirando Lima, sozinho, para o meio das feras, JJ disse ao que vinha.
É engraçado, mas tudo isto não abala a minha convicção de que o Benfica tem de olhar para Jorge Jesus como o seu “Alex Ferguson”. Jesus não é o melhor treinador do Mundo, se é que uma classificação dessas pode ser feita sem grande subjectividade, mas é o homem certo no lugar certo.
O tempo não está para revoluções nem para grandes mudanças. A estabilidade, nos tempos difíceis é um valor inestimáveis. As aventuras sabemos como começam mas nunca sabemos como acabam.
O Benfica perdeu com o Barcelona mas não perdeu a alma, o orgulho e a identidade. Jesus teve medo, mas foi um medo consciente e responsável. Perdeu o jogo mas não perdeu a equipa, nem perdeu os objectivos. O apuramento está perfeitamente ao alcance. E até ganhou um jogador: Matic.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...