sexta-feira, 25 de maio de 2012

Obrigado Lisboa!

Carlos Lisboa é um símbolo do Benfica. Como Eusébio ou Coluna. Foi durante muitos anos o “Eusébio” do basquetebol. Parece que ainda o estou a ver a levar um pavilhão da Luz ao rubro, a deitar por fora, naquelas loucas noites europeias de basquetebol.
O Benfica esmagava quem lhe aparecia pela frente, interna e externamente. Podia ter chegado bem mais longe, se o basquetebol tivesse a importância mediática e económica que tinha, por exemplo, em Espanha.Lisboa era o porta-estandarte dessa fabulosa equipa: Pedro Miguel, José Carlos Guimarães, Steve Rocha, Mike Plowden, Jean Jacques, Henrique Vieira – comandados por Tim Shea ou Mário Palma.
Quando deixou de jogar, ganhando tudo o que havia para ganhar, deixou um vazio que nunca mais ninguém colmatou, nem no Benfica, nem no basquetebol português. Regressou à Luz como dirigente e agora como treinador, para resgatar um título que tínhamos perdido no ano passado.
Carlos Lisboa tem o talento, o carisma, a competência e a mística dos ganhadores. É um líder nato. Só quem nunca o viu jogar pode agora tentar manchar uma personalidade enérgica, vibrante, impulsiva, mas sempre dentro dos limites da dignidade.
O genial triplista estará sempre na primeira linha dos maiores fenómenos desportivos que este país já gerou. E orgulhamo-nos de ter como referência alguém que foi um atleta de excepcionais aptidões e é um treinador com a auréola dos campeões. Obrigado Lisboa!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Benfica e “A Bola”

Nos últimos dias, o presidente do fcporto, destravado pela conquista de um campeonato através de um sistema “dejá vu”, lançou mais umas atoardas para o ar, que fizeram as delícias dos tablóides do burgo.

A primeira teve como alvo o jornal “A Bola”; a segunda teve como alvo o próprio Benfica. No primeiro caso, colocou a “A Bola” sob a suspeição de ter sido parte de uma estratégia comunicacional gizada no interior do clube da Luz; no segundo, acusou o Benfica de ser o “clube do fascismo” (sic).

É claro que a história e a História o desmente ponto por ponto, mas não deixa de ser irónica este duplo ataque contra duas das instituições que mais lutaram, cada uma com as suas armas, contra o Estado Novo e a ditadura.

“A Bola”, aliás, foi fundada por Cândido de Oliveira, um homem que foi preso político no Tarrafal, e sempre utilizou as suas páginas para passar mensagens codificadas para denunciar o Estado Novo.

Lembro-me, por exemplo, da célebre manchete que dava conta da ida de Joaquim Agostinho para participar na Volta à França, em bicicleta: “É tempo de emalar a touxa” – uma frase de uma canção de Zeca Afonso.

No Benfica, a tradição democrática vem de longe, de muito longe, como diria o José Mário Branco, porque mesmo antes do 25 de abril de 74 havia eleições democráticas, que persistem até hoje.

A génese democrática faz parte da fundação, da tradição e da história do Benfica e do jornal “A Bola”, e só isso bastaria para ter um enorme respeito pelas duas. É claro que para o presidente do fcporto tudo isto é estranho e incompreensível. E, por isso, será sempre um defensor da iliteracia.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Um por todos

O Presidente do Benfica vai dar uma entrevista à televisão. Como a especulação é livre, um faço a minha: vai anunciar a recandidatura à liderança do Benfica. Se assim for, faz bem. Como fez bem em deixar assentar a poeira levantada em volta das últimas entrevistas protagonizadas por altos responsáveis do Benfica.
O tempo não é de limpar armas, nem contar espingardas. O tempo é de unir e não de dividir. Só um Benfica unido pode levantar-se e aparecer mais forte na próxima época. Como só Luís Filipe Vieira pode garantir um novo mandato com garantias reais de sucesso.
Vieira pode, lá no fundo, ambicionar concorrência, mas os benfiquistas, lá no fundo, sabem que ninguém está à altura do desafio. Um desafio que obriga a um conhecimento profundo dos dossiers (como o dos direitos televisivos), a um alto grau de experiência, e a uma liderança forte e incontestada.
Aqueles que quiseram acicatar o Presidente do Benfica com críticas às suas ausências ou ao seu silêncio, perceberam que o Benfica não é gerido de fora para dentro, nem por pressões, nem insinuações, nem acusações.
Vieira tem os seus "timings". A bela exibição do Benfica em Setúbal é bem o quadro em que o Benfica do futuro se deve rever: esforço, sacríficio, luta, talento, competência, amizade e solidariedade. Os jogadores do Benfica mostraram no Bonfim que existe tudo isso no balneário. E é essa imagem que é preciso tornar permanente.
O balanço desta época futebolística foi o que foi. As causas do insucesso na liga estão apontadas e escalpelizadas. O que não podemos é olhar para a árvore e não ver a floresta. Há quanto tempo o Benfica não lutava até ao fim em todos os escalões jovens (e em iniciados já somos campeões)? Há quanto tempo não estávamos em óptimas condições para vencer em três modalidades: basquetebol, hóquei em patins e futsal? O resto, meus amigos, são cantigas...

terça-feira, 8 de maio de 2012

Uma questão de timing...

Na última semana, o Benfica lançou um violento ataque às arbitragens que marcaram negativamente este campeonato. Depois de Jesus, e de Carraça, foi a vez de João Gabriel. Compreendo-os bem. Se, como se diz, "quem não se sente não é filho de boa gente", então o Benfica deve gritar bem alto a sua indignação.
Nunca fui adepto de silêncios tácticos, calculistas ou cúmplices. Acho que quando se tem de falar deve-se fazê-lo no momento e na altura certa. O Benfica muitas vezes esquece isso. Por estratégia, por táctica ou... por esquecimento.
Não faço avaliações definitivas de situações ou estratégias que não conheço. Mas sempre me pareceu claro que o Benfica devia ter agido e não, como agora está a fazer, a reagir. Ou seja, devia ter jogado por antecipação.
Admito que o jogo de Guimarães, logo após o jogo da Champions em S. Petersburgo, contra o Zenit, tenha corrido mal e causado mossas internas, até porque se tratava da primeira derrota. Acho que neste jogo ninguém errou. Foi uma derrota, é certo; houve um penálti sobre Rodrigo, é certo, mas as atenuantes eram muitas: jogo da Champions, viagem longa, lesão de Rodrigo, resultado que marcou psicologicamente face à sua evolução.
O que já me custa aceitar é que, aparentemente, ninguém tenha percebido o que aí vinha. O jogo de Coimbra é crucial. Ao não lançar, naquela altura, e sem dó nem piedade, um ataque aos árbitros, como o que agora está a fazer, o Benfica hipotecou o campeonato. A seguir foi Olhão, foi Porto na Luz, foi Sporting em Alvalade, até, vejam lá, Rio Ave, em Vila do Conde. Houve, sem dúvida, uma errada gestão do timing - quem cala, consente.
Há dois anos, depois da célebre golpada de Guimarães (outra vez Guimarães, não acham estranho), o Benfica não perdeu tempo e estancou a hemorragia. O problema é que a diferença era já muito grande e havia Roberto. Que, pelo menos, isto sirva de lição...

Post-Scriptum: Também me custa aceitar que o Benfica não tenha percebido o que vinha aí, quando o FCPorto lançou um ataque contra os ditos "bloqueios" do Benfica nas bolas paradas. Ao não ter respondido na mesma moeda, o Benfica deu "carta branca" ao árbitros para o prejudicarem. 

domingo, 6 de maio de 2012

Vieira em exclusivo, depois da vitória no futsal

Depois da vitória de hoje na Taça de Portugal em futsal, que também é um título mais para contabilizar pelo Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, reagiu assim, em exclusivo ao "O Inferno da Luz": "Ainda vou ajudar o Benfica a ganhar muitos mais títulos". Os benfiquistas sabem que essa é uma verdade indesmentível!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Fica e fica bem...

A entrevista de Jorge Jesus hoje ao jornal "A Bola" tem a validade de uma renovação do contrato. É certo que ele tem mais um ano, mas quem diz o que ele disse - e disse-o muito bem - só pode ficar - e fica muito bem.
No futebol, como um dia disse Pimenta Machado, o que hoje é verdade amanhã é mentira. Contudo, uma coisa é certa: em Portugal, Jorge Jesus fechou todas as portas, apenas o Benfica será a sua casa. Estrangeiro? Pode ser, mas não acredito.
JJ não tem o perfil de emigrante, além do mais, como ele diz e bem, chegou ao topo e tem um ordenado que lhe permite viver desafogado até ao fim dos seus dias. Posto isto assim, a entrevista colocou um ponto final nas especulações e vem na altura certa. O mundo muda muito depressa e a volatibilidade das coisas é o nosso dia-a-dia, mas Jorge Jesus está para ficar. Ainda bem.
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