sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Benfica Sempre

Duas pequenas notícias passaram hoje quase despercebidas na Imprensa: o Benfica é o 8º clube europeu com mais pontos obtidos na Liga dos Campeões (antiga Taça dos Campeões Europeus). A lista é liderada pelo Real Madrid e o FC Porto é 11º e o Sporting o 48º ; o Benfica é a 28º marca desportiva europeia mais valiosa, numa lista liderada pelo Manchester United - FC Porto e Sporting não aparecem na lista.
Estas duas pequenas notícias valem por si, mas têm o condão de fazer perceber a alguns comentadores desportivos mais distraídos ou mais ignorantes que o Benfica continua a ser a maior instituição desportiva portuguesa, o mais importante clube desportivo português, o mais renomado, reconhecido, titulado e amado. Mais alguma dúvida?

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Estamos conversados?

Depois de um “satisfatório” resultado no dragão – e “satisfatório” porque ao contrário dos últimos largos anos o Benfica conseguiu sair incólume de uma arbitragem que se não foi perfeita esteve longe de influenciar o resultado como sucedeu a maioria das vezes naquele recinto – vencemos na Champions.

Dizem que o adversário era menor e que o resultado devia ter sido mais dilatado. Criticam o Benfica por algum laxismo e negligência. São os mesmos que troçaram do Trabzonsport – eliminado pelo Benfica no play-off e que agora, depois de repescado para a Champions, lidera o Grupo B, à frente do Inter de Milão. São os mesmos que troçaram do Twente, eliminado pelo Benfica no play-off e que depois de ter sido campeão nos últimos anos luta pela hegemonia do campeonato holandês, tão glorificado por cá, com os históricos Ajax, PSV e Feyennord.

Por isso, o que o Benfica ontem fez foi positivo e está de parabéns. O resultado de Old Trafford? Mais uma vez se percebe que não há jogos fáceis na Champions. O Basileia é um nome a ter em conta e o empate permite que o Benfica tenha a expectativa de ganhar o grupo – o que seria óptimo, tendo em vista o sorteio do adversário dos oitavos-de-final.

Assentada a poeira dos comentários e das declarações ridículas de Vítor Pereira, Pinto da Costa, Fucile e Hulk, duas notas sobre Jorge Sousa. 1ª – como é possível que o Benfica tenha sido penalizado com o triplo das faltas, na primeira parte do jogo do dragão?; 2ª – o único erro grave de Jorge Sousa (ou do seu fiscal de linha) foi ter feito vista grossa a um domínio de bola de Hulk, dois metros após a linha final, que permitiu jogada perigosa.

E agora, estamos conversados?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Jorge de Sousa, olé!

Seria fastidioso, quase inumano, fazer a listas dos erros e das asneiras do árbitro Jorge Sousa, do Porto, que sistematicamente prejudicam o Benfica. Seria também fastidioso recordar a lista de erros e asneiras do árbitro Jorge Sousa, do Porto, que beneficiam o FC Porto.

Lembrar que foi o árbitro que expulsou Cardozo ao intervalo num célebre Braga – Benfica, que as imagens televisivas vieram mostrar nada ter feito; ou que num também célebre Leixões - FC Porto não expulsou Bruno Alves (patada nas costas de Jorge Gonçalves) e sancionou golo em fora-de-jogo que deu a vitória ao Porto; ou que sancionou um golo irregular do Guimarães que eliminou o Benfica da Taça (ver foto), são agulhas num palheiro enorme de erros e asneiras que têm sempre o Benfica como alvo.

Convido, por isso, os meus amigos benfiquistas e leitores a lembrar aqui, nos comentários, os “roubos de igreja” cometidos por este “árbitro” contra o Benfica. Mas a cereja em cima do bolo é a escuta divulgada no âmbito do processo “Apito Dourado” onde se ouve Pinto da Costa a elogiar Jorge de Sousa.

É este mesmo “árbitro” que foi nomeado para o FC Porto – Benfica de sexta-feira. Digam lá agora se isto não é mesmo uma palhaçada?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Emerson, uma "vitória" de Jesus

O jogo contra a Académica deve ter encerrado de vez a celeuma em torno da titularidade de Emerson em detrimento de Capdevila, curriculado com os títulos de campeão do Mundo e da Europa ao serviço da Selecção espanhola, La Roja.

Jesus provou, uma vez mais, que é homem de personalidade forte, não sucumbe a pressões venham elas de onde vierem. O espanhol é um nome conhecido e reconhecido em todo o Mundo, mas para Jesus valores mais altos se levantam.

Ao conferir a Emerson a titularidade e dando provas de que os nomes, por mais dourados que sejam, não são um critério para a escolha dos mais capazes de entrar na equipa do Benfica, Jesus sabia o que fazia.

Ganhou um lateral-esquerdo que promete fazer furor e, quem sabe, fazer esquecer Fábio Coentrão. Contra a Académica, Emerson demonstrou merecer a confiança de Jesus e percebeu-se que está ali um jogador a crescer a olhos vistos.

Capdevila é um jogador muito experimentado, profissional de corpo inteiro, mas vai ter de fazer pela vida. Para já, Emerson agarrou o lugar, mas o espanhol não se deve dar por vencido. Quem ganha com esta competição é o Benfica, numa posição que se temia fragilizada com a saída de Coentrão.

Jesus, mais uma vez, soube gerir um balneário e mostrou, neste como em outros casos, que na área técnica quem manda é ele.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

3 coisas sobre o Benfica - MU

O Benfica pode estar a um curto passo de voltar a ser campeão europeu. Eu sei que o futebol é feito de muitos imponderáveis e de factores aleatórios e é isso que dá magia a este jogo. Mas há alturas em que pensar atingir, de novo, o topo do futebol europeu não passa de miragem fantasmagórica – como aconteceu o ano passado com Jesus a prometer o céu e a terra -, e outras em que sonhar é bom e há razões para isso.

Esta é uma dessas alturas. Não estou a dizer que a conquista de novo título europeu se vai concretizar este ano ou no próximo. Apenas afirmo, com base naquilo que vi ontem à noite na Luz, contra o Manchester United, que o Benfica tem condições para a curto prazo poder ambicionar lutar de igual por igual por essa conquista máxima.

Para isso, é incontornável que 3 factores se conjuguem nos próximos anos. 1 – Luís Filipe Vieira interiorize a necessidade de continuar à frente do Benfica na próxima década; 2 – Jorge Jesus manter-se pelo mesmo número de anos à frente da equipa de futebol (eu sei que não somos ingleses, somos latinos, e isso faz toda a diferença); 3 – A equipa de futebol garantir um núcleo duro de jogadores de excepção por um período entre 3 a 5 anos (outra condição difícil mas não impossível).

Claro que há outros factores a ter em conta. E talvez o principal resida na resolução do processo sobre as verbas a receber pela transmissão dos jogos. Essa é uma “jogada” que está toda focalizada na capacidade negocial de Vieira. E do seu sucesso muito dependerá o sucesso desportivo futuro do Benfica ao mais alto nível.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

João Santos: uma saída previsível



João Santos já não é treinador principal da equipa de juniores do Benfica. A decisão, comunicada hoje oficialmente, era previsível: com seis jornadas realizadas, o Benfica é oitavo da tabela classificativa da zona sul com 6 pontos, equivalentes a uma vitória, três empates e duas derrotas. Na história dos encarnados não há registo de um começo de temporada assim: exageradamente mau para ser verdade.

Contudo, o inicio de época deprimente dos encarnados é apenas o fim da estrada. No ano passado, a equipa do Benfica esteve longe de ser uma ameaça a F.C.Porto e Sporting nas contas do título, e viu-se mesmo ultrapassado pelo Sporting de Braga no final.

Foi uma equipa de 2010 construída em cima do joelho, com algum talento mas sem organização, como aí ficou patente. Alguns pontos salientes: um meio – campo lento com Francisco Júnior a disfarçar o eclipse inexplicável de Ruben Pinto, e a falta de confirmação de Cafú (longe dos tempos onde brilhava no Vitória de Guimarães) e de Paulo Teles. Na ala, um dos mais promissores produtos da escola encarnada, Diego Lopes, que evoluiu ao longo dos anos a jogar a 10; Ivan Cavaleiro a extremo, com produtividade razoável, mas longe dos tempos em que era o goleador sub-17 do Restelo; na frente a presença constante de Rodrigo Cabeça e Jean Silva como homens mais avançados, isto quando foi o português Diogo Caramelo a dar crédito ao ataque, já na parte final da temporada. Também ao promissor médio Alípio Brandão, contratado ao Real Madrid, nunca se percebeu muito bem a sua condição de suplente, pois quando foi chamado aos jogos importantes agitou as hostes, com rendimento e criatividade num meio-campo desnorteado.

Só mesmo Luís Martins, vice-campeão do mundo de sub-20, soube ser um jogador com rendimento à altura dos pergaminhos do clube. De facto o jovem lateral – esquerdo foi dos poucos motivos que a equipa do Benfica teve para sorrir no ano transacto: lateral raçudo, dinâmico, com boa presença ofensiva e forte pontapé de fora da área.

Este ano impunha-se um melhor rendimento, isto porque os sub-17, campeões na temporada passada, subiram de escalão. E com um onze rotinado e quase automático: Bruno Varela; David Carvalho, João Nunes, Fábio Cardoso e João Cancelo; João Teixeira, Guilherme Matos(que saiu mas entrou André Gome, ex- Boavista e internacional sub-18, jogador de qualidade indiscutível) e Diego Lopes; Sancidino Silva, Hélder Costa e Alseny Bah. Se juntarmos a estes nomes o central Tiago Duque(ex- Sporting), o lateral esquerdo Daniel Martins, o criativo Marcelo Lopes, e os repetentes Miguel Herlein e Ivan Cavaleiro, não se encontram motivos para este começo de temporada tão negro. Era só “carregar no play”. Nada disso aconteceu: uma derrota comprometedora em Setúbal e empates inexplicáveis frente a Louletano e Portimonense causaram um espanto no seio da estrutura encarnada, que nem a injustiça da derrota frente ao Sporting atenuou.

É, de facto, um final de novela esperado. Ao leme, agora, João Tralhão, adjunto de João Santos, de Diamantino e de João Alves. É sobre este último que ainda se depara um fantasma na Luz: foi o melhor treinador do Benfica nos últimos cinco anos. Em 2008/09, sob o comando do actual treinador do Servette, o Benfica construiu uma equipa coesa e madura, muito superior a Sporting e F.C.Porto na altura. E a mesma geração deu frutos, este ano na selecção de sub-20. É bom relembrarmos o “onze base”: Pedro Miranda; Abel Pereira, João Pereira, Roderick Miranda e Mário Rui; Danilo Pereira, Leandro Pimenta, Domingos Silvério e Lassana Camará; Ishmael Yartey e Nélson Oliveira.

Nessa equipa, a existência de vários jogadores de primeiro ano foi bem trabalhada, num cenário muito parecido ao que acontece este ano. Será esse o caminho: aproveitar o andamento dos sub-18 para construir uma geração que domine durante duas temporadas.

O cenário, apesar de nada condizente com os pergaminhos do clube, não é dramático. O Benfica conseguirá apurar-se para a fase final, e depois focar atenção nos rivais directos Porto e Sporting. Aí, duas faces distintas: um Porto menos forte mas com um excelente treinador, Rui Gomes, capaz de disfarçar as debilidades da equipa; e um Sporting com o melhor plantel deste ano sob o comando de Ricardo Sá Pinto, para já uma incógnita sobre aquilo que poderá render como treinador.


Gil Nunes
Ex- Membro do Departamento de Prospecção do S.L.Benfica
Colunista "Academia de Talentos"

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Obrigado A-PV


António-Pedro Vasconcelos vai deixar, a partir do dia 20 deste mês, o programa de debate desportivo Trio D´Ataque, o mais visto da televisão portuguesa. É um facto triste não só para os benfiquistas como para o futebol em geral. Apesar da sua paíxão clubística, A-PV sempre procurou e, na maior parte das vezes, conseguiu colocar o debate futebolístico vários patamares acima da mediania, para não dizer da chocarreirice.
Muitos benfiquistas não gostavam do seu estilo? É verdade. Mas ninguém lhe pode alguma vez apontar falta de nível, declarações incendiárias, intrigalhadas, má-educação, moço de recados. É por isso que já neste blogue o disse: A-PV representava o Benfica com dignidade e, como benfiquista, tinha orgulho em ser por ele representado.
Tenho muita estima e admiração por A-PV. Recorro a Joaquim Letria e à sua crónica de hoje no "Correio da Manhã" para classificar A-PV: "O futebol perde um cavalheiro". Nos últimos tempos, A-PV recebeu ataques de um ex-parceiro de comentários. Nunca respondeu - talvez um dia, olhos nos olhos: os cavalheiros são assim.
O Benfica perde um comentador que orgulha, como disse, o clube e os benfiquistas. Vamos a ver quem o substitui. Esta não é uma situação menor. Mas há outra que devemos seguir com atenção: as eleições para a FPF. Quem veste a camisola do Benfica ou é apoiado pelo Benfica tem de estar à altura do papel. Não é para todos.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cardozo como Néné (e outros mal e bem-amados)

Tenho uma especial predilecção pelos mal-amados. Foi assim com Néné, o homem que não sujava os calções. Foi assim com Vítor Baptista, o maior. Foi assim com Vítor Martins, o garoupa, não mal-amado mas desafortunado. É assim com Cardozo.

O paraguaio, goleador-mor das últimas épocas, é um mal-amado do Terceiro Anel, como o foram Abel Xavier, Quim, Michael Thomas ou muitos outros estrangeiros que na loucura dos anos Vale e Azevedo aterraram na Luz – todos com razões mais que suficientes para serem mal-amados.

Cardozo não. Quase a tornar-se o maior goleador estrangeiro de sempre do Benfica, julgo que ainda suplantado, mas por pouco, por Mats Magnusson (este um bem-amado, ao contrário de Michael Maniche, um injusto mal-amado), Óscar Cardozo, ou Tacuara, é já um nome incontornável na História do Benfica.

Não corre muito? Néné também não. Não luta muito? Néné também não. Marca que se farta? Néné também… sim. Cardozo esteve ausente na primeira partida do campeonato. O Benfica empatou a 2 e perdeu ingloriamente 2 pontos.

Depois, veio o Feirense e Cardozo desbloqueou o jogo, que caminhava para um escandaloso empate. Depois o Twente provou a capacidade letal de Tacuara. Mais tarde, na Madeira, contra o Nacional, um golpe de cabeça perfeito iniciou uma vitória complicada e muito importante.

Cardozo como Néné. Os golos ao ritmo dos assobios. Mas um bocadinho de gratidão e de justiça não ficavam nada mal, pois não?

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