quarta-feira, 31 de março de 2010

Duas entrevistas, um tema: o Benfica

Duas entrevistas em prime-time, em duas estações de televisão (SIC e RTP), no mesmo dia e à mesma hora. Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa, dois presidentes, dois clubes, dois estilos. Dois jornalistas credenciados, também. Mas, paradoxalmente, um único tema: o Benfica.
Vieira falou do Benfica para os benfiquistas. Recordou o processo de retirar o Benfica do caos em que tinha caído. Um caminho que durou anos, tal o estado lastimoso do clube. Mas nesse caminho construiu-se um estádio novo, um centro de estágio, muitas infra-estruturas, credibilizou-se o clube com o pagamento de dezenas de milhões de euros de dívidas e equilibrou-se as contas.
O Presidente do Benfica falou da sua obra e da obra de todos os benfiquistas. Falou do Benfica, o que lhe interessa e o que interessa a nós, sócios, accionistas, adeptos. Falou da nossa instituição, da nossa casa, do nosso glorioso clube – do passado, do presente e do futuro.
Falou com serenidade, com elevação e com convicção. Sublinhou que o Benfica é dos benfiquistas, cuja quotização tem um papel decisivo na vida do clube. Falou do nosso/dele clube e foi para isso que estivemos a ouvi-lo com atenção.
Na RTP, o presidente do fc porto falou do… Benfica. Destilou ódio e ressentimento. Revelou ressabiamento e lançou ameaças. Preferiu a má educação ao civismo. Para quem tivesse dúvidas, ficou patente que enquanto Luís Filipe Vieira pensa no Benfica mas também na credibilização do futebol português e na sua viabilidade futura; o presidente do fc porto privilegia, como sempre, a guerra, o ódio, a divisão. Para quem tivesse dúvidas, as entrevistas de ontem á noite mostraram que o Benfica tem um líder que merece a nossa admiração, respeito e confiança.

terça-feira, 30 de março de 2010

Pensar na "Champions"



A seis jogos do fim do campeonato, o Benfica tem tudo na mão para um regresso em força à Liga dos Campeões. Luís Filipe Vieira, Rui Costa e Jorge Jesus já estão a preparar há muito a próxima época, com a “Champions” no horizonte.
Espero que não se volte a assistir ao que aconteceu pós-Trapattoni. A contratação de Koeman fez com que o Benfica descurasse o mercado interno e apontasse baterias para a Liga dos Campeões.
A estratégia do holandês resultou num falhanço. Se o desempenho na Liga Milionária foi agradável, com a chegada aos quartos-de-final, para só cair aos pés do todo-poderoso Barcelona (mas com atitude e resultado digno de registo), o facto é que se esqueceu o campeonato, com os resultados que se conhecem.
Jorge Jesus tem, portanto, um dilema, que sei que já resolveu. A prioridade é o campeonato, também para o ano. No entanto, a Liga dos Campeões é uma prova que o Benfica vai atacar em força.
Para já, no que ao plantel diz respeito, apenas vejo 3 jogadores que é preciso blindar de imediato: David Luiz, Di Maria e Cardozo. E mais dois que podem ser seriamente assediados: Ramires e Javi Garcia.
David Luiz tem a Europa a seus pés, mas, se não for chamado à “canarinha” para disputar o Mundial de 2010, dificilmente sairá da Luz. Jovem central com potencial fantástico, tem muito tempo pela frente e uma Liga dos Campeões para tentar brilhar ainda mais com a camisola do Benfica. Não acredito que saia.
Di Maria é uma estrela emergente, mas que, se não tiver cuidado, pode tornar-se num meteorito. Com a camisola da Argentina, pode ser uma das figuras do Mundial, e aí, será impossível segurá-lo. Seja como for, o Benfica prepara-se para encaixar umas dezenas de milhões de euros. Tudo indica que saia.
Cardozo é um ponta-de-lança à moda antiga. Também vai estar no Mundial e, se estiver com o pé quente, a sua transferência para um clube milionário será uma certeza. Tudo vai depender da sua prestação no Mundial. Se sair, mais umas dezenas de milhões no cofre da Luz.
Ramires, apesar de ir ao Mundial, deve continuar por cá. Tem ainda muito para dar e está no “habitat” ideal. É seguro que fica. Assim como Javi Garcia, um dos que quer fazer uma “Champions” de ouro.
O Benfica, aliás, não precisa de vender para equilibrar contas. Como se pode ver, com as receitas extraordinárias de bilheteira na Luz, mais o merchandising, mais a quotização de mais de 210 mil sócios, o investimento a sério no futebol tem um retorno imediato e a dobrar.
Aliás, o "projecto europeu", que já começou esta época com a Liga Europa, e que terá seguimento com a aposta na "Champions", será a cereja em cima do bolo do consulado de Luís Filipe Vieira.

segunda-feira, 29 de março de 2010

A melhor defesa da Europa


Benfica – 1; Braga – 0 (24ª jornada da Liga). A vitória do Benfica sobre o Braga, no último sábado, que desbravou o caminho do título, realçou uma questão que tem sido mal explorada. A dinâmica ofensiva do Benfica, tão elogiada neste campeonato, deu lugar a uma consistência defensiva que não tem paralelo nos mais competitivos campeonatos da Europa.
Os 12 golos sofridos em 24 jogos (0,5 golos sofridos por jogo), batem o desempenho defensivo do Inter (28 golos sofridos em 31 jogos – 0,9), ou do Manchester United (25 em 32 – 0,8) ou do Real Madrid (26 em 29 – 0,9).
Jorge Jesus cumpre assim a máxima de que uma grande equipa começa a construir-se de trás para a frente. No sábado, contra o segundo classificado, essa questão foi por exuberantemente demonstrada: o Braga teve, durante os 90 minutos de um jogo jogado a grande intensidade, uma única oportunidade de golo.
Na 5ª feira, contra o Liverpool, que tem na sua parte ofensiva, o seu maior poderio, com Gerrard, Kuyt, Torres, Babel ou N´Gog, essa solidez defensiva do Benfica vai ter uma prova de fogo.
Para posteriores post´s vamos analisar a defesa do Benfica, com particular atenção nos dois laterais, Maxi e Fábio Coentrão, no sentido de saber se são estes os laterais que o Benfica da Liga dos Campeões precisa e tendo como referência aqueles que devem ser os 2 maiores laterais direitos do mundo: Maicon, do Inter, e Glenn Jonhnson, do Liverpool.Foto: Rafael Marchante (Reuters)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Justiça sem utilidade pública


A telenovela à volta dos castigos a Hulk e a Sapunaru teve o epílogo previsto, ou não estivéssemos nós em Portugal. O Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) é uma espécie de “abono de família” do fc porto. Por isso, não é de estranhar a decisão que tomou.
No passado, o CJ da FPF já assumiu decisões acéfalas e desfasadas da realidade, como no célebre processo Apito Dourado, onde os doutos senhores conselheiros da Federação, com o inefável Gonçalves Pereira de Gondomar à frente, tentaram inviabilizar a todo o custo as sentenças que puniam por corrupção desportiva o fc porto e o seu presidente.
Por alguma coisa é que a Federação Portuguesa de Futebol perdeu a utilidade pública. Porém, uma coisa ninguém pode contestar: os jogadores Hulk e Sapunaru foram considerados culpados de agressões aos “stewards”, não foram absolvidos, nem sequer o fc porto obteve o que queria, que era a nulidade da decisão do Conselho de Disciplina da Liga.
Ou seja, o recurso do fc porto foi uma derrota concludente para o clube do dragão. Quanto às indemnizações pedidas, apenas dizemos que se o Benfica fosse indemnizado pelos prejuízos do Apito Dourado não havia dinheiro nos cofres do Banco de Portugal que chegasse.

segunda-feira, 22 de março de 2010

1, 2, 3, a conta que Jesus fez


Benfica - 3; fc porto - 0 (Final da Taça da Liga). A verdadeira mensagem que o jogo de ontem da final da Taça da Liga deixou foi que o Benfica, o Benfica do presente, suplanta todas as adversidades, sejam elas o cansaço (um jogo em Marselha de grande intensidade a menos de 72 horas, mais a viagem), a violência (dentro e fora do campo) e as arbitragens.
Começar esta crónica desfazendo uma arbitragem vergonhosa era injusto para com os bravos jogadores do Benfica, os nossos heróis. Começar esta crónica desfazendo o jogador nº 2 do fc porto, que aviso desde já não tem dimensão cívica para envergar a camisola da selecção nacional, era injusto para os mais de 20 mil benfiquistas que apoiaram a equipa do princípio ao fim.
Começar esta crónica, sei lá, pelo nº de troféus que cada clube tem e que alguns quiseram tentar retirar um (a Taça Latina) para moralizar o fc porto a chegar ao empate (em troféus, está visto), era injusto para com o golaço de Carlos Martins.
As palavras não chegam para ilustrar a esmagadora vitória. Vamo-nos socorrer das imagens. Duas, por exemplo: o nº 2 do fc porto, que durante todo o tempo mais não fez que agredir, insultar, provocar, foi confrontado com o exemplar comportamento de Kardec, um jovem, que não lhe deu troco e se mostrou imperturbável durante todo o jogo. Uma lição para a vida do nº 2 do fc porto.
Segunda: depois de mais uma entrada a matar do nº 2 do fc porto sobre Aimar, El Mago levanta-se e afaga a cabeça do bruto. Mais uma lição para a vida do nº 2 do fc porto. Do árbitro nem vale a pena gastar um segundo.
Um homem desse jaez não merece nem uma vírgula, apenas um ponto final.
Obrigado Benfica!
Foto: Nacho Doce (Reuters)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Nota artística: 10


Marselha - 1; Benfica - 2 (oitavos final da Liga Europa). Não me lembro de ver uma equipa portuguesa ter uma exibição tão superlativa em tudo como o Benfica de ontem, em Marselha: super-garra; super-talento; super-classe; super-combatividade.
Talvez que a exibição só seja comparável aquelas em Leverkusen (4-4), com o Bayer, e à de Londres, contra o Arsenal (1-3), no prolongamento. Ambas nos anos 90. Claro que não são para aqui chamadas as gloriosas noites europeias dos anos 60.
O Benfica de Marselha diferenciou-se porque não foram 15 minutos de luxo, nem sequer 45 minutos. Foram mais de 90 minutos de gala, com oportunidades de golo às carradas, tendo dominado, massacrado, empurrado e encurralado o Marselha, que tinha vindo da Liga dos Campeões e se prepara para lá voltar.
Esta exibição é tanto mais magnífica porque para além de tudo o que o Benfica fez de excepcional (e de menos bem, como os muitos golos falhados), ainda teve de combater uma arbitragem vergonhosa, que perdoou duas grandes penalidades ao Marselha, e teve de dar a volta ao marcador, depois de estar a perder, injustamente, por 1-0, a 15 minutos do fim.
Mais palavras para quê? Ficará e perdurará muitos anos na nossa memória a noite mágica do Vélodrome. E assim ficou vingada a eliminação de Portugal aos pés da França, nas meias finais do Euro 84, naquele mesmo estádio. Foto: Claude Paris (AP Photo)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tomai lá...



Os marselheses não esquecem aquele jogo memorável de há 20 anos, que levou o Benfica à sua 8ª final da Taça dos Campeões Europeus e impediu o Olympique de Marseille de jogar a sua 1ª final; o jogo da mão-que-não-foi-ou-foi? de Vata; o jogo em que Bernard Tapie passou a chamar-se Bernadette; o jogo em que Papin ficou transido de medo quando assomou à boca do túnel e viu, estupefacto, o Inferno da Luz.
Não esquecem os marselheses, nem os franceses, embora, como se sabe, Marselha é uma espécie de cidade-maldita, em França, como Nápoles o é, em Itália. O L´Equipe, um dos jornais desportivos mais renomados da Europa, e uma referência em França, também não esquece e brinda os seus leitores na página online com uma sequência fantástica de fotos desse célebre jogo. E um título: “Une revanche e on n´en parle plus?”. Que continuem a falar, depois de hoje à noite…

quarta-feira, 17 de março de 2010

Allez Benfica


Marselha é daquelas cidades que ou se ama ou se odeia. Histórico entreposto de raças, o “Vieux Port” é um espaço único para o lazer, onde se respira liberdade. O deleite, porém, não pode esquecer o perigo que espreita a cada esquina. Marselha não é cidade segura.
A Cannebiérre, que calcoreei já há alguns anos, é uma sinuosa avenida, que desemboca no porto onde Bernard Tapie teve o seu célebre iate, o “Phocea”, ancorado. Quem apanhe o autocarro junto ao posto de turismo, com direcção “Luminy”, tem duas hipóteses – ou desce no Vélodrome ou vai até ao fim da linha, as “Calandes” – paraíso deserto, de rochas e mar azul-turquesa.
Ao Benfica de amanhã, sem Chalana e sem Néné (que perderam num final de tarde memorável com a camisola da Selecção para a França de Platini, nas meias-finais do Euro 84), nem Lima e Paneira (que sofreram há 20 anos, para segurar uma derrota por 2-1, que se tornaria numa memorável vitória na Luz, por 1-0, e nos levaria à final dos Campeões em Viena), desejo o paraíso da Calandes depois do inferno do Vélodrome.
Merecem bem os adeptos um Benfica de eleição. Passeiem por Marselha que vale a pena, venerem Zidane, o filho-deus da cidade, rumem ao Vélodrome, que é juntamente com a Igreja da Cannebiérre (Notre Dame de la Garde), e o Vieux Port, um dos seus ícones, e façam no final a festa. Porque se Paris é uma festa, Marselha é um fogo de artifício. E o Benfica vale bem um arraial de alegria até de madrugada.

segunda-feira, 15 de março de 2010

De fato de macado, rumo ao título

Nacional - 0; Benfica - 1 (23ª Jornada da Liga). Ultrapassado o cretino inventor do “machadês”, uma pergunta se coloca para o futuro: deve Óscar Cardozo continuar a marcar as grandes penalidades? Resposta: Sim. Tacuara já falhou em momentos-chave, como no Bonfim, mas ontem, na Madeira, os deuses estavam com o paraguaio. Um minuto depois de ter chutado para o lado direito do guarda-redes do Nacional, o contrário do que faz habitualmente e do que fazem os esquerdinos (o que demonstra trabalho específico), Cardozo foi, mais uma vez, matador e, depois de uma assistência magnifica de Ruben Amorim, apontou o único golo do encontro.
Um encontro renhido, como se previa, mas onde o Benfica vestiu o fato de macaco e colocou o fato de gala no guarda-vestidos. Foi uma vitória do sofrimento, da garra e do querer, que atirou para trás das costas alguma fadiga que aparecesse.
Um Benfica onde as altas notas artísticas deram lugar ao pragmatismo dos campeões: quando não se pode esmagar, pelo menos há que ganhar. Mais 3 pontos no bornal, menos uma jornada para o fim, mais perto o título.
Com esta triologia no pensamento, o Benfica nem deu qualquer hipótese ao Nacional, que quase não deu trabalho a Quim. Agora, alguns dias para recuperar, permitem aparecer em Marselha, no Vélodrome, com a disposição de afastar os franceses. Basta, mais uma vez, vestir o fato de macaco. Foto: Duarte Sá (Reuters)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Calar o Vélodrome

Benfica - 1; Marselha - 1 (Liga Europa, oitavos, 1ª mão). Olhemos para este empate com o Marselha, na Luz, como ele deve ser olhado: um resultado que deixa tudo em aberto para a 2ª mão, no Vélodrome. É pouco, é fraco. É, mas sabíamos à partida, e Jorge Jesus não se cansou de o dizer, que a eliminatória ia ser “renhida”.
O Marselha foi aquilo que se esperava. O Benfica foi menos do que se esperava. Mesmo assim podíamos ter ganho a uma equipa que está a 3 pontos da liderança do campeonato francês. Não se trata já de um campeonato qualquer. É com certeza, hoje, um dos campeonatos mais competitivos da Europa.
Basta ver o Lyon, em 4º lugar, a eliminar da Liga dos Campeões o colosso Real Madrid. O Marselha tem tudo para regressar aos lugares de destaque da Europa do futebol, onde já esteve. O Benfica também tem tudo para isso.
O jogo da 2ª mão vai ser também “renhido” e a eliminatória decidida nos detalhes. Espera-se no Vélodrome (onde Portugal já foi eliminado da final do Euro 84, pela França de Platini) um Aimar em melhores condições, um Ramires menos preso de movimentos, um Saviola à Saviola, um Cardozo mais matador.
Foi pena o golo no fim. Um golo completamente inesperado e evitável, logo após a Ramires ter enviado um balázio à barra. O futebol é assim. Mas em Marselha o Benfica vai mostrar que, como há 20 anos, vai levar de vencida o “onze” francês. A caminho de Hamburgo. Foto: Armando França (AP/Photo)

terça-feira, 9 de março de 2010

O regresso de Manuel Barbosa


Manuel Barbosa regressou do baú para onde em Portugal costumam mandar aqueles que são catalogados de trapos velhos. Em entrevista “A Bola”, o mais carismático empresário do futebol português, responsável por algumas das mais bem sucedidas contratações do Benfica dos anos 80/90 – Valdo, Mozer, Isaías, Ricardo Gomes, Aldair (ai que saudades, ai, ai!) – fala de tudo, dessasombradamente como sempre.
O pretexto foi o Benfica – Marselha que aí vem, dado que Barbosa manteve ligações muito estreitas com os dois clubes – sendo que com a ligação ao Marselha de Tapie ia deitando tudo a perder, e de alguma forma foi responsável por este ocaso prolongado de Manuel Barbosa.
Fico contente por assistir a este regresso de Manuel Barbosa. E gostei de saber que foi convidado pela Direcção do Benfica para viajar até Berlim, para assistir ao encontro com o Hertha.
Como benfiquista, sempre achei que este empresário do futebol colocava acima dos seus interesses os interesses do Benfica. Manuel Barbosa era um romântico e um homem, acredito, íntegro. Julgo que continua romântico e íntegro. Aprecio isso.
Conheci Manuel Barbosa em circunstâncias particulares. Estava em Madrid, por motivos profissionais, quando o vi entrar no hotel. Nunca com ele tinha falado. Trocamos algumas palavras e disse-me que se ia encontrar com o Presidente do Real Madrid, na altura Ramon Mendoza, para negociar a transferência de Futre para os “blancos”.
Almoçamos no dia seguinte e recordo-me que nunca parou de falar do Benfica, da situação do Benfica, do futuro do Benfica. Mais que um empresário, era um benfiquista. Manuel Barbosa regressou. Ainda bem. Foto retirada de entrevista que o empresário deu ao jornal i, em 31 de outubro do ano passado (ver e ler aqui).

segunda-feira, 8 de março de 2010

Isto é Benfica!


Benfica – 3; P. Ferreira – 1 (22ª jornada da Liga). Quarenta e três mil pessoas. Domingo à noite. Jogo em canal aberto. Tempo instável a ameaçar chuva. Isto é Benfica. Um Benfica pujante dentro do relvado, excitante e eufórico fora.
A bem dizer, não se saber bem se é a equipa a puxar pelo público, se é o público a puxar pela equipa. Tem dias. O de ontem à noite foi a meias. A equipa puxou pelas bancadas e das bancadas veio o 12º jogador que nos vai levar de novo ao título.
Irmanados no mesmo sentimento e na mesma paixão. Com 3 pontos de avanço, agora é tempo de pensar no velho conhecido Marselha de tão boa memória. Saviola voltou ao golos e às exibições de gala, vai ser decisivo na quinta à noite.
Cardozo facturou de novo, já vai em 18 e promete continuar de pé quente. Di Maria, bem!, é uma gazua inesgotável de talento e génio – falta apenas limar um pequeno pormenor, o tempo ideal para meter o último passe.
Airton foi um gigante e, sob os olhos de Javi, merece aprovação e nota alta. É claro que será Javi a estar de serviço contra o Marselha. O resto foi mais do mesmo: uma intensidade alta e quase permanente. A arrumar a um canto um adversário enorme, 5º classificado, e que não perdia há 7 jogos.
Vem aí uma noite europeia. Que se espera seja das antigas. Foto: Francisco Seco/AP Photo

sexta-feira, 5 de março de 2010

Passivo virtuoso

Os mais de 300 milhões de euros que, segundo as últimas notícias, o Benfica tem de passivo parecem um grão de areia insignificante, ridículo, desprezível, quando comparado com o encaixe que o Benfica pode fazer nas vendas de Di Maria, David Luiz e Cardozo – tudo somado, fala-se em mais de 100 milhões de euros.
Ou seja, aquilo que parecia ser um assustador défice, não é mais do que um sinal cada vez mais claro de uma gestão inteligente, responsável, mas, como as geniais, ousada e no limiar do risco.
O caminho trilhado por Luís Filipe Vieira está em vias de se tornar um “case study” da gestão em clubes desportivos. Ousar arriscar, investindo não só em atletas mas no fortalecimento do Benfica Global, com a Benfica TV à cabeça, era a opção mais difícil, até do ponto de vista pessoal para o Presidente do Benfica.
Mas a outra opção, seguida pelo Sporting, por exemplo, era atentatória da história gloriosa do nosso clube. Vieira sabia e sabe que o futebol é aleatoriedade, é bola no poste e penálti mal marcado, mas teve a genialidade para equilibrar a entrada em força no mercado de jogadores com o lançamento de um projecto (Benfica TV), que lhe permite uma maior liberdade de movimentos em termos de receitas de transmissão televisiva, e a criação do “Stars Fund”.
Para colocar o passivo quase no zero (uma situação inédita ao nível dos grandes clubes mundiais), basta vender os 3 jogadores referidos e mais uns quantos, como Ramires e Luisão. Vieira não vai por aí.
Sabe que o investimento estratégico, pensado e planificado é a mola do sucesso do Benfica. Sabe que vem aí a Champions, com os seus milhões e mais os milhões das transmissões televisivas. Sabe que vêm aí as enchentes da Luz, mais os milhões de receita que isso traz em bilheteira e merchandising. Sabe isso tudo e pensou isso tudo. Há muito tempo.
Por isso, quem se alarma com o passivo do Benfica não sabe do que fala.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Divórcio consumado


Está cavado o divórcio entre o público português e a Selecção. Definitivamente? Isso só Carlos Queiroz poderá responder, porque só ele tem nas mãos o poder para que tal não aconteça.
A exibição decepcionante contra a China, em Coimbra, num particular que assinalou o pontapé de partida para a campanha no Mundial da África do Sul, acabou num registo impensável há anos atrás.
Um coro de assobios à Selecção e gritos de olés em apoio da equipa chinesa tornou o ambiente insuportável para os jogadores, que saíram de cabeça baixa, e para o seleccionador, que, na conferência de imprensa, podia ter sido bem mais diplomático para quem paga o seu bilhete.
Queiroz tudo tem feito, nos últimos tempos, para estimular um clima de divórcio à volta da Selecção e vamos a ver as consequências dos assobios de ontem em Coimbra. Não é compreensível que o seleccionador convoque 8 jogadores do fc porto e do Sporting, terceiro e quarto da Liga, para um jogo em que já devia ter um grupo mais ou menos escolhido para levar à África do Sul.
Fábio Coentrão, Quim, Nuno Gomes, Carlos Martins, Hugo Viana, João Tomás – tudo nomes com quem se tem de contar, a não ser que Queiroz seja, neste momento, uma marioneta nas mãos de outros, com fins inconfessáveis. Foto: Paulo Duarte (AP/Photo)

terça-feira, 2 de março de 2010

Desculpas de mau pagador

São as desculpas de mau pagador. O fc porto nunca soube ganhar e, garantidamente, não sabe perder. Quando em 2004/05 perdeu o campeonato para o Benfica de Trapattoni, os portistas logo trataram de arranjar desculpas. Primeiro foi o caso do jogo que o Benfica disputou com o Estoril no estádio do Algarve, uma mudança ao abrigo dos regulamentos e realizada com a anuência do clube estorilista.
Como se não bastasse, o Estoril vendeu cara a derrota, por 1-2, obtida quase a cair o pano. Logo, tudo legal e límpido, não como muitas vezes aconteceu com o fc porto, no passado, com equipas subservientes ao dragão a abrirem literalmente as pernas (e com arbitragens a condizer).
Depois, ainda se lembraram de uma eventual irregularidade do Hélder. Vejam lá os moralistas do dragão, que ficaram muito incomodados quando o Benfica, no seu pleno direito e pretendendo limpar a honra do futebol português, argumentou com o processo Apito Dourado para o fc porto ser penalizado pelo afastamento da Liga dos Campeões (como devia ser, num estado de Direito), tudo inventaram para ganhar aquele campeonato na secretaria.
Agora, com o campeonato a esvair-se entre os dedos (e a Liga dos Campeões também), agarram-se como lapas à desculpa do túnel. Ora, basta verificar que nos jogos sem Hulk, o fc porto perdeu 7 pontos para o campeonato – 2 com Paços de Ferreira, 2 com Leixões e 3 com Sporting.
Com Hulk, o fc porto perdeu 13 pontos – 2 com o Paços de Ferreira (1ª jornada), 3 com o Braga (1-0), mais 2 com o Belenenses (1-1), mais 3 com o Marítimo (1-0) e mais 3 com o Benfica (1-0). Vejam lá a falta que faz o Givanildo!!!

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