segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Algo completamente diferente

Foto: Reuters/Nacho Doce (Portugal Sport Soccer)

Ok. Eu sei que já passaram 2 dias, mas não me apeteceu escrever sobre um jogo que estava à partida sabotado. Sabotado?, perguntam vocês... Então não sabem em que país vivem? Julgam que há coincidências?

Peço para reflectirem. O sporting é um clube em morte lenta, como vaticinam ilustres sportinguistas, mas os anos em que julgou ser "grande" fez com que colocasse algumas peças em sectores-chave.

Na arbitragem, claro. De que clube é Vítor Pereira? Mas também nos mais diversos governos do país: quantos sportinguistas não detém e detiveram cargos ministeriais? E nas empresas públicas, como António Mexia, na EDP? E nas grandes empresas construtoras que dependem dos contratos do Estado? Digam-me de que clube é Jorge Coelho? E no mundo da comunicação social? De que clube é Joaquim Oliveira? E nos organismos do futebol? De que clube é Hermínio Loureiro

Isso pesa e pesa muito. Ora, num país como o nosso, onde o centralismo dita leis (e não há clube mais centralista, mais lisboeta, que o sporting), é impensável deixar cair um dos baluartes desse centralismo.

Logo, ao jeito salomónico, nomeia-se Pedro Proença, sabendo que ele é um experiente árbitro e tudo fará para que as coisas sigam o seu caminho natural. O caminho natural é não permitir que o sporting se afunde mais - o que uma derrota naturalmente acarretaria -, e dar a ideia que o clube está a recuperar.

Proença fez o seu trabalho, muito bem feito, e será beneficiado por isso. E tudo está bem quando acaba bem? Talvez, até um dia...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cuida-te Benfica, vem aí o "nosso" Proença

A nomeação de Pedro Proença para o sporting - Benfica de amanhã é mais um erro de "casting" de Vítor Pereira, mas é acima de tudo uma provocação para o Sport Lisboa e Benfica. É sabido que Proença, a quem um dia apelidei de "brilhantina man", tem um problema mal resolvido com o Benfica. Em 2003/2004, num Benfica - sporting, na Luz, resolveu inventar, aos 3 minutos, uma grande penalidade contra o Benfica, por inexistente falta na área sobre Elpídio Silva.
Mas na memória dos benfiquistas e dos adeptos de futebol em geral ainda deve estar bem fresca a invenção do penálti marcado contra o Benfica, o ano passado, por inexistente falta de Yebda sobre Lisandro Lopez. Continuo hoje convencido que se o Benfica, como tudo indicava, pois que faltavam 15 minutos para o fim do jogo e ganhávamos por 0-1, tivesse obtido os 3 pontos no dragão, ninguém nos tirava o título de campeão.
Amanhã, mesmo contra Pedro Proença, vamos ganhar e arrancar definitivamente para o título. Mas mais uma vez ficou patente a podridão do futebol português e a face visível (esta não é oculta) de um sistema moribundo mas que ainda estrebucha. Se Vítor Pereira, que no congresso dos árbitros há dias reconheceu o seu "sportinguismo", tivesse vergonha na cara já se tinha ido embora. Um dia terá de ser empurrado pela porta fora.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A cópia e o original

Quando faltam dois dias para se ficar a conhecer o árbitro do sporting-Benfica de sábado, regresso a um facto da semana passada que foi encarado pelos "media" como a coisa mais natural do Mundo: o "presidente" do sporting esteve presente, e foi orador, no congresso da APAF. APAF não quer dizer associação de profissionais da actividade financeira, quer dizer associação portuguesa dos árbitros de futebol. Estranho?

Não, para o universo desportivo português, incluindo o mediático, nada estranho, tudo normal. Que o "presidente" de um clube fale e disserte sobre árbitros e arbitragem perante o olhar embevecido dos homens do apito seria algo de surreal num país civilizado e normal. Em Portugal é normal e até elogiado.

À falta de melhor argumento, e se calhar aconselhado pela nova política de comunicação do clube, Bettencourt resolveu ir conviver com a classe que o sporting já apelidou de tudo, para quem até o seu ex-treinador chegou a pedir "ambientes hostis", e que já mereceu da agremiação do visconde um dia de luto. Para tornar a coisa ainda mais engraçada, Vítor Pereira, o "presidente" dos árbitros, afirmou alto e bom som o seu "sportinguismo".

Se não podes vencê-los, junta-te a eles, deve ter pensado o "líder" de uma agremiação que chama cretinos, anormais, terroristas aos seus associados - e, se calhar, com razão. Espera-se que este casamento de conveniência não dê para o torto no sábado.

Talvez seja a isto que Bettencourt chame "copiar" o modelo do FC Porto.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Um rabo para duas cadeiras

E agora algo completamente diferente! Levantemos a cabeça, fora com as depressões. Temos razões de sobra para continuar a onda de euforia. Senão, vejamos: em futsal passamos à final-four da liga dos campeões; em andebol seguimos em frente na UEFA e ganhamos para o campeonato; em basquetebol ganhamos e vamos em primeiro; em hóquei ganhamos para a Europa e para o campeonato e vamos em primeiro; em voleibol ganhamos e vamos em primeiro. Quem se compara connosco no Mundo inteiro? Ninguém. Comparado com isto, o que interessa uma taça que os nossos adversários, quando lhes interessa, dizem que é um prémio de consolação?

Há muitos anos atrás, há dezenas de anos atrás, um senhor do futebol mundial chamado Bella Gutmann, dizia que o Benfica "não tinha rabo para duas cadeiras". Gutmann foi o treinador do Benfica bi- campeão europeu. Em 61 e 62, nas duas finais ganhas ao Barcelona e ao Real Madrid, a fabulosa equipa do Benfica - uma das melhores do Mundo de sempre - não conseguiu ser campeã nacional na altura em que se sagrava bi-campeã europeia, tendo-se quedado por um 3º lugar. O que levou Guttmann a ter aquela célebre tirada.

Fora da Taça? E depois? No horizonte está o campeonato e a Liga Europa para conquistar. A camioneta ainda precisa de muitas afinações e não tem rodagem para 3 vias ao mesmo tempo. Antes do jogo com o Vitória de Guimarães estava muito preocupado com o jogo com o sporting. Agora estou menos. Foto: AP/Photo (Álvaro Isidoro)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

De regresso a casa...

Há pouco mais de um mês escrevi que Simão podia regressar mais cedo do que previsto a casa, ao Estádio da Luz, como podem confirmar aqui. Hoje, a capa do Record, é esta que todos podemos ver. E esta, hein?!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Queiroz, pé quente!

Carlos Queiroz teve um "feeling" e acertou: vamos ao Mundial de 2010 na África do Sul, depois de duas vitórias sobre a Bósnia-Herzegovina, pelo mesmo resultado (1-0).
"I´ve got a feeling" foi o mote para animar a malta no balneário e resultou. Há 4 jogos atrás, apenas uma minoria de portugueses acreditava neste final. Foi mesmo uma corrida contra o tempo e decidida no "photo-finish".

O pé frio de Queiroz virou pé quente e o outrora mal-amado da Federação tornou-se, quiça, no salvador de Gilberto Madaíl, que, assim, para mal do futebol português recebe uma injecção de ânimo para pensar em voltar a recandidatar-se.
O inferno da Bósnia, em Zenica, não foi de grandes labaredas. Comparado com o da Luz, no sábado passado, foi mesmo um inferninho de trazer por casa. Estes bósnios são mais de ladrar do que de morder. A selecção bósnia, coitada, no jogo da sua vida e da vida de um país com 14 anos, foi de uma pobreza confrangedora.

No batatal de Zenica, um campo miserável e impróprio para jogos da segunda divisão em Portugal, os bósnios não tiveram uma oportunidade de golo - uma única! e chutaram duas ou três vezes á baliza - se tanto! - em 90 minutos.
A velha raposa Blazevic é mais dada a coreografias rídiculas como aquela que exibiu ao entrar em campo do que a esquemas tácticos de sucesso. Devia olhar para o exemplo da verdadeira velha raposa Trapattoni e tentar aprender, ainda, alguma coisa.

Um bravo para os rapazes de Portugal, para as dezenas de portugueses nas bancadas, para a equipa técnica e para os poucos que acreditaram. E que ninguém se venha agora por em bicos de pé. Ouviu dr. Gilberto Madaíl? Foto: Armando França (AP/Photo)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

As razões da "nega" de Villas Boas

O processo falhado da contratação de André Villas Boas, treinador da Académica, para substituir Paulo Bento no comando técnico do sporting, ainda vai fazer correr muita tinta. Não por acaso, Jorge Nuno Pinto da Costa, que tem andado muito "low profile", resolveu, a propósito deste "caso", regressar à boca de cena para desmentir uma "notícia" que dava conta do dedo do fcporto na não consumação da transferência. O presidente do fcporto não se costuma preocupar com coisas menores.
Para ajudar ao enredo (que está longe do fim), eis o que se passou: André Villas Boas, entre um grupo muito restrito de pessoas com quem se aconselhou, falou com José Mourinho, seu mestre e guru. Como a vingança se serve fria (e a "vendetta" é uma tradição italiana) Mourinho lembrou-se do tempo em que "guerras internas" em alvalade travaram a sua ida para o sporting e aconselhou Villas Boas a ficar em "su sitio".
Acresce que o jovem treinador não gostou de ter sido tratado como mercadoria de segunda pelo novo director desportivo Ricardo Sá Pinto. Segundo sabemos, Sá Pinto "não teve tempo" para uma conversa pessoal com Villas Boas e, no breve contacto telefónico que manteve com o treinador da Académica torceu o nariz aos reforços pedidos. Verdade ou ficção? Foto: jornal "A Bola"

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

COIMBRA FOI UMA LIÇÃO

A Académica deu música ao sporting

Nestes últimos dias o sporting tem sido um tema apetecido de anedotas e dichotes. Poucas vezes um clube terá passado em tão pouco tempo por tão grande desvario e desnorte. Desde a inenarrável sequência de declarações de JE Bettencourt, que num clube a sério teriam levado imediatamente a eleições antecipadas, até à escolha de Carlos Carvalhal como o sucessor de Paulo Bento, o non-sense mais absurdo tem tomado conta daquela casa. Escrevo sobre o sporting num blogue do nosso Benfica porque aquilo que se está a passar em alvalade é algo que se poderia passar em qualquer outro clube. Como aqui já escrevi, os clubes não são eternos. O processo de sucessão de Paulo Bento deve ser estudado por todos aqueles candidatos, proto-candidatos ou pseudo-candidatos a líderes de qualquer coisa, porque em poucas horas Bettencourt conseguiu escrever um compêndio sobre como fazer tudo errado quando havia margem de manobra para fazer tudo certo. Bettencourt meteu o sporting noutra enorme trapalhada. Pós humilhação às mãos do Bayern, o sportinguista Eduardo Barroso disse que o sporting já não era um clube grande; há dias, na “A Bola”, Miguel Sousa Tavares escreveu que o sporting está em processo de morte lenta. Concordo com os dois. A eleição de Bettencourt foi um erro histórico, que o sporting está a pagar e vai pagar ainda mais. Qualquer manual sobre o perfil de um líder é inequívoco na avaliação do presidente do sporting: não tem características de liderança. Bettencourt, aliás, tem feito os impossíveis para confirmar esta tese. A contratação do novo treinador foi mais um processo que envergonharia qualquer clube dos distritais do futebol português. Em poucas palavras, a questão é esta: André Villas Boas, um neófito treinador, sem nome, sem currículo, sem nada, recusou abrir um braço de ferro com a Académica, histórico clube mas hoje no último lugar do campeonato, para ir treinar o sporting. Bettencourt e o Sporting levaram um rotundo não na cara de Villas Boas e da Académica. Esta é, resumidamente, a história desta falhada contratação. Seguiu-se uma segunda escolha – o desempregado Carlos Carvalhal. O ex-treinador do Marítimo, de onde foi corrido por triste e má figura, chegou a ganhar alguma aura no seio da “geração Mourinho”. Mas essa aura perdeu-a depressa por claro défice de competência e de liderança. Repito: o que se passa no sporting podia acontecer noutro clube. O Benfica já elegeu presidentes que nunca foram líderes, como Damásio, João Santos, Jorge de Brito, Manuel Vilarinho, e passou uma fase dramática na era de Vale e Azevedo. Mas, na hora da verdade, os benfiquistas souberam perceber que era preciso uma liderança forte, carismática, credível e mobilizadora, para agarrar no testemunho da fase de transição de Manuel Vilarinho. Os benfiquistas, que também já cometeram “erros históricos” mas souberam ultrapassá-los, perceberam que só um homem como Luís Filipe Vieira, cujas características de líder são inquestionáveis, estava à altura de comandar um clube da dimensão do Sport Lisboa e Benfica. O que se passa no sporting e o que se irá passar no fc porto pós-pinto da costa, é algo que não nos deve passar ao lado. Construir aquilo que se construiu depois dos anos catastróficos de Vale e Azevedo é algo de muito difícil – eu diria que, sem Vieira seria impossível. Mas destruir é fácil, muito fácil. Numa altura de euforia, os benfiquistas não se podem deixar inebriar. Ainda há muito caminho para caminhar, muito projecto para concluir, muitas vitórias e troféus para ganhar. Nada é irreversível. Olhando para o estado comatoso em que se encontra o sporting e perspectivando o caos no pós-pintismo, temos de estar eufóricos pelas nossa clarividência de termos eleito um líder para o presente e para o futuro. Um líder que soube escolher e contratar um líder para o relvado.

Post-Scriptum: O funeral de Robert Enke foi um momento único de pesar como poucas vezes vi no futebol. Em poucos anos, o Benfica vê desaparecer dois “monstros” da sua baliza: Bento e Enke. Como a grandeza também se vê na tragédia, gostava que imortalizassem na Luz a memória destes dois gigantes da nossa baliza. Como fizeram com Miki Fehér.

Obs: este post foi hoje escrito por mim no blogue "Novo Benfica", e que quero agora partilhar com os meus leitores de "O INFERNO DA LUZ".

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Enke: eterna saudade

Estiveste 3 anos no Benfica, de 1999 a 2002, o que naqueles anos loucos de dezenas de entradas e saídas, foi um marco assinalável. Tiveste 3 treinadores portugueses - Toni, José Mourinho e Jesualdo Ferreira - e 1 alemão, Jupp Heynckes, pela mão de quem chegaste à Luz.
Vieste para fazer esquecer Preud´homme, o que seria tarefa impossível para quem quer que seja. Naquelas 3 épocas o Benfica teve classificações decepcionantes: 3º, 6º e 4º e eliminações prematuras na Taça de Portugal. Porquê, então, quando nos recordamos de um "grande" da baliza no Benfica, os nomes que nos vêm logo à cabeça são: Bento, Preud´homme e Enke?
Meu caro Robert, lá onde estás mando-te um abraço de eterna gratidão pelo amor que tinhas ao Benfica, e que ainda recentemente tornaste público, dizendo, até, que querias acabar a carreira na Luz e regressar definitivamente a Lisboa.
Eu sei que no Benfica e em Lisboa encontrarias a paz, a alegria, a tranquilidade que desde algum tempo te faltava. Acredita que nunca te esqueceremos e no nosso cantinho do Terceiro Anel serás sempre uma eterna saudade.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Bomba no autocarro


Reuters/José Manuel Ribeiro (Portugal Sport Soccer)

Benfica – 1; Naval – 0 (10ª Jornada da Liga Sagres). E foi mesmo à bomba! Aquela cabeçada de Javi Garcia não levava velocidade de cruzeiro, mas foi letal, mortífera e justiceira. E as armas em boas mãos são para ser usadas sem hesitações. A Naval de Inácio não colocou um autocarro qualquer à frente da baliza de Peiser, colocou um importado de Inglaterra, de dois andares e, quase, à prova de bala.
Mas o espanhol Javi Garcia, à boa maneira da ETA, fez implodir aquela muralha de aço que teimava em aguentar todas as detonações. Di Maria, Saviola, Nuno Gomes, Aimar, Weldon, Coentrão, e, Maxi, mais Ruben, e, claro, Javi Garcia, fizeram dos 90 minutos de ontem um autêntico tiro ao boneco.
Peiser, o guarda-redes da Naval, depois da exibição de ontem, não vai ficar muito tempo na Figueira da Foz. Merece mais descanso durante os 90 minutos e, sempre pode contar aos netos a extraordinária exibição que fez naquela noite de 9 de Novembro de 2009.
Quanto ao Benfica, a equipa foi igual a si mesma. Avassaladoramente ofensiva, como o tinha sido em todos os outros jogos em casa e fora. Contra a Naval, a única diferença foi que o golo demorou a chegar.
Se o primeiro tem entrado naquele livre superiormente marcado por Di Maria, a Naval sairia da Luz como mais uma vítima de goleada aos pés do Benfica. Muito se fala das ausências de Cardozo e de Ramires.
Julgo, porém, que estes dois jogadores, sendo fundamentais, foram bem substituídos e o Benfica não perdeu dinâmica, nem ritmo de jogo. Aliás, repito, tivesse a bola entrado nos primeiros 15 minutos, como esteve várias vezes para acontecer, e a goleada era uma certeza.
Apenas um reparo: fiquei um pouco surpreendido com a opção de Jesus na primeira substituição, ao tirar Nuno Gomes, fazendo entrar Weldon. Sempre acreditei que, ainda com 0-0, o nosso treinado, como já tem mostrado, pudesse ter tirado Maxi ou Ruben.
Seja como for, tudo está bem quando acaba bem.

Homem do jogo: Javi Garcia

domingo, 8 de novembro de 2009

E tudo o Bento levou

A demissão de Paulo Bento do comando do sporting confirma aquilo que já se sabia há muito: há uma guerra civil instalada em alvalade. O problema para o sporting é que Paulo Bento não era o principal problema.

Expliquemo-nos. A questão central reside na falta de liderança do sporting. José Eduardo Bettencourt pode ter certamente muitas qualidades; pode não receber lições de sportinguismo de ninguém; mas não é, com toda a certeza, um líder nato.

Aliás, a rábula por detrás da saída de Paulo Bento revela todo um compêndio de agir de Bettencourt. Como se lembram, o presidente sporting começou por dizer, antes das eleições que para ele Paulo Bento era forever (sempre), para depois dizer que forever era o sporting e que não se sentia refém daquela afirmação. Mais tarde, apareceu a dar um voto de confiança a Paulo Bento, em Alcochete, cujo aperto de mão foi registado pelos fotógrafos, após o jogo do marítimo e numa altura em que, segundo Bento, este já tinha decidido deixar o sporting. Ou seja, um puro exercício de hipocrisia e, porque não dizê-lo, “traição”.

Agora que Paulo Bento deixou alvalade, Bettencourt diz que “never” despediria Paulo Bento (que raio de mania tem o presidente do sporting de utilizar expressões em inglês), mas, curiosamente, aceitou o pedido de demissão.

Paulo Bento, por seu lado, disse que há mais de 4 meses está a mais em alvalade. Ou seja, desde que Bettencourt foi eleito. Bettencourt dispara para dentro do sporting, fala em terrorista e ameaça notáveis com palavras duras.

Os sportinguistas é que sabem, mas ou muito me engano ou esta história está longe do fim e não vai acabar nada bem. A seguir com interesse os próximos episódios.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Reviver o passado em Liverpool

Reuters/Nigel Roddis (BRITAIN SPORT SOCCER)


Everton – 0; Benfica – 2 (fase de grupos da Liga Europa). Goodisson Park, o estádio do Everton, continua a ser talismã para o futebol português e benfiquista, em particular. O mítico estádio inglês onde a selecção dos Magriços, maioritariamente formada por jogadores do Benfica e onde evoluiu o famoso quinteto atacante – Coluna, Simões, Torres, José Augusto e Eusébio – viu uma espantosa exibição contra a Coreia, fez uma espécie de regresso ao passado.

Até a homenagem a Eusébio pareceu estar enquadrada nesse espírito revivalista dos anos 60, com música dos Beatles em pano de fundo, ou não estivéssemos em Liverpool, a terra dos “fab four”.

Foi, assim, uma noita à antiga. Em Inglaterra, onde o Benfica tem um cartel sem igual, muito dos por culpa de Eusébio e da equipa dos anos 60, mas também pelas grandes vitórias que em tempos mais recentes tem alcançado em terras de Sua Majestade.

Estou a lembrar-me, por exemplo, da goleada ao Arsenal, no prolongamento, nos anos 80, e na vitória, há poucos anos, em Anfield Road, frente ao Liverpool.

Depois da derrota em Braga, nas circunstâncias estranhas, anormais e ilegais, em que se consumou, era com alguma expectativa que se esperava a reacção do Benfica de Jorge Jesus, contra uma equipa da primeira metade da tabela da Premiership.

O Everton não era nenhum Ventspils, nem nenhum Apoel, mas Jorge Jesus montou uma equipa ambiciosa, num 4-4-2, com dois extremos rápidos, Di Maria e Coentrão, a servir Cardozo, com Saviola nas costas.

Os primeiros 45 minutos não foram fáceis, mas pertenceram ao Benfica as melhores ocaisão, como num cabeceamento de Cardozo à trave, seguido de um remate de Saviola para grande defesa de Tim Howard, o guarda-redes do Everton.

Na segunda parte, sem Ramires, lesionado, Jesus fez avançar Ruben Amorim e entrar Maxi Pereira para o lugar de defesa-direito. O Benfica ganhou peso, num relvado em más condições, mas não perdeu acutilância.

Não foi assim surpresa ter chegado ao 1-0 e ao 2-0, após a entrada de Pablo Aimar, que veio “matar” o jogo, com os seus passes curtos sempre em progressão. Quem julgava que a equipa do Benfica ia colapsar depois de Braga, pode esperar sentado, ou deitado.

Homem do jogo: Saviola

O INFERNO nos Jornais

in "Jornal de Notícias", de 5 de Novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A propósito do título de Juniores

ENTROPIA JURÍDICA
PARA ACABAR DE VEZ
COM O CONSELHO DE JUSTIÇA
Um País que possui nos seus quadros humanos pessoas que não sabem escrever, em pouco tempo atingirá a miséria.
Um País que não sabe apreciar e valorar adequadamente os comportamentos dos outros, em pouco tempo torna-se num lamaçal.
Um País em que cada um, homem ou mulher, sobe pelo que tem entre as pernas e não pela sua capacidade intelectual, virará um salão erótico nacional.
Um País que não sabe o que quer e entretêm-se a construir capítulos novelescos sobre cochichos, transformar-se-á numa telenovela.
Há regras! Deve haver regras! É verdade que todos já percebemos que o Direito e a Justiça, somos nós – os Homens -. É verdade que as carreiras jurídicas tentam controlar os outros através das suas leis corporativas e se não o conseguirem fazer, começam a exercer o seu lobby dominador através de interpretações jurídicas e de crenças culturais.
Por isso, - povo que lavas no rio-, o Direito é aquilo que cada um quiser! As regras são apenas as da competência, as do bom senso e da isenção cerebral e emocional.
O Acórdão do Conselho de Justiça que dá parcial provimento ao recurso do Sporting, fazendo com que lhe seja atribuído o título de juniores da época 2009/2010, é uma autêntica miséria.
Primeiro, porque considera que o CD das gravações vídeo só junto em recurso, não viola o direito de defesa do Benfica – vergonhoso -.
Em segundo, porque altera os factos dados como provados pelo instrutor do processo, sim, pasme-se, altera os factos a seu bel prazer. Um “tribunal de recurso final”, procede a alteração de matéria de facto – vergonhoso -.
Em terceiro esse mesmo “tribunal de recurso (Conselho de Justiça) -, aprecia os depoimentos dos elementos da GNR e dá-lhe a interpretação que quer – vergonhoso.
Em quarto, considera agora provado que, um elemento do grupo da claque do Benfica afirmou “nós viemos aqui para acabar com isto”. Vejam só, que no meio de tanta gente, apenas se ouviu o que um disse, nem sequer o identificando – Isto é vergonhoso.
Em quinto, pasme-se, a relatora chumbou em 1999 a um concurso para inspectora estagiária da Polícia Judiciária, Diário da República número 102, de 3/5/2000, pág. 7730, Aviso 7583/2000, 2ª Série. Mas não fez exame para entrar no Conselho de Justiça! E chumbou no exame escrito – 1ª prova -, nem à entrevista teve direito a ir!
Pouco me interessa que a dita relatora seja Mestre em Direito, aliás como eu, dando aulas em regime de exclusividade na Universidade Autónoma de Lisboa, exclusividade que pelos vistos não abrange o Conselho de Justiça.
Pouco importa, que a referida senhora Mestre, seja especialista em Direito Público e decida casos de Direito Disciplinar e Processual Disciplinar.
Pouco importa que a referida senhora Mestre, seja assessora do Presidente do Tribunal de Contas. O indesmentível é que chumbou na prova escrita para inspectora da PJ.
Ficamos a saber que os critérios de exigência na PJ são maiores que os das Faculdades e muito maiores que os do Conselho de Justiça. Parabéns PJ! Fizeste um serviço ao País!
O único problema é que lendo e relendo a decisão, a mesma padece de uma rede de incongruências, erros, apreciação de matéria de facto, enfim…uma ode ao que não deve ser o Direito.
Tribunais Desportivos já!

Pragal Colaço
Jurista

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A propósito das contas do Benfica

SAD: Administração equaciona aumento de capital

Falência ameaça Porto

A Sociedade Anónima Desportiva do Futebol Clube do Porto está à beira da falência técnica. Esta situação encontra-se espelhada no relatório e Contas consolidado referente ao primeiro semestre de 2008, divulgado no site da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A própria administração, presidida por Pinto da Costa, dá conta da situação e estuda duas soluções; ou a redução do capital social (75 milhões de euros) para um montante não inferior ao capital próprio (16,3 milhões), ou a realização pelos sócios de entradas para reforço da cobertura de capital.

Segundo o artigo 35 do Código das Sociedades Comerciais, quando os administradores verificarem que metade do capital social se encontra perdido, deverão convocar de imediato uma assembleia geral para informar os sócios da situação. Considera-se estar perdido metade do capital social quando o capital próprio for igual ou inferior a metade do capital social.

No caso da SAD portista, os capitais próprios totalizam 16,3 milhões de euros para um capital social de 75 milhões e um passivo total superior a 152 milhões.

Os próprios auditores das contas da SAD – a Deloitte & Associados – se mostram preocupados. Num comentário às contas do primeiro semestre, os auditores referem a perda do capital social e salientam ainda o facto de existir "um fundo de maneio negativo", bem como dívidas "a instituições de crédito com vencimento em 2009 no montante de 61,2 milhões de euros, presentemente em fase de renegociação".

A Deloitte diz que o futuro da SAD dos dragões está dependente "da manutenção do apoio financeiro de terceiros, em particular das instituições financeiras, bem como do sucesso futuro das operações, incluindo o resultado da alienação de direitos de inscrição desportiva de jogadores".

O resultado líquido da SAD portista no primeiro semestre de 2008 foi de 1,4 milhões de euros negativos.

ESTRUTURA ACCIONISTA DO FCP SAD

Futebol Clube do Porto: 40%

Chamartin Imobiliária (Jaime Lopes, CEO): 18,12%

António Oliveira: 11,01%

Joaquim Oliveira; 10,01%

Jorge Nuno Pinto da Costa: 1%

20% divididos por diversos accionistas com posições minoritárias

PLANTEL DO PORTO ESTÁ AVALIADO EM 64 MILHÕES

O relatório e contas da SAD do FC Porto avalia o plantel dos dragões, no final de 2008, em 64,2 milhões de euros. No mesmo documento refere-se que, nos últimos seis meses de 2008, a venda de jogadores rendeu 18,4 milhões (líquidas de custos de intermediação). Só a venda de Quaresma ao Inter valeu 24,6 milhões, deduzidos das comissões pagas aos empresários envolvidos no negócio. Desta transacção o Chelsea recebeu cinco milhões e o Sporting dois milhões.
in "Correio da Manhã" (Março de 2009)

domingo, 1 de novembro de 2009

A história repete-se, como farsa ou tragédia

(AP/Photo Paulo Duarte)

Braga – 2; Benfica – 0 (9ª Jornada da Liga). O que é que une os dois árbitros dos últimos dois jogos do Benfica? Ambos pertencem à Associação de Futebol do Porto. Ambos são árbitros bem relacionados no “sistema” do futebol português.

O que é que os divide? Um, Vasco Santos, está a iniciar uma promissora carreira na arbitragem. Pelo seu mérito e competência? Nada disso. Pela sua vulnerabilidade aos poderes ocultos, ou será “faces ocultas”?, que dominam os bastidores do nosso futebol há mais de duas décadas.

O outro, Jorge Sousa, é já um árbitro reconhecido, com provas dadas e considerado um dos melhores da actualidade. Pelo seu mérito e competência? Nada disso. Pela sua “experiência” em prejudicar o Benfica.

Jorge Sousa já é da velha guarda e não se deixa cair em “roubos” à luz do dia, isso fica para os mais ingénuos, como Vasco Santos. Sousa tem mais habilidade, por isso os maiorais do “sistema” elegem-no como o melhor.

Golo do Benfica? Nada disso. O olho de lince de Jorge Sousa descortina um levezinho toque da mão de Cardozo na camisola do defesa do Braga e, zás, há que anular o golo. Quem se atreve a contestar as elucidativas imagens.

E os amarelos escolhidos a dedo? Fábio Coentrão, claro, para inibir logo o lateral esquerdo adaptado e permitir que o Braga entre por ali. Amarelo a Javi, pois claro, para não permitir que o espanhol seja o tampão que tem sido para as equipas adversárias. E amarelo também a David Luiz e a Luisão, para vulnerabilizar o centro da defesa do Benfica. Três defesas, três amarelos, mais um amarelo para o médio defensivo.

É esta ciência de arbitrar que faz os melhores. João Pereira, no início da segunda parte, varre Di Maria junto à área, falta marcada, mas onde estava o segundo amarelo e a expulsão do defesa direito do Braga? No bolso de Jorge Sousa, pois então.

Confusão à entrada do túnel do Braga. O que se vê? Agressão de Mossoró e de outro jogador do Braga a Cardozo. Expulsos? Nada disso. Jorge Sousa expulsa Leone e Cardozo, a arma mais letal do Benfica. Lá está, isto é de árbitro de primeira.

Jorge Sousa é um “exemplo” para a arbitragem portuguesa. Sabe tudo. Ele é o digno sucessor de Calheiros e Martins dos Santos. O seu colega Vasco Santos, que validou aquele excelente golo do Nacional na Luz, ainda tem muito que aprender, mas chega lá. São dois árbitro com um mesmo destino – prejudicar o Benfica.

Homem do jogo: o árbitro Jorge Sousa



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