terça-feira, 30 de setembro de 2008

Freddy Adu e Fábio Coentrão


Com a escassez de opções para o ataque com que o Benfica se depara para o jogo com o Nápoles, 5ª feira, para a segunda-mão da Taça UEFA, na Luz, lembrei-me de Freddy Adu e de Fábio Coentrão. O primeiro está emprestado por uma época ao Mónaco, da Ligue 1, de França, o segundo também se encontra emprestado, mas ao Saragoça, da Segunda Divisão de Espanha.
Nenhum deles está a ser feliz. O norte-americano, vedeta do soccer e autêntico produto de marketing, não conseguiu no Benfica impor-se, nem como jogador nem como potencial trunfo mediático para a atracção de espectadores e compradores de camisolas.
O segundo, internacional português de enormes potencialidades, que brilhou a alto nível no Rio Ave, foi infeliz na Luz, sentiu o peso da camisola. Jovem como é (tem 20 anos) talvez não tenha tido o acompanhamento adequado e foi lançado cedo às feras. Depois do empréstimo ao Nacional da Madeira, que não correu mal, novo empréstimo, agora ao Saragoça, envolvido na transferência de Pablo Aimar, que parece estar a ser mais problemático.
Numa equipa francesa, treinada pelo antigo central brasileiro do Benfica, Ricardo Gomes, que se enterra na classificação, ocupando o 13º, com 7 jornadas disputadas, Freddy Adu jogou apenas 4 jogos e só num foi titular. Golos zero, sendo ele um atacante.
Quanto a Fábio Coentrão, a história não é melhor, é diferente. O Real Saragoça também se encontra mal classificado, ocupando a 6ª posição, com cinco jornadas decorridas, fora da zona de subida. O jogador português ainda não jogou qualquer minuto, tendo sido já sancionado disciplinarmente por ter sido apanhado a horas impróprias num lugar de diversão.
Adu e Coentrão têm valor suficiente para se imporem. O primeiro ainda não deve estar adaptado ao futebol e à vida na Europa. Será que algum dis estará? O segundo é um jovem com largo futuro, mas precisa de se comportar como um verdadeiro profissional. O Benfica, que muito apostou nos dois, deve estar atento ao que vão (ou não vão) fazendo no Mónaco e em Saragoça. É que a continuarem assim, o mais certo é regressarem mais cedo a casa, isto é, à Luz. E esse deve ser mais um problema para Rui Costa resolver.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Caiu a máscara a Duarte Gomes

A máscara caiu ao árbitro Duarte Gomes. O homem que arbitrou o Benfica – Sporting vem dizer ao jornal “Record” que no lance entre Postiga e Yebda, que todos os comentadores, analistas e ex-árbitros, disseram ter havido penálti contra o Sporting, afinal “pareceu-lhe” que “houve carga anterior” do benfiquista sobre o sportinguista. Desenganem-se, leram bem, Duarte Gomes disse mesmo o que acabei de escrever, reproduzindo o “Record”.
Não é grave um árbitro errar. Errar é humano. Não é grave um árbitro pedir desculpa. É sinómino de carácter. O grave é mentir. Porque isso significa que agiu voluntariamente, com má fé.
Duarte Gomes já teve tempo de, desde o final do jogo, até ontem ter visonado dezenas de vezes o lance entre Postiga e Yebda, ao cair o pano da primeira parte. Se vem agora afirmar que marcou falta de Yebda sobre Postiga porque lhe “pareceu” que o meio campista do benfiquista carregou primeiro o avançado do Sporting, das duas uma: ou está a mentir ou precisa urgentemente de óculos bem graduados. E nas duas situações, Vítor Pereira, o presidente do Conselho de Arbitragem, só tem um caminho: aconselhar Duarte Gomes a abandonar a arbitragem.
Este árbitro lisboeta tem boa imprensa. A sua arbitragem no Benfica – Sporting foi considerada exemplar. Nada mais falso. Quer-se de novo branquear uma arbitragem como se fez no caso de Jorge Sousa, o árbitro do Benfica – FC Porto.
Ora, só para exemplificar, aqui vão alguns exemplos da grande arbitragem de Duarte Gomes: 1 – Postiga em fora-de-jogo fica isolado, quase marca se não fosse o corte in extremis de Sidnei; 2 – pontapé por trás de Rochemback em Reyes, sem sanção disciplinar; 3 – agarrão de Postiga a Yebda, ficando uma grande penalidade por marcar; 4 – Tonel agarra Cardozo, quando este fugia para a área, sem sanção disciplinar; Moutinho carrega com dureza Reyes, sem sanção disciplinar.
Perante este cenário, Duarte Gomes bem fazia em manter-se calado. Mas, pelos vistos, a consciência pesada obrigou-o a dar um tiro no pé.

domingo, 28 de setembro de 2008

Coragem vence fanfarronice

A vitória sobre o Sporting, terminando com um jejum de 3 anos sem ganhar na Luz aos leões, vem confirmar que o comando técnico está bem entregue a Quique Flores, que a política de contratações foi acertada, que a metodologia de treino é a correcta. É verdade que é fácil dizer isto depois de uma vitória concludente por 2-0 frente ao velho rival, mas a forma como o treinador espanhol tem vindo progressivamente a implementar uma filosofia de jogo baseada numa grande força ofensiva é merecedora dos maiores encómios. E depois há Pako Ayestaran. O preparador-físico, cujo renome internacional foi colocado em causa no final do jogo com o F.C. Porto, tem uma boa dose de responsabilidade. A força com que a equipa veio para a 2a parte, colocando o Sporting lá atrás, encostado às cordas, revela boa saúde física. Aliás, aos 30 miinutos de jogo, o Benfica já tinha corrido mais de 14km, enquanto o Sporting se ficava pelos 10km.
A 3a menção vai para equipa. O Benfica foi bravo, teve "ganas", como gosta de dizer Quique, correu, lutou, aqui e ali sem muito discernimento, com muitos passes falhados, mas não teve medo de falhar, de arriscar. Esta é uma grande transformação relativamente aos últimos anos. O Benfica dos últimos anos tinha medo, a bola queimava nos pés dos jogadores, ninguém arriscava, todos tinham medo de falhar. Isso acabou. Esta é mais uma vitória de Quique. A força mental que a equipa demonstra é fruto do trabalho que o treinador espanhol e a sua equipa têm realizado.
Mesmo contra o velho rival, no clássico dos clássicos, Quique não teve receio de lançar uma dupla de centrais de 19 anos que jogava o seu 1º dérbi: Miguel Vítor e Sidnei. O que se pode dizer é que foram insuperáveis. Luisão vai ter agora de suar para regressar ao seu lugar.
A gestão que Quique tem feito do plantel é de aplaudir. Isso só é possível porque há muitas soluções. Mesmo deixando Urreta e Balboa na bancada, o treinador espanhol ainda pôde lançar Aimar e Di Maria, sem nunca abdicar de jogar para a frente.
O único lapso, que emendou ao intervalo, teve a ver com a titularidade de R. Amorim em detrimento de Katso. Com a entrada do grego na 2a parte, o Benfica estabilizou o jogo a meio campo e pôde partir com mais consistência e controlo de bola para o ataque.
Reyes, autor do 1º golo, que foi também o 1º com a camisola encarnada, está talhado para marcar nos grandes jogos, foi assim no Arsenal e no Real Madrid.

Notas finais:
1ª - significativa a euforia de Quique a comemorar os golos e o bom ambiente entre os jogadores do Benfica que se abraçaram no final da partida;
2ª - Quique trocou o fato de treino com que se sentou no banco em Paços de Ferreira pelo fato e gravata. Lá se foi a superstição.
3ª - A fanfarronice de Paulo Bento teve resposta à altura de Quique, ao dizer que preferia ser humilde, e do Benfica, com uma vitória por 2-0. Se calhar o Sporting começou a perder pela boca de Paulo Bento. Foto: José Manuel Ribeiro (Reuters)

Ficha do jogo
4ª Jornada
Benfica - 2; Sporting - 0
Estádio da Luz
Árbitro: Duarte Gomes (AF Lisboa)
Golos: Reyes (67 min.) e Sidnei (72 min.)
Benfica: Quim; Maxi, Sidnei, Miguel Vítor, Jorge Ribeiro; Ruben Amorim (Katsouranis ao intervalo), Carlos Martins, Yebda, Reyes (Di Maria, aos 75 min.); Nuno Gomes (Aimar, aos 69 min.) e Óscar Cardozo.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Jesualdo "imita" Pedroto

Na década de 70, foi José Maria Pedroto que encontrou a fórmula para tentar convencer os adeptos de que o FC Porto era prejudicado pelas arbitragens. Ficou célebre a tirada “roubos de igreja”. Mas a estratégia de Pedroto visava mais longe. A ideia era criar um sentimento de revolta a Norte pelo exarcebado centralismo português centrado em Lisboa e que, por via disso, protegia Benfica e Sporting. “Quando passamos a ponte já estamos a perder”, foi outra das frases marcantes do então treinador portista.
Unir as tropas em torno de um objectivo – combater o “inimigo” a Sul – foi uma estratégia que deu frutos. O “sistema” criado nesta base e burilado por Jorge Nuno Pinto da Costa alargou-se a outras vertentes e a outros aerópagos.
Por uma questão comportamental ou por incompetência, os presidentes de Benfica e de Sporting foram incapazes de responder à letra. Deixaram que o poder se instalasse no Porto, com toda a sua corte de pequenas e grandes manigâncias. E assim se mantém há mais de 20 anos.
Os ventos, no entanto, estão a mudar. Não é, por isso, de estranhar que Jesualdo Ferreira queira “imitar” José Maria Pedroto. A matéria é séria de mais para acharmos cómica a comparação.
Ontem, Jesualdo veio dizer que o “Apito Dourado” está a condicionar os árbitros, prejudicando o FC Porto e favorecendo os outros dois grandes, e que não aceita ser vítima desse processo. Com três jornadas decorridas, o treinador do FC Porto, que tem os mesmos pontos do Benfica, não encontrou melhor exemplo para o que acabava de dizer do que nomear um lance na área do Rio Ave, em que supostamente a bola foi à mão do jogador vila-condense.
Fraco demais como justificação, até porque, no mesmo jogo, uma entrada por trás de Lucho sobre Semedo podia ter tido graves consequências disciplinares para o portista.
Das duas uma, ou Jesualdo quer “imitar” Pedroto, o que me parece soberba, (e as cópias são sempre bem piores do que os originais), ou os ventos de mudança estão mesmo a abalar o universo portista. Mas, o problema é que a história não se repete, nem o regresso ao passado é já possível.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Quim e outras histórias

Quim está nas bocas do Mundo benfiquista. O guarda-redes do Benfica, titular da Selecção Nacional, está a viver a sua fase de maior exposição mediática, ele que sempre teve um perfil “low profile”.
As razões podiam ter a ver com a sua ascensão, finalmente, a nº 1 da baliza de Portugal, conseguida com muito mérito. Mas não. Os golos mal sofridos contra a Dinamarca, no jogo de apuramento para o Mundial de 2010, em Alvalade, e contra o Paços de Ferreira, na segunda-feira, para a Liga, acabaram por o colocar sob as luzes dos holofotes.
Julgo que o “timing” para esta exposição não é inocente (sábado há jogo contra o Sporting), e por isso andará bem Quique Flores em manter Quim longe deste "fogo", evitando que ele vá a alguma conferência de imprensa. E depois, sábado, só o pode por a titular. Andaram bem os jogadores do Benfica que o apoiaram no balneário, como revela hoje o “Correio da Manhã”.
Quim nunca teve a vida fácil. Em Braga, onde jogou durante 10 anos consecutivos e chegou a “capitão” e referência máxima, teve de aceitar a titularidade de Rui Correia, antes de assumir o lugar. No Benfica, onde chegou há 5 anos, no primeiro dividiu a baliza com Moreira, no segundo ficou à sombra de Moretto, e só a partir do terceiro pegou de estaca.
Mas o “caso” Quim é apenas um pretexto para abordar uma questão que não tem a ver com o guarda-redes do Benfica mas com o futebol português. É sabido que temos problemas de formação em todos os sectores do campo. Na baliza, a realidade é igual.
Faltam-nos guarda-redes com a estatura física necessária para sermos mais competitivos. Isto não tem a ver com Quim, um guarda-redes de qualidades excepcionais, o melhor guarda-redes português, que já merecia há muito ser titular da Selecção. Esta questão tem a ver com o problema da formação em Portugal – um problema estrutural e de fundo.
Vejamos, Quim tem 1,84 cm de altura, a mesma altura de Moreira, Rui Patrício, do Sporting, tem 1,88 cm. No entanto, Stojkovic tem 1,95; Petr Cech, do Chelsea, 1,97 cm; Van der Saar, do Manchester United, 1,97 cm; Dida, do Milan, 1,96 cm; Toldo, do Inter de Milão, 1,96 cm; Abbiati, do Milan, 1,91 cm.
É certo que Casillas, do Real Madrid, tem apenas 1,85 cm, Valdés, do Barcelona, 1,86 cm, e Júlio César, do Inter, 1,86 cm, embora tudo acima de Quim e abaixo de Rui Patrício. O curioso é que Nuno Espírito Santo, com 1,90 cm, é suplente no FC Porto.
O que é que quero dizer com isto? Simples, o futebol português tem de apostar em formar jovens com altura para ocuparem as nossas balizas. Falhar nas bolas altas não é sinónimo de falta de qualidade ou de menor concentração, é simplesmente, a mais das vezes, uma questão morfológica.
Não é por acaso que os treinadores das grandes equipas europeias querem agora, também, laterais altos. É que o futebol moderno decide-se muito nas bolas paradas e nos lançamentos para a área – aqui, o Benfica tem outro problema, dois laterais baixos, como Maxi e Léo. O tempo de Bento já lá vai.
Post-Scriptum: Isto também tem a ver com Quim. Porque é que o guarda-redes do Benfica é o único a utilizar uma camisola sem as 3 estrelas em cima do emblema? Desleixo, incompetência ou distracção? E porque é que Quim não reage e chama a atenção?

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Com "ganas"

Nuno Gomes parece brincar com aqueles que lhe vaticinam “mortes” antecipadas. O goleador fez ontem em Paços de Ferreira aquilo que os adeptos do Benfica dele esperam: golos.
Mas, o capitão não se ficou por aqui. Ainda contribuiu decisivamente para o segundo golo de Maxi, que colocou o Benfica de novo na frente do marcador. A exibição de Nuno Gomes encarregou-se de fazer calar muitas vozes críticas sobre a sua importância no seio do plantel.
E está, assim, explicado também porque é que o camisola 21 é presença cativa na Selecção, tanto com Scolari como com Carlos Queiroz. Quique Flores tem agora mais um “problema” para resolver: que dupla colocar na frente de ataque.
É certo que para sábado, contra o Sporting, este dilema não se põe, dado que a lesão de Suazo vao obrigar o treinador espanhol a utilizar a dupla Cardozo/Nuno Gomes. Contudo, outro problema táctico se levanta, nesta situação: o que fazer com Pablo Aimar?
O astro argentino tinha sido utilizado até aqui como segundo ponta-de-lança, no apoio a Óscar Cardozo. Vindo de uma lesão, Aimar jogou os últimos 20 minutos em Paços de Ferreira, onde curiosamente, mesmo a vencer, Quique lançou toda a artilharia que tinha no banco: Aimar, Balboa e Di Maria.
É crível, assim, que contra o Sporting, o treinador espanhol não abdique da sua filosofia de tracção à frente, utilizando Aimar no lugar de “10”, onde julgo rende mais, tirando Ruben Amorim.
Quero crer, por isso, que, a não acontecer nenhum imprevisto, a equipa para o clássico será, muito provavelmente: Quim, Maxi, Katsouranis, Sidnei, Léo; Yebda, Carlos Martins, Aimar e Reyes; Nuno Gomes e Óscar Cardozo.
A vitória em Paços de Ferreira, após o empate do FC Porto em Vila do Conde, é um excelente tónico para o jogo de sábado. A primeira vitória no campeonato, à terceira jornada, retira muita pressão que já se estava a abater sobre a equipa e sobre Quique e lança um grande entusiasmo para o desafio contra o Sporting. Ficar a 1 ponto da liderança é o objectivo.
Foto: (www.slbenfica.pt)

Ficha do jogo
3ª Jornada
Paços de Ferreira – 3; Benfica – 4
Estádio da Mata Real (Paços de Ferreira)
Árbitro: Bruno Paixão (AF Setúbal)
Golos: Nuno Gomes (6 min), Maxi (31 min), Óscar Cardozo (43 min, de gp) e Jorge Ribeiro (76 min)
Disciplina: Maxi (amarelo aos 28 min), Nuno Gomes (amarelo aos 56 min), e Quim (amarelos aos 90+4)

Benfica: Quim, Maxi, Miguel Vítor, Sidnei, Jorge Ribeiro; Yebda, Carlos Martins, Ruben Amorim (Balboa, aos 77 min.), Reyes (Di Maria aos 89 min.); Nuno Gomes (Aimar aos 69 min,) e Óscar Cardozo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O regresso de Manuel Barbosa

Manuel Barbosa com Quinito (outro ilustre esquecido), no Kuwait.

Manuel Barbosa foi um dos mais emblemáticos empresários do futebol português. Muito antes da era José Veiga e da era Jorge Mendes, Barbosa (Manuel) dava cartas e era o mais mediatizado empresário de jogadores.
Essa mediatização devia-se muito ao facto de Manuel Barbosa, bracarense de gema, ter uma estreita relação com o Benfica, julgo que mesmo uma exclusividade. Nunca o Benfica ficou mal servido, nem Barbosa mal pago, presume-se.
Valdo, Ricardo Gomes, Aldair, Mozer, foram tudo "contratações" suas, de que o Benfica foi destino idílico. Tudo jogadores de primeira água, de selecção, que ainda hoje são recordados com saudade, na Luz e no futebol português.
Depois, a roda da sorte mudou. Manuel Barbosa, apanhado na enxurrada do "caso" Tapie, ele que tinha relações privilegiadas com o Marselha, desapareceu de cena. Episodicamente, ouviu-se falar dele por causa de um projecto imobiliário/lazer em Braga, entretanto abortado.
Conheci pessoalmente Manuel Barbosa em Madrid, em 1994. Convidou-me para tomar o pequeno-almoço num hotel do centro da capital espanhola onde ambos estávamos hospedados. Tinha jantado na noite anterior com Ramon Mendoza, então presidente do Real Madrid, revelou-me. A ideia era transferir Futre, então no Benfica, para os "merengues". A operação não resultou e Barbosa levou Futre para o Marselha.
Falou-me com paixão do Benfica e do sonho que alimentava em vir, um dia, a presidir ao clube. Um sonho que muitos outros tiveram. Simpatizei com aquele homem, franzino, irrequieto, transparente.
Barbosa fez a sua travessia do deserto. Na passada sexta-feira, deu uma longa entrevista ao "Diário de Notícias", suplemento Sport, onde se revela o mesmo homem de sempre: frontal, destemido, corajoso. Uma entrevista para ler aqui na íntegra. Tendo tido sempre relações próximas e privilegiadas com Rui Costa, que levou do Benfica para a Fiorentina, não será de estranhar que Barbosa volte a entrar no Benfica pela porta grande. Sejas bem-vindo, Manuel Barbosa!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Mourinho escolhe Ibrahimovic

O jornal desportivo de referência em Itália, o “Corriere dello Sport” deu grande destaque ao jogo Nápoles – Benfica, como se pode ver na capa que aqui publicamos. E onde se pode ler uma opinião-choque de José Mourinho ao defender que quem merece a Bola de Ouro é o avançado sueco a militar no Inter, Ibrahimovic (o que dirá disto Cristiano Ronaldo?) - clicar em cima da imagem para aumentar e ver na coluna do lado direito, por baixo da foto de Del Piero.

BENFICA, O MAIOR CLUBE DO MUNDO

“O Benfica é o maior do mundo!!!”
Já todos ouvimos isto várias vezes. Muitos o dizem, mas será que o sentem mesmo? Será que estão mesmo convictos do que dizem?
Então vamos lá ver se o Benfica é ou não o maior clube do mundo.
Quando se fala de maior clube do mundo, afinal, fala-se de quê? De títulos ganhos? Do número de sócios ou adeptos? De capacidade financeira?
Vamos então fazer uma análise áqueles que são comummente aceites como sendo os clubes mais importantes do Mundo.
Comecemos pelo Real Madrid. O Real Madrid é o clube com mais títulos europeus, tendo sido por 9 vezes Campeão Europeu. O Real Madrid tem igualmente uma enorme capacidade financeira, tendo até alegadamente feito uma oferta de 100 milhões de euros para comprar o passe de Cristiano Ronaldo.
Mas isso faz do Real Madrid o maior clube do mundo?
Há uns anos atrás, numa conversa com Camacho, em Madrid, ele disse-me uma coisa que não me saiu da cabeça. Ele disse-me que o Real Madrid era muito grande e muito importante, mas que fora da cidade de Madrid o Real não era número 1 em lado nenhum. Camacho disse-me mais: o Real Madrid é respeitado e temido pelo mundo fora, mas não é amado.
Com o Manchester United ou Liverpool passa-se algo de semelhante com a diferença de terem ganho menos que o Real Madrid. Onde estão os verdadeiros adeptos do Manchester ou do Liverpool, a não ser nas respectivas cidades? Haverá algum sítio do mundo em que esses clubes são o emblema mais importante para além das suas cidades? Mesmo em Inglaterra, será que em Newcastle, Birmingham ou Leeds as pessoas são maciçamente do Manchester ou Liverpool? Tenho a certeza que não.
E o Barcelona? Se fossemos olhar para os títulos o Barcelona está muito longe do Real Madrid e em termos sociais ainda vale muito menos que o Real. O Barcelona é um clube parecido com o Porto, assim como o Atlético de Madrid é parecido com o Sporting.
De facto, o Barcelona representa um sentimento regionalista e com isso domina na Catalunha e vive por oposição ao Real Madrid. O Porto tem um papel semelhante em Portugal, tem no Benfica a sua obsessão, mas ao contrário do Barcelona não consegue sequer dominar o Norte de Portugal nem ter a capacidade financeira do clube catalão. Quem quiser confirmar o que digo que vá a Braga, a Famalicão, Viana do Castelo, Mirandela, Bragança ou Vila Real e verifique qual é o clube com mais adeptos. É, de longe, o Benfica.
Mas ter mais adeptos será um critério suficiente para se ser o maior clube do mundo? Manuel José, treinador do Al-Ahly, dizia há uns tempos que este clube do Cairo era enorme porque tinha cerca de 40 milhões de adeptos no Egipto. Mas fará isso do Al-Ahly um grande clube? Seguramente que não. Se fizesse, rapidamente qualquer clube chinês ou indiano poderia vir a dizer que é o maior clube do mundo.
Outros clubes como o Milão, Inter, Juventus, Bayern de Munique, Boca Juniors, Flamengo ou São Paulo têm o mesmo problema. São muito importantes nas suas regiões ou nos seus países, já ganharam muita coisa, alguns têm muito dinheiro, mas fora da sua área de influência directa não são nada. São muito respeitados. São adversários temíveis. Mas têm aquela coisa especial que faz deles o maior clube do mundo? A resposta é não.
Então, afinal, qual é o maior do clube do mundo?
É o Benfica. E porquê?
O Benfica é o maior clube do mundo não por causa de qualquer recorde do Guinness Book como alguns ignorantes nos querem fazer crer. Só pode dizer isso quem não percebe nada do que é ser benfiquista.
O Benfica é o maior clube do mundo porque num desenvolvimento histórico singular e irrepetível ganhou o respeito mas, acima de tudo, conquistou o amor de milhões em todo o mundo.
O Benfica conseguiu encarnar a diáspora portuguesa como nenhum outro clube do mundo o conseguiu fazer relativamente à história do seu próprio país.
Assim, o Benfica é o maior clube de Portugal, mas é também o clube nº 1 em Angola, Moçambique, Timor, Cabo Verde, Guiné e S. Tomé. Mas não só. Qual é o maior clube de Paris? Será o PSG que foi fundado em 1970? Não. É o Benfica. O Benfica que também é o maior clube na Suíça, no Luxemburgo e que tem uma enorme força na Alemanha, em Nova Iorque, em Toronto, na África do Sul ou em qualquer lado onde esteja um português.
O Benfica personifica a nostalgia e a alma de um povo, mesmo daqueles que não são simpatizantes do clube. E isso sente-se especialmente quando se sai de Portugal. Não há mais nenhum clube do mundo assim.
E o Benfica teve e tem Eusébio. Bem sei que o Real Madrid teve Alfredo di Stefano e o Manchester United Sir Bobby Charton. Mas Eusébio era outra coisa. Eusébio não era argentino nem inglês. Eusébio era africano, de Moçambique, o que representava a vocação universalista do Benfica. Eusébio era um rapaz simples e humilde com um talento incomparável. Eusébio carregou aos ombros todo um país no mundial de 1966. E chorou. As lágrimas de Eusébio deram a volta ao mundo e lavaram a alma de todos os portugueses que com ele sofreram.
E há mais. O Benfica é do povo. É popular no sentido literal do termo. É feito por gente simples que ama o Benfica mais do que tudo na vida e é capaz de sacrifícios espantosos pelo clube do seu coração.
Arrepia-me ver os novos jogadores estrangeiros do Benfica, quando chegam ao aeroporto da Portela, começarem logo a dizer que o Benfica é igual ao Real Madrid como se isso fosse algum elogio. A culpa não é deles. É claro que são instruídos por alguém dentro do Benfica para dizerem isso. Alguém que pensa que isso engrandece o Benfica. Nada mais patético. Faz-me lembrar quando os artistas brasileiros chegavam a Portugal e começavam logo a dizer que éramos um país lindo, maravilhoso e irmão. Soava a falso, como soam a falso as declarações dos jogadores recém chegados. Isso só acontece porque as pessoas que estão no Benfica não percebem verdadeiramente o que têm nas mãos. Estão lá, mas não sabem o que é o Benfica. Se vissem o Benfica como ele é não ficavam todos felizes com a comparação com o Real Madrid, mas proibiam-na.
Para se dirigir um clube como o Benfica é preciso ter-se categoria, algo que há muito anda arredado da Luz. Assim como para se ser jogador do Benfica é preciso ter-se algo de especial. Não é, de facto, coisa que esteja ao alcance de qualquer um.
Por muito que outros clubes possam ganhar nunca serão o Benfica. Não há nenhum clube do mundo que tenha a herança do Benfica. É preciso que o futuro do Benfica esteja à altura do seu passado. E para isso são precisas vitórias. Vitórias com honra, com glória, com humildade e com dignidade.
A minha última palavra vai para as Casas do Benfica espalhadas por Portugal e por esse mundo fora. Elas fazem um trabalho notável e desempenham um papel fundamental na manutenção da mística do Benfica. Mística essa de que todos falam, mas muitos não sabem o que quer dizer.
O Benfica é, de facto, um caso único no mundo do futebol.
O Benfica é, sem favor e sem exagero, o maior clube do mundo!
PS 1: Este post deixou-me feliz e esgotado porque não foi escrito com a cabeça nem com os dedos, mas com a alma. Dedico-o a todos os benfiquistas, aos frequentadores deste blog e ao meu avô, que foi a razão de eu ser benfiquista.

PS 2: Queria deixar aqui saudações muito especiais a todas as Casas do Benfica, as que estão em Portugal e as que estão por esse mundo fora. Aproveito para retribuir o abraço que a Casa do Benfica do Porto me enviou. Não preciso explicar que a vocês calhou o papel mais difícil, pois estão no coração da cidade do principal adversário. Mas deixo-vos aqui uma palavra de louvor e digo-vos mais: a nossa hora chegará!

por Bruno Carvalho, in "Novo Benfica"

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Do mal o menos

Suazo acaba de marcar o primeiro golo do Benfica e do encontro, no San Paolo, frente ao Nápoles

Nápoles - 3; Benfica - 2 (1ª mão / Taça UEFA) - Uma derrota no San Paolo por 3 – 2 abre ao Benfica todas as possibiidades para, na Luz, afastar o Nápoles da Taça UEFA. O jogo de hoje da primeira mão, porém, mostrou ainda um Benfica à procura de perceber melhor o que quer Quique Flores. O treinador espanhol demonstrou, mais uma vez, que é um técnico arrojado, que joga para a frente e, por isso, os tiffosi do San Paolo viram um onze do Benfica entrar no relvado com 5 peças de características atacantes: Carlos Martins, Reyes, Urreta, Di Maria e Suazo. E nem se pode dizer que Yebda seja um puro médio defensivo.
Tanta ousadia até parece demais, mas a verdade é que se garantiu dois golos, não evitou sofrer três, e outros lances não culminaram com a bola dentro da baliza de Quim por mero acaso (estou a lembrar-me de um lance de cabeça, com Quim a sair mal, que só não terminou em golo porque a bola foi cortada de cabeça por Léo, em cima da linha de baliza).
Há, definitivamente, um problema defensivo. Desde logo, porque Reyes e Urreta não só foram incapazes de consistência nos movimentos ofensivos, como nunca tiveram “ganas” para defender. Os corredores, direito e esquerdo, foram autênticas passadeiras estendidas aos atacantes do Nápoles, com Maxi e Léo a terem de suster dois e três adversários, sem ajuda próxima. Este é um importante detalhe a rever por Quique Flores. Aliás, em jeito de ironia, é caso para dizer que se Cardozo foi afastado por ter relaxado num treino, Reyes vai ter que ter muito cuidado no futuro. O ex-Atlético de Madrid foi um jogador que passou ao lado do jogo (um remate com perigo, a começar, e alguns, poucos, pormenores positivos nos últimos 20 minutos), agarrando-se muito à bola, não indo à linha de fundo, não definindo bem os passes longos.
O onze inicial, se demonstrava, como disse, ousadia, perdia em consistência. A primeira meia-hora foi deslumbrante, com as equipas a todo o gás, bola cá e lá. Mas via-se já uma equipa do Benfica partida em dois blocos – 5 para a frente, 5 para trás – e com reais dificuldades em travar os ataques dos napolitanos.
Suazo era o único que sabia o que fazer: segurou a bola, corajoso no um para um, eficaz a libertar-se das marcações e a endossar a bola em condições aos companheiros; Di Maria foi uma sombra do jogador que é; Urreta, um nulo absoluto; Reyes, outro nulo; Carlos Martins não conseguiu organizar o jogo, como se lhe pedia; apenas Yebda deu conta do recado.
Julgo que Quique falhou no escalonamento da equipa. Katsouranis devia ter jogado no lugar de Urreta. Só assim o Benfica podia ganhar o meio-campo e preencher com eficácia todas as zonas do terreno. Tarde demais, Quique fez entrar o grego e as melhorias da equipa foram evidentes.
É claro que o que se perde em espectacularidade ganha-se em consistência. Se Quique quer insistir num modelo de jogo de tracção à frente, com o qual concordamos, tem de obrigar os extremos, sejam Reyes e Di Maria, ou Urreta e Balboa, a defender. De outra maneira, vamos continuar a sofrer a bom sofrer.
Suazo foi um gigante. Foi um verdadeiro Super-Suazo. O hondurenho marcou o primeiro golo, de cabeça, e ainda deu água pela barba a toda a defesa do Nápoles. Como se isso não bastasse, ainda actuou, em verdadeiro sacrifício, os últimos 20 minutos ao pé-coxinho (o Benfica tinha esgotado as substituições), depois de ter sofrido uma entrada para vermelho directo que o árbitro deixou escandalosamente passar impune.
O resultado não é brilhante. A exibição não é brilhante. Mas deixa tudo em aberto para a segunda-mão na Luz. O Benfica não silenciou o San Paolo, mas o Nápoles vai poder confirmar “in loco” o que é um verdadeiro Inferno. Na Luz. (Foto: Salvatore Laporta / AP Photo)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Não atraiçoem a história

«Il Benfica è squadra che vanta grande tradizione, con giocatori importanti e di esperienza, che esprimono valori di primo piano. Bisognerà chiudere gli spazi, soprattutto sulle corsie esterne, e giocare un match ad alta intensità", Edoardo Reja, treinador do Nápoles, em declarações ao "Corriere dello Sport", edição online, de hoje.

Operação: silenciar San Paolo

A “marca” Benfica continua a atrair os adeptos de futebol de todo o Mundo. Em Nápoles, onde a loucura pelo futebol é total, a recepção ao Benfica está a ser encarada como se de uma final da Liga dos Campeões se tratasse, ou, mesmo, se estivesse para regressar à cidade o “Deus” Maradona. É isto o Benfica!.
Quem visitar o site do Nápoles pode verificar a euforia que envolve este encontro, que marca o regresso do clube napolitano à Europa, 14 anos depois. O ex-clube de Diego Armando Maradona sabe que este é um encontro histórico e um jogo contra um dos clubes mais históricos e emblemáticos da Europa. Também está a ser preparada uma grande transmissão televisiva pela Sky Calcio 1, um canal de “pay per view”, cujos comentários ao jogo serão da responsabilidade do mítico internacional italiano Altafini, e cujo alinhamento inclui uma entrevista a Rui Costa, logo após o jogo.
Não é de estranhar, por isso, que o "inferno" de San Paolo, hoje com capacidade para cerca de 60 mil tiffosi, esteja quase esgotado. Segundo o Nápoles, estão vendidos quase 50 mil bilhetes, o que significa um recorde de encaixe financeiro (quase 1,5 milhões de euros) na era de De Laurentiis, o presidente do clube italiano desde 2004, batendo assim o anterior recorde, do ano passado, no Nápoles-Inter de Milão.
Os restantes bilhetes, 6 mil, (por medidas de segurança a UEFA impõe limitações à capacidade total dos estádios), vão voar durante o dia de hoje. O Benfica vai assim encontrar um San Paolo esgotado e vibrante. Nada melhor para uma épica noite europeia, à boa maneira dos bons velhos tempos. Força Benfica!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

La bella Napoli

Quinta-feira, no inferno de San Paolo, em Nápoles, na casa que já foi de Diego Armando Maradona, o Benfica tem de ser, de novo, o grande Benfica dos anos 60, das grandes noites europeias. Poucos estádios na Europa e no Mundo seriam tão emblemáticos para revivermos essas épicas jornadas como o San Paolo. Porque Nápoles, no Sul pobre da Itália, é um clube como o Benfica: um clube com alma de povo; porque Nápoles foi Maradona, como o Benfica foi Eusébio; porque Nápoles quer regressar em força ao topo do futebol italiano, como o Benfica quer regressar em força ao topo do futebol europeu.
Em San Paolo vai estar o grande Benfica, porque estamos sedentos de reviver essas epopeias, porque a travessia do deserto está feita, porque não se pode esperar mais. Nápoles, a bela Nápoles, é, tem de ser, o ponto de partida para uma caminhada bonita e gloriosa. Aqui vai a minha proposta de 11: Quim, Maxi, Luisão, Sidnei, Leo; Katsouranis, Carlos Martins, Yebda e Reyes; Di Maria e Suazo.

Premonitório

O Canal Benfica, a cenoura e o chicote
Pedro Fonseca em 15/09/08


Sem futebol, a semana que ontem acabou manteve o Benfica nas bocas do Mundo. Inevitabilidades de um clube que tem uma dimensão que ultrapassa as fronteiras pátrias e de ser o maior clube do Mundo.
Uma notícia boa e outra má dominaram os últimos dias e fizeram as manchetes: o Canal Benfica vai transmitir em exclusivo o jogo com o Nápoles, na Luz, para a segunda-mão da Taça UEFA, e Óscar Cardozo foi impedido de treinar por ordem de Quique Flores, por falta de empenho no treino, segundo uma versão, ou por não acatar ordens do treinador-adjunto, segundo outra versão.
Comecemos pela notícia positiva. O Canal Benfica é uma lufada de ar fresco na realidade do futebol em Portugal. É uma autêntica revolução no audiovisual futebolístico e, mais uma vez, o Benfica é pioneiro, está na vanguarda, colocando-se, assim, ao lado de grandes colossos do futebol mundial que também têm o seu próprio canal, como o Real Madrid e o Barcelona.
Luís Filipe Vieira é o artífice deste projecto, que idealizou, construiu e fez agora arrancar. O que me surpreende é que aqueles que passaram anos a criticar a dependência dos clubes da Olivedesportos, clubes que venderam por tuta e meia os direitos de transmissão televisiva e que tudo permitiram, como marcar dia, local e horário de jogos, ao arrepio da Liga e da Federação, fiquem agora calados ao ver o Benfica libertar-se desse autêntico colete de forças.
Mas, provavelmente, só o Benfica seria capaz de dar este passo, que significa uma emancipação corajosa com grande impacto no futuro do clube. A “marca” Benfica, que nos últimos anos, com a gestão de Luís Filipe Vieira, reforçou a sua credibilidade, e o sucesso do “kit novo sócio”, possibilitando um aumento exponencial do número de sócios, colocando o Benfica na liderança mundial, são os dois pilares fundamentais para o sucesso do Canal. Ou seja, primeiro arrumou-se a casa, construiu-se os alicerces e agora sim há que arrancar com o projecto. É assim com o canal de televisão, é assim também com a equipa de futebol, em busca do título.
Esta caminhada para o título dispensava bem o “caso” que se passou no fim de semana com Óscar Cardozo. O paraguaio foi suspenso dos treinos por Quique Flores: falta de empenhamento ou desrespeito a uma ordem do treinador-adjunto? As versões divergem. Seja como for, se é bom saber que a disciplina é uma realidade no Benfica, por outro lado, é mau saber que um dos mais importantes activos desportivos e financeiros do clube está sob a alçada disciplinar.
Agora há que tudo fazer para não “perder” Cardozo, e Rui Costa terá um papel fundamental a desempenhar. Lembremo-nos de Katsouranis e do despique com Luisão, na época passada, cujas sequelas, se calhar, ainda não foram sanadas e estão na origem da vontade de sair do grego.
Rui Costa tem de ser muito hábil: não pode retirar a autoridade a Quique, o que seria trágico, mas tem de fazer com que Cardozo não se passe a sentir desconfortável no seio do grupo de trabalho.
Podia Quique ter actuado de outra maneira? Podia, até porque Cardozo tem atenuantes: fez longas viagens ao serviço da selecção do Paraguai e acusa algum desgaste psicológico devido ao fraco desempenho nos últimos jogos com a camisola do seu país. Uma conversa dura, como Quique teve com Katsouranis, depois do jogo Benfica – FC Porto; uma sessão de “trabalhos forçados”, obrigando o jogador a treinar para além do tempo normal da sessão; ou colocá-lo a treinar à parte do grupo de trabalho – três outras opções que seriam, na minha opinião, mais eficazes. Disciplina é uma coisa, chicote é outra. Mas o futuro o dirá.
publicado in "Novo Benfica" (antes do anúncio de Rui Costa, colocando um ponto final no "caso" Cardozo)

domingo, 14 de setembro de 2008

O código Quique

A entrevista de Quique Flores ao jornal “A Bola”, este sábado, já está desactualizada. Um dia depois, para azar do jornal, o treinador espanhol toma uma medida radical e espectacular: impede Óscar Cardozo de treinar. As razões ficaram no foro interno do clube, mas sem dúvida que vão fornecer muita matéria especulativa até 5ª feira, quando o Benfica subir ao relvado do San Paolo, para defrontar o Nápoles, na primeira mão da Taça UEFA. Se fosse amanhã, a “A Bola” já podia trazer a “versão Quique”, assim vamos esperar por uma qualquer fuga de informação.
Do que se sabe, Quique não gostou do fraco empenhamento do paraguaio no treino e, por isso, impediu-o de treinar hoje. Estranha sanção: quando se quer castigar um “malandro”, não me parece normal impedi-lo de trabalhar. Se o queria castigar a sério era obrigá-lo a ficar mais tempo a treinar depois de terminada a sessão normal.
O que me parece é que Quique cometeu dois erros num só: castiga um dos maiores activos do Benfica e lança uma gratuita perturbação no seio do plantel a poucos dias de um jogo decisivo. Eu sei que muitos vão criticar esta minha opinião, dizendo que faz falta ao Benfica disciplina. Pois sim, a disciplina é essencial, eu defendo a disciplina, mas primeiro há que ter bom senso, saber conduzir um grupo de homens.
Além do mais, Cardozo tem atenuantes, muitas atenuantes. Acabou de regressar de longas viagens efectuadas ao serviço da selecção do Paraguai e, o que não é menos importante, ficou no banco dos suplentes no segundo jogo do Paraguai, contra a Venezuela, ele que é titularissimo. Pelo que alguma fadiga psicológica também é possível. Quique devia ter equacionado tudo isso, ele que, na tal entrevista a “A Bola”, disse que teve uma conversa dura com Katsouranis depois do jogo com o FC Porto, no qual o grego foi expulso e fez o penálti que deu o golo aos portistas.
Uma conversa dura não seria mais eficaz? Uma conversa dura a somar aos “trabalhos forçados”? Julgo que sim. Até porque, abre-se agora um precedente perigoso: qualquer falta de empenhamento (cuja avaliação é sempre subjectiva) terá como sanção o impedimento de treinar, o que, se calhar, pode fazer reflectir alguns jogadores.
Rui Costa tem aqui um papel decisivo a desempenhar. Não defendo que entre na esfera de competências do treinador, mas cabe agora ao director desportivo avaliar o diferendo e decidir em processo disciplinar interno.
Eu, no lugar do Rui Costa, tentava moderar este conflito, sob pena de se “perder” Óscar Cardozo, uma das “jóias” deste plantel, colocando água na fervura, e utilizando o bom senso de que o “maestro” sempre deu provas.
Mais do que as contratações que já conseguiu, Rui Costa tem aqui a sua prova de fogo. Da sua capacidade de diálogo e de persuasão depende muito do futuro do Benfica esta época: não retirar autoridade a Quique Flores, o que seria uma tragédia, e não deixar que Cardozo passe a ser uma carta fora do baralho (o que seria grave para o Benfica, desportiva e financeiramente). É este resultado que Rui Costa tem de ser capaz de alcançar, para bem do Benfica – o que não será fácil, depois de não ter conseguido “impor” Diamantino junto de Quique. A não ser que Quique precisasse de dar este sinal de autoridade e tivesse escolhido um jogador que não pode jogar em Nápoles…
Face a este acontecimento, fica para depois a minha opinião sobre a entrevista de Quique a “A Bola”: a liderança da equipa, o papel de Rui Costa, as contratações, a metodologia de trabalho, etc.

Post-Scriptum: Há coisas que, a serem verdade, custam a acreditar. Fernando Meira diz hoje, em entrevista ao “PÚBLICO”, que não foi para o Benfica porque o Estugarda pediu 5 milhões de euros pela sua transferência e que tal verba era, segundo Rui Costa, muito elevada para dar por um defesa. Ora bem, 5 milhões de euros foi quanto o Benfica deu por metade do passe de Sidnei, um defesa, para quem não saiba. Alguém tem de vir explicar isto…

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O 35º Presidente do Benfica

Sondagem publicada no jornal "O Jogo" sobre a actuação do Presidente do Benfica

Num clube democrático como o Benfica, ano de eleições é como na política: há que preparar as armas para o combate. 2009 não é, por isso, apenas o ano das eleições europeias, autárquicas e legislativas, é também o ano em que o Sport Lisboa e Benfica pergunta aos sócios quem querem que seja o seu 35º Presidente.
Eu sei que isto de perguntar aos sócios quem querem como Presidente é algo que causa estranheza aos nossos 2 principais adversários. O FC Porto habituou-se a viver em monarquia, onde, como se sabe, o rei (neste caso, papa) não vai a votos. O Sporting, fiel à sua linha aristocrática, decide isso por cooptação ou no seio dos “pares do reino” (vulgo, Conselho Leonino). No Benfica, a tradição continua a ser o que era, sufrágio directo e universal, à velha maneira democrática.
Luís Filipe Vieira ainda não disse se se recandidata, mas, a um ano das eleições, começam já a existir algumas movimentações. Carlos Quaresma, que quis ser candidato em 2006 mas não chegou a votos por irregularidades detectadas no seu processo de candidatura, apareceu a dar uma vergonhosa entrevista ao jornal “O Crime”, no início do mês. Será Quaresma a “voz” de alguém? Da parte do grupo organizado em volta de Manuel Boto, Lopo de Carvalho, Jaime Antunes, Gaspar Ramos, é possível que se tente construir um candidato.
O Benfica é hoje um clube muito apetecível (como o demonstra a entrevista que deu ao DN Sport, em 5 de Setembro, o multimilionário árabe Suleiman Al-Fahim, depois de comprar o Manchester City e oferecer 167 milhões de euros por Cristiano Ronaldo): recuperou a mística, construiu um estádio moderno, um centro de estágio exemplar, colocou as contas em ordem, credibilizou a sua gestão financeira, reforçou as modalidades, aumentou o número de sócios (nº 1 mundial), etc.
Vieira tem assim um menu recheado de trunfos para lançar na campanha de Outubro de 2009. Os seus eventuais adversários irão agarrar-se à estafada crítica do “falhanço da gestão desportiva”, apesar de em 5 anos de liderança “vieirista”, o Benfica ter conseguido 1 campeonato, 1 taça de portugal e 1 supertaça, depois de 11 anos de jejum.
Quando se candidatou pela primeira vez, em 2003, contra Jaime Antunes e Guerra Madaleno, a sua coroa de glória era ter recuperado, com Manuel Vilarinho, um clube à beira da falência. Em 2006 foi sozinho a votos, naquelas que foram as primeiras eleições de voto electrónico em Portugal. Agora o processo de consolidação e de crescimento do projecto “Um Benfica Campeão” está em velocidade de cruzeiro. Travá-lo ou recuar seria um desastre.
Os portistas e sportinguistas que atacam Luís Filipe Vieira são também um sinal claro de que o Benfica está bem e no bom caminho. Por isso, uma sondagem feita junto de adeptos benfiquistas sobre a actuação de Vieira, e publicada na terça-feira pelo jornal “O Jogo”, é sintomática.
Num tempo perigoso e de crise, embarcar em aventuras pode ser catastrófico. Os benfiquistas têm a palavra em Outubro do próximo ano, mas tudo indica que Luís Filipe Vieira sucederá a Luís Filipe Vieira - o 35º Presidente do Sport Lisboa e Benfica.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Somos 14 milhões, diz a FIFA

Águias preparadas para levantar voo
O exército de adeptos que segue o Sport Lisboa e Benfica, o mais bem sucedido clube da história do futebol português, não tem dúvidas de que o clube merece inteiramente o cognome de “Glorioso”. No entanto, apesar de ser o clube com a maior massa adeptos, cerca de 14 milhões em todo o Mundo, o gigante de Lisboa tem lutado nos anos mais recentes para regressar à glória dos dourados anos 60 – a época do legendário avançado Eusébio.

Mais comentários para quê?

Real Madrid quer Suazo

David Suazo em acção no jogo de ontem entre as selecções da Jamaica e das Honduras. O atacante hondurenho foi a estrela da noite na vitória da sua selecção (2-0).

O Real Madrid quer David Suazo. O avançado hondurenho que o Benfica foi buscar por empréstimo ao Inter de José Mourinho anda nas bocas do Mundo. Depois de ter estado em alta no primeiro jogo da Selecção das Honduras na fase de apuramento para o Mundial de 2010, contra o Canadá (1-2), Suazo voltou a ser o homem do jogo, ontem, contra a Jamaica (2-0).
Não é de estranhar, por isso, o assédio dos madridistas, que parecem estar obcecados com os jogadores do Benfica – depois de Di Maria, é Suazo. O Real Madrid tenta assim, no mercado de Inverno, que abre em Janeiro, recuperar o tempo perdido com a frustada aquisição de Cristiano Ronaldo.
O curioso é que Suazo ainda não jogou oficialmente pelo Benfica, o que deve acontecer só a 18 de Setembro, aquando do jogo da primeira mão da Taça UEFA, em Nápoles. Do que não há dúvidas é que os jogadores do Benfica começam a ser muito cobiçados.
Da mesma maneira que se aplaude o trabalho de Rui Costa na construção do plantel, é preciso que o “maestro” demonstre agora a mesma perícia em segurar as “jóias da Coroa”. E não estou a falar só em Suazo e Di Maria. Luisão, Katsouranis, Cardozo, são alguns nomes apetecíveis para grandes clubes europeus. Foto: Edgard Garrido (Reuters / Honduras)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

A agressão do Cebola


Se haviam dúvidas sobre a tentativa de branqueamento da arbitragem de Jorge Sousa no Benfica – FC Porto, as imagens captadas por elementos da equipa técnica de Quique Flores, vêm mais uma vez comprovar o evidente: o Benfica foi prejudicado.
Cristian Rodriguez, vulgo “Cebola”, agride ao pontapé Nuno Gomes, pelo que se espera agora da Comissão Disciplinar da Liga um comportamento similar ao adoptado com Luisão.
Mas também se espera da comunicação social, sempre tão solícita em esconder tudo o que possa prejudicar o FC Porto, a correspondente divulgação deste acto e a exigência de medidas punitivas que sejam equitativas. O Benfica, e muito bem, exigiu já à Comissão Disciplinar da Liga uma investigação a este caso que adulterou mais uma vez a verdade desportiva.

Quem vai ganhar a "Champions"?

SAIBA QUEM SÃO OS FAVORITOS À CONQUISTA DA LIGA DOS CAMPEÕES 2008/2009.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Di Maria = Suazo + 2 milhões?

O diário desportivo italiano “Corriere dello Sport” antecipa, na sua edição online de hoje, uma transferência que, mais tarde ou mais cedo, o Benfica terá de encarar e negociar. Mas até lá… (ou seja, até Dezembro, quando abre o mercado de Inverno).
Depois das fabulosas exibições de Angel Di Maria nos Jogos Olímpicos de Pequim, que culminaram com o golo da vitória na final do torneio contra a Nigéria, e posterior chamada à equipa titular da Argentina, um das selecções mais fortes do Mundo, se não for a mais forte, remtendo para o banco a estrela maior do Atlético de Madrid, Kun Aguero, era inevitável o assédio dos detentores de orçamentos de centenas de milhões de euros.
No começo era o Real Madrid, agora é o Inter de Milão. Contratado Quaresma por cerca de 20 milhões mais Pelé, o clube de Mourinho vira-se para a Luz e para Di Maria, cuja totalidade do passe pertence ao Benfica, numa genial e premonitória jogada de gestão de Luís Filipe Vieira (também foi adquirida a totalidade do passe de Cardozo, outro que vai fazer entrar muitos milhões nos cofres da Luz).
A proposta que o jornal italiano diz que está em cima da mesa de Rui Costa é para rir: Suazo em definitivo mais 2 milhões de euros. Na prática, o Inter quer Di Maria por 10 milhões, dado que Suazo custou ao interistas 8 milhões de euros.
Nós sabemos que a crise afecta todos, que o diga o FC Porto e o negócio de Quaresma, mas Di Maria é um jogador do topo mundial. Mas se a proposta avançada pelo “Corriere” fosse uma realidade, nem valia a pena começar a falar.

Papagaios

Carlos Quaresma, sabem quem é? Não sabem, claro. Só falo neste senhor porque nas últimas eleições pretendeu ser candidato à Presidência do Benfica, e com isso teve os seus 15 minutos de fama.
O Benfica é assim: tão grande, tão grande, que qualquer bicho-careta que se lhe cole recebe, nem que seja muito efemeramente, alguns raios de Sol. Ora, o que fez agora Carlos Quaresma? Este empresário português radicado na Suécia, pelo menos foi assim que se apresentou aos benfiquistas em 2006, parece não ter aprendido a lição e, nos últimos dias, apareceu a insultar e a lançar atoardas sobre alguns dos mais ilustres rostos do Benfica, entre eles Eusébio e José Augusto, e sobre o Presidente da Direcção, Luís Filipe Vieira. E nesta torrente de acusações, nem sequer hesitou em utilizar a situação de grave doença em que se encontra José Torres.
O curioso é que Carlos Quaresma, na sua campanha de 2006, gabava-se de que jantava com Eusébio quando regressava a Lisboa. Como o Rei é homem de carácter, no futuro, Quaresma vai ficar a jantar sozinho.
Este episódio só tem importância porque quem tenta atirar lama para cima de homens como Eusébio e José Augusto, não merece qualquer crédito, como se pode ver pelo comportamento de Carlos Quaresma durante o processo de candidatura à liderança do Benfica. Aqui há alguns anos, Luís Filipe Vieira disse que era preciso acabar com os papagaios no Benfica – parece que a espécie ainda não foi totalmente extinta.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Benfiquista desde pequenino

Como muitos benfiquistas sabem, para além deste blogue pessoal, também colaboro com grande honra e prazer em dois outros blogues o "Novo Benfica" (http://novobenfica.blogspot.com/) e no "Mestres do Futebol" (http://mestresdofutebol.blogspot.com/). É preciso defender o Benfica em todos os fóruns. Por isso, permitam-me que coloque aqui um texto que publiquei na passada terça-feira no "Mestres do Futebol".

Benfiquista desde pequenino
Não sei porque nasci e cresci benfiquista. Não tive a sorte de, como a Leonor Pinhão, acompanhar o meu avô pelo braço ao Estádio da Luz. Influências familiares não foram a razão desta minha opção clubística. Nem sequer encontro na paixão pelo Benfica um gérmen de contestação juvenil a fermentar. As amizades fortes de infância tinham uma coloração clubística repartida pelos três grandes – era uma democracia, antes da democracia.Vivi uma típica infância de província, com incursões mais ou menos longas, mais ou menos regulares, a Lisboa. Chegava a ir a pé da Rua Gama Barros, à Avenida de Roma, até ao velhinho Estádio da Luz, só para ver um treino. Quando se dava o caso, frequente, de serem à porta fechada, como se dizia, agradecia o meu físico magricelas para me esgeirar por entre as grades.A mais de 300 quilómetros da Luz e das glórias da altura, o Benfica era, no entanto, algo muito presente. Socorria-me dos cromos, cujas cadernetas ainda guardo religiosamente, e dos relatos dos jogos, para me sentir ali, na Luz ou em qualquer outro estádio, onde estivessem as “camisolas berrantes”, quais “papoilas saltitantes”.Longe da vista mas bem perto do coração. Porque será que a distância aumenta a paixão? Sem a televisão para vulgarizar afectos e banalizar emoções, o Benfica, ser do Benfica, tornou-se-me uma coisa íntima, pessoal e intransmissível. Parafraseando o saudoso Alexandre O´Neil, o Benfica “é uma questão que tenho comigo mesmo”. Não é o Benfica, Portugal?Um dia, recordo-me, a coisa ia dando para o torto. A rádio, essa companhia das tardes de domingo, anunciava uma noite europeia do Benfica, contra o Bayern de Munique, a ser transmitida na televisão. A adrenalina disparou. Uma sensação estranha de stresse, na vertigem da adolescência.Vivi o dia do jogo como um doido, sempre em busca de alguém que me dissesse as horas. E como estas passavam devagar... Ás 20, ou 21, já não me lembro, sentei-me em frente ao ecrã negro. Vi Sepp Maier, estirado, a encher a pantalha. E depois vi-o, de novo, por entre os postes.O resultado na Luz, 0-0, abria esperanças em atingir as meias-finais da Taça dos Campeões Europeus. A equipa entrou equipada a rigor, toda de branco, os alemães de vermelho. Juro que não me recordo dos golos do Bayern. Apenas o do Benfica, num golpe de cabeça de Néné. O resultado?, perguntam os mais curiosos. Estava convencido que tinha sido 3-1, mas fui confirmar e estava enganado. Apenas de lembro, com nitidez, desse genial número 7 a fuzilar, de cabeça, Sepp Maier. Néné, o barbudo, como convinha nos “anos da brasa” do PREC.Porquê o Benfica, na idade dos porquês? Sem a marca de influências familiares ou outras para me justificar, apenas encontro resposta no som puro e cristalino que emite a palavra BENFICA. Ouçam bem BEN-FI-CA. E vejam o efeito que isso faz aos ouvidos de uma criança.
Pedro Fonseca,
in "Mestres do Futebol" (http://mestresdofutebol.blogspot.com)

Cartas do Diabo

"Infelizmente temos benfiquistas destes com b muito pequenino. São os searas benfiquistas, não percebem que o que está em causa não é a honestidade do comentador mas a defesa que ele faz do seu clube. Mas por aqui se vê a diferença entre o Benfica na relação com o Sporting e Porto, eles colocam a defesa do clube em primeiro lugar mesmo recorrendo a desculpas ridículas. Então o Guilherme Aguiar tem alturas que parece que deixa de ver. O Seara é um tenrinho nas mãos daqueles dois. Não haverá coragem para colocar lá a Leonor Pinhão ou o João Botelho???? Antes deste Seara ainda me lembro de outro do género, Cunha Leal, era uma vergonha a sua maciez para representar o universo Benfiquista...."

Gaspar, enviado por email

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Recordar para não esquecer

Bruno Alves, depois desta "carícia", não teve direito a "sumaríssimo".
Sabem quem foi o árbitro? Jorge Sousa.

A 16 de Março de 2008, no Leixões – FC Porto, a 10 minutos do fim e com o jogo empatado, Bruno Alves, defesa central dos portistas, teve a entrada que a foto documenta sobre o avançado leixonense, Jorge Gonçalves. O jogador azul não sofreu nenhuma penalização disciplinar, o FC Porto continuou com 11 e marcou o golo da vitória nos descontos, depois de um fora-de-jogo escandaloso de Tarik. Sabem quem foi o árbitro? Jorge Sousa, o mesmo do último Benfica – FC Porto.
Como curiosidade histórica, respigo este extraordinário texto publicado no blogue “Apito Bejense” (apitobejense.blogspot.com), especializado em arbitragem, e onde se citam declarações de Jorge Sousa ao “Correio da Manhã”, onde este afirma nada ter visto em campo!!! Esta oportuna perda de visão seria, segundo fonte da Comissão Disciplinar, motivo para "sumarissímo" e suspensão de Bruno Alves por dois jogos. Pois a douta Comissão Disciplinar da Liga, após pedir esclarecimentos a Jorge Sousa, decidiu não instaurar qualquer processo sumaríssimo a Bruno Alves.
E quanto ao Dr. Fernando Seara, aconselhamo-lo a ir aos arquivos do “Dia Seguinte” para recordar quais as declarações então proferidas por José Guilherme Aguiar sobre este lance. Se se der ao trabalho de fazer esta pesquisa, verá que muitas vezes nem tudo o que reluz é ouro: onde todos viram a cotovelada de Luisão num jogador do FC Porto, nem todos viram a "patada" de Bruno Alves no jogador do Leixões. Estranho, não é?

O INFERNO nos Jornais

in "Jornal de Notícias", de 27 de Agosto de 2008

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Seara defende quem?

Prolongando o fim-de-semana desportivo, na mira das audiências, diversos canais de televisão emitem à segunda e terça-feira programas de debate sobre a jornada futebolística que passou.
O “Dia Seguinte”, na SIC Notícias, o “Trio D´Ataque”, na RTP e na RTPN, e o “A Bola é Redonda”, no Porto Canal, utilizam formatos mais ou menos idênticos.
Os diversos painéis de comentadores espelham a macrocefalia do futebol português, esmagadoramente concentrada no Benfica, Sporting e FC Porto. Ora, sendo o futebol uma paixão e a paixão por um clube uma irracionalidade, faz parte das regras do jogo a defesa intransigente do clube que se representa – mais a mais porque do outro lado da barricada não há cedências nem facilidades.
Hoje, no dia em que foi conhecido o resultado do “sumaríssimo” instaurado a Luisão por causa de uma pretensa falta no jogo contra o FC Porto (2 jogos de suspensão e impedimento de defrontar o Sporting), mais se me acentuou a revolta pela atitude e pelas palavras proferidas por Fernando Seara, suposto representante do Benfica, no programa “O Dia Seguinte” de ontem.
Alinhando com Guilherme Aguiar, do FC Porto, e com Dias Ferreira, do Sporting, Seara defendeu a instauração de um processo sumaríssimo a Luisão. Não pretendendo especular sobre o peso das palavras de Seara na decisão hoje tomada, apenas pergunto ao senhor presidente da câmara municipal de Sintra se acha que Guilherme Aguiar ou Dias Ferreira teriam a mesma interpretação, se estivesse em causa um jogador do FC Porto ou do Sporting?
Fernando Seara, que deve toda a sua notoriedade ao Benfica (para além dos diversos cargos que ocupou e ocupa), não tem prestado um bom serviço ao clube. E com este seu comportamento bem pode dizer adeus à sua ambição de vir algum dia a liderar o Sport Lisboa e Benfica.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

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