quinta-feira, 19 de junho de 2008

Os golos mal-amados

Uma despedida sem glória. Foto (Stefan Wermuth/Reuters)

Portugal foi eliminado pela Alemanha (2-3) nos quartos-final do Euro 2008. Os dois golos portugueses foram marcados, curiosamente, pelos jogadores mais mal-amados da Selecção Nacional: Nuno Gomes e Hélder Postiga. Não chegou.
Caímos, mais uma vez, sem ter atingido o objectivo último – sermos campeões. E continuamos a viver à sombra do “fantasma” de 66, aqueles heróicos “magriços” que fizeram furor no Mundial de Inglaterra.
Talvez que a diferença maior esteja aí mesmo. Enquanto que em 66 tínhamos Eusébio, em 2000 (Euro de Inglaterra), em 2002 (Mundial da Coreia/Japão), em 2004 (Euro de Portugal), em 2006 (Mundial da Alemanha) e 2008 (Euro da Áustria/Suiça), não tivemos um goleador à altura.
Esta pecha na finalização fez-se sentir sobremaneira no jogo de hoje contra a Alemanha. Muitos remates, muitas oportunidades, mas pouca eficácia. Os alemães, esses, remataram pouco mas bem. O fado do costume.
Agora, quando Scolari se despede com destino ao Chelsea, carpem-se as mágoas até que se abra a caixa de Pandora das histórias de bandalheira que se passaram nos bastidores da Selecção. Tudo o que se calou, tudo o que se omitiu, tudo o que se escondeu, vai começar a vir ao de cima, como na Coreia.
Não é preciso fazer muito esforço para se eleger o responsável máximo por essa bandalheira. Chama-se Gilberto Madaíl, é presidente da Federação Portuguesa de Futebol, e está à demasiado tempo no futebol português.
É a hora de apontar a porta da saída ao senhor Madaíl, se este, como se prevê, não tiver a dignidade de se afastar por sua iniciativa. A Federação, para além de um seleccionador, deve começar também a procurar um novo líder, a quem deve caber a responsabilidade da escolha do futuro comandante da Selecção.

2 comentários:

  1. A atitude obscura, irresponsável e pouco explicada da Federação Portuguesa de Futebol perante a UEFA no processo que legitimará o representante nacional na Liga dos Campeões deu mais uma vez a imagem que as estruturas organizativas do futebol português não acompanharam o salto qualitativo dos seus praticantes.

    Infelizmente este é o nosso fado. Uma cúpula dirigente com a visão de uma caixa registadora e uma equipa composta por vários dos mais promissores jogadores do futebol mundial transformada num alegre grupo excursionista.

    Um abraço. Gonçalo Lopes

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  2. E o Cebola?? É obrigação do clube revelar que condições eram essas tão incomportáveis que justificam perder um jogador adaptado, claramente acima da média e com 23 anos.

    E o Cebola???

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