sábado, 31 de maio de 2008

Talvez um dia, quem sabe...

Carlos Queiroz, em entrevista ao DN, ontem publicada (e que pode ser lida aqui), diz-se triste por não ter aceite o convite para treinar o Benfica. O treinador-adjunto do Manchester United revela que fala muitas vezes com Rui Costa, de quem aliás é admirador.
Tido como a primeira escolha para treinar o Benfica, Queiroz não hesita em abordar o momento do futebol português, fala dos salários em atraso e do eventual castigo da UEFA ao FC Porto por causa do “Apito Final”. Nota-se que é um homem que não perde pitada do que se passa por cá.
Escorraçado da Selecção Nacional e do Sporting, Queiroz vive agora o supremo prazer de olhar para o pobre futebol português sentado numa poltrona dourada. Mas pressente-se que quer regressar para servir fria a vingança. Mais tarde ou mais cedo, o Benfica espera-o.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Paulo Assunção já se foi

Paulo Assunção rescindiu com o FC Porto. A notícia desta atitude do jogador portista, à luz da "Lei Webster", que permite a recisão a jogadores com um mínimo de 3 anos de clube e desde que reembolsem o clube dos salários até final do contrato, foi tornada pública ontem. Mas, se o jornalismo desportivo andasse mais atento e fosse menos venerando, o mal-estar entre Paulo Assunção e o FC Porto podia ter sido público muito antes. Acontece que, nos blogues, a informação vale por si, independentemente das reacções que possa desencadear no interior dos clubes.
Por isso, a tensão existente entre o jogador brasileiro Paulo Assunção e o FC Porto foi notícia aqui, no "O INFERNO DA LUZ", há quase 2 meses (em 3 de Abril), como se pode confirmar aqui.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Porquê Viseu?

Estádio do Fontelo, em Viseu: é aqui que treina a Selecção que quer ser campeã da Europa. Foto: Rui Vasconcelos

A Selecção Nacional de Futebol está a estagiar em Viseu. Porquê Viseu? Porque tem grandes condições de treino? Não. O Estádio do Fontelo, do Académico de Viseu, é um complexo desportivo antigo, antiquado, inadequado para receber durante mais de 15 dias os treinos diários e bi-diários de uma Selecção que pretende começar a disputar o título europeu daqui a uma semana, na Suiça e na Áustria.
Então porquê? Estranhamente, a ninguém se colocou até agora esta pergunta. Nem jornalistas, nem jogadores habituados a instalações e centro de estágio do mais moderno que há na Europa, se colocou esta simples questão: porquê o Fontelo?
A interrogação é mais pertinente se nos lembrarmos que Portugal, há menos de 4 anos, construiu estádios do mais moderno que há para organizar o Euro 2004. Viseu tem um óptimo hotel? Ok., mas porque não pode a Selecção viajar uns quilómetros e ir treinar a Aveiro (a 80 Km) ou a Coimbra (a 90 km) ou mesmo a Leiria (um pouco mais de 100 km)? E, depois, estas cidades também não têm instalações hoteleiras de luxo? A resposta, de tão óbvia, nem merece ser sublinhada.
Quais os interesses, então, que estão por detrás desta escolha? Portugal é um país sui generis, quando não tinha estádios com as condições requeridas, todos gritavam que assim não se podia ir a lado nenhum. Agora que os temos, a escolha recai num estádio velho e desajustado à nossa realidade desportiva e às expectativas que queremos transmitir. Era a mesma coisa que a França, com o moderno Stade de France, fosse treinar para o histórico mas velho Parque dos Princípes.
Tenho, uma explicação benévola mas mesmo assim sintomática de como em Portugal estas coisas se articulam, evoluem e se decidem. Viseu, se estão lembrados, reagiu mal ao facto de não ter sido escolhida para uma das sedes do Euro 2004. Saiu-lhe a fava, em benefício de Coimbra, Aveiro e Leiria. Quatro anos depois, os nossos responsáveis federativos e políticos encontraram a forma da compensação. Portugal é assim e, por isso, é o que é.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

O INFERNO nos jornais

in "Jornal de Notícias", de 28 de Maio de 2008

Selecção solidária

SELECÇÃO NACIONAL DE FUTEBOL
ANGARIA 9 300 EUROS PARA A LUTA CONTRA O CANCRO

Os jogadores Portugueses aceitaram desafio “Em cheio na cura para o cancro” e mostraram a sua solidariedade. Os vídeos desse desafio estarão disponíveis no site do projecto, em www.futebolcontraocancro.com. Nas vésperas do Euro 2008, os jogadores da Selecção Nacional de Futebol participaram numa actividade diferente. O objectivo não era marcar um golo, mas sim acertar na trave da baliza. Com esta actividade foi feito um donativo para a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) no valor de 9 300 euros que foram angariados para investigação em oncologia. Agora, a Selecção Nacional “passa a bola” à população em geral para todos contribuam para esta causa.
"A LPCC tem desenvolvido um conjunto de iniciativas para tentar mudar a percepção da população portuguesa em relação ao cancro, palavra ainda conotada de forma negativa. Queremos que as pessoas saibam que têm uma palavra activa na luta contra a doença, ao adoptar estilos de vida saudáveis e evitar comportamentos de risco. Para LPCC é uma honra contar com o apoio do Paulo Sousa, um contributo precioso para a nossa causa", explica Vitor Veloso, presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
“Em Cheio na Cura para o Cancro” foi a primeira iniciativa da recém apresentada Campanha “Futebol Contra o Cancro” que junta Paulo Sousa, ex-jogador e internacional português, à LPCC na sensibilização da população para esta doença. A Selecção Nacional ofereceu ainda à LPCC uma Camisola autografada por todos os jogadores que será leiloada no site www.futebolcontraocancro.com.

Vale e Azevedo e o Sporting

Não gosto de me imiscuir na vida interna dos outros clubes. Mas, abro uma excepção à regra, não para fazer juízos de valor sobre o que se passa no Sporting, com uma assembleia geral considerada histórica marcada para a noite de hoje - outros mais abalizados já o fizeram com toda a legitimidade -, mas para dar conta de uma curiosidade que pode e deve fazer reflectir os sportinguistas.
O que acontece é que a proposta que Filipe Soares Franco, presidente leonino, leva à assembleia geral, tem uma curiosa coincidência de premissas com a intenção manifestada por Vale e Azevedo, em 2001, na altura Presidente do Sport Lisboa e Benfica, de constituir uma SAD “aberta”, ou seja, em que a maioria do capital (51%) estivesse cotada em bolsa, à mercê de um qualquer investidor – contra o que se passa actualmente, em que 51% do capital pertence ao clube e os restantes 49% está disperso pelos mais variados accionistas.
Evitando entrar em pormenores, até porque a complexidade do projecto de reestruturação financeira do Sporting me passam ao lado e não tenho nenhuma intenção de o estudar a fundo, apenas refiro esta similitude de posições – Soares Franco/Vale e Azevedo -, porque Soares Franco, para o bem e para o mal, não tem a paternidade desta “ideia”.
Os mais pragmáticos, para quem um clube é uma instituição com fins lucrativos, aplaudirão Soares Franco, como aplaudiram Vale e Azevedo, enquanto este tentava fazer “aprovar” os estatutos da “sua” SAD à revelia dos sócios, numa célebre ida ao notário de madrugada – pelo menos, Soares Franco enfrenta os sócios.
Os mais românticos, se se quiser, os puros adeptos do clube e do futebol, aqueles para quem o Sporting, como o Benfica, é uma filosofia de vida, uma paixão, uma ideia, uma “fé”, defenderão, com unhas e dentes, a manutenção da maioria do capital do clube na esfera decisória dos associados.
A história e os tribunais já julgaram Vale e Azevedo – apesar da sua coragem inicial de ter revelado, pela primeira vez, os rostos do “sistema”, arrastou o nome do Benfica pela lama como nunca tinha acontecido e como nunca mais acontecerá -, expulso de sócio em assembleia geral.
Se a proposta de Soares Franco for aprovada, a história e os sócios do Sporting o julgarão. Uma coisa é certa: depois de hoje, nada ficará como dantes no clube leonino. Mas, quanto a isso, lavo daí as minhas mãos…

Nereida, outra vez

Já não bastava o assédio do Real Madrid, agora é a querida Nereida a não deixar em paz o nosso “wonder boy”, Cristiano Ronaldo. O rapaz, que as últimas notícias dão como cansado psicologicamente, mais triste e alheado – e não por acaso continua a falhar penáltis, como no treino, ontem, da Selecção -, lá vai tentando estar concentrado, mas ele próprio já garantiu que não vai estar a 100% no Euro 2008.
À margem dos treinos da Selecção, a novela “Ronaldo no Real Madrid” continua a fazer manchetes, principalmente em Espanha. A Marca, jornal desportivo espanhol tido como próximo do Real Madrid, vem na sua edição on-line de hoje, dar a voz ao presidente dos “merengues”, Ramon Calderón, que assegura que o “los blancos” “não fizemos, nem vamos fazer nada contra a vontade do Manchester United”, um dia depois de Alex Ferguson ter gritado a sua indignação e afirmar que os “red devils” iam denunciar à UEFA o alegado assédio madridista.
O “caso” Nereida fia mais fino. Também um dia depois do ex-namorado da fogosa modelo ter afirmado que ela era “um animal selvagem na cama” e confessado que não tinha pedalada para a senhora, o jornal inglês “The Sun”, uma instituição em matérias deste jaez, vem anunciar ao Mundo as intenções de Nereida de casar com o nosso Cristiano.
E sabem como ela o fez? Nem mais nem menos que através de “bizarros chats (conversas entre cibernautas) na Internet, com outros utilizadores”. Nereida quer “casar rápido e constituir família” - se não acredita, leia com os seus olhos. Coitado do nº 7, do Scolari e de todos nós…

terça-feira, 27 de maio de 2008

Reyes ou Luís Garcia?

Reyes (na foto) e Luís Garcia – um destes dois jogadores do Atlético de Madrid pode vestir a camisola do Benfica na próxima época. Será o avançado, de 24 anos, que jogou no Arsenal, no Real Madrid e agora está no Atlético? Ou o médio ex-Liverpool, de 29 anos? Qualquer um deles seria uma aquisição de vulto e um reforço para entrar de caras na equipa principal. Se é para falar de jogadores de nível, então sim, agora estamos a falar.
Com Quique Flores no comando do Benfica, é natural que o mercado espanhol passe a ser o eleito para o reforço do plantel. Aqui, o Atlético de Madrid, até porque “amarrado” a uma cláusula do contrato de Simão que obriga o clube colchonero a privilegiar o Benfica nas dispensas, parece ser o alvo predilecto.
Com a agravante de também no Atlético se estarem a realizar importantes movimentações ao nível de um plantel que fez uma época aquém do investimento realizado, como se pode ler no "site" do jornal espanhol AS, que refere "Reyes e Luís Garcia na órbita do Benfica".
De saída está Maniche, cujo empresário Jorge Mendes já procura uma colocação em França, Inglaterra ou Turquia (fala-se no Fenerbaçe, ainda de Zico). O Atlético quer apenas recuperar os 8 milhões de euros investidos no ex-interista (os outros 50% pertencem ao Dinamo de Moscovo, clube russo que Maniche foi representar quando saiu do FC Porto). Na mesma situação está também Seitaridis, o ex-nº 2 do FC Porto. O grego estuda projectos do futebol brasileiro e italiano.

Palavras de Campeã

Pentacampeão europeia e mundial de triatlo, de Vanessa Fernandes já se disse tudo. Uma superatleta como Portugal nunca teve. Vitórias, vitórias, vitórias. Mas a mesma Vanessa, humilde e grata, simples e disponível, dedicada e profissional. Uma Campeoníssima. A juntar a todos os troféus europeus e mundial, Portugal inteiro espera que junte o ouro olímpico, em Agosto, em Pequim.
Pois a “nossa” Vanessa, por tudo o que é e por tudo o que ganhou, já merecia dar-se ares de vedeta inacessível, inalcançável, como muitas e muitos. Mas não. Hoje, deu mais um exemplo de virtude. Em entrevista ao Record, disse aquilo que aqui republicamos. Sugerimos, por isso, a Quique Flores, que mande fazer uma fotocópia gigante deste excerto da entrevista e que coloque na parede do balneário. Porque são palavras de uma Campeã.

“Nunca trocaria o Benfica por nada deste Mundo”

R: Sendo uma mulher do Norte, como tomou a decisão de ingressar num clube como o Benfica ?
VF: Sempre fui do Benfica e o meu pai também (nota do blogue: o campeoníssimo ciclista Venceslau Fernandes, o Velho Lau). Nunca trocaria este clube por nada deste Mundo. É um orgulho.
R: A relação tem sido proveitosa?
VF: Tem sido perfeita. Tudo o que preciso, eles estão sempre lá. Compreendem mesmo quando eu não posso desdobrar-me por causa dos treinos ou dos estágios. Os dirigentes são sempre muito compreensivos e nunca falharam com nada. Estou muito satisfeita e orgulhosa do clube que represento e sou grande adepta.”
in "Record", de 27 de Maio de 2008

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Tiago, isso sim

O Atlético de Madrid está disposto a abrir os cordões à bolsa para ter Tiago. De que é que o Benfica está à espera?

Já que estamos em tempo de começar a falar de reforços para o Benfica, e centrando-nos na exigência de jogadores de alto nível – pelo menos 4 – exigidos por Quique Flores, um dos que não nomeei no post anterior, e que me vem agora à cabeça, é Tiago.
Lembram-se? O menino que veio do Sporting de Braga com Ricardo Rocha e que pegou de estaca na Luz, saiu para o Chelsea com Mourinho, fez-se um centro-campista completo, mas precisou de mais espaço do que aquele que tinha no clube londrino, com Makelele e Lampard, como senhores do meio-campo.
Saiu para o crónico campeão francês, o Lyon, também em alta na Liga dos Campeões, e dividiu a notoriedade com o brasileiro Juninho. Dois anos depois, ei-lo a caminho da “Vecchia Signora”, a histórica Juventus.
Tiago, incrivelmente esquecido pela imprensa portuguesa, que ficou de fora dos 23 do Euro, parece renascer agora com o interesse autêntico do Atlético de Madrid, de Simão e de José Castro, como se constata neste artigo publicado no próprio “site” do clube madrileno.
Faria bem o Benfica em fazer um esforço financeiro, que já fez noutras alturas e por atletas bem menos interessantes, e garantir o regresso de Tiago, por quem a Juve pede 11 milhões de euros ao Atlético. Se Quique quer jogadores de nível, que tal começar a pensar na hipótese-Tiago.

Yebda, um tiro no escuro

Hassan Yebda, com as cores do Le Mans, durante uma fase da partida da Primeira Liga francesa, contra o Marselha, de Djibril Cissé (com a bola).

Hassan Yebda, franco-argelino do Le Mans, é o primeiro jogador da era Quique Flores, contratado com o aval pessoal do treinador espanhol. Não me parece grande espingarda. Dizem que veio a “custo zero”, mas sabemos como isso é apenas uma das faces da moeda.
Recuso-me sequer a aceitar que um jogador que não serve para um clube como o Le Mans, possa servir para o Benfica. Aliás, para a posição deste jogador, o Benfica já tem atletas que dão mais garantias, como Petit, Bynia ou Katsouranis.
Começa mal Quique. E começa com uma grave incoerência: quem diz que precisa de 4 jogadores de alto nível para tornar o Benfica uma equipa competitiva capaz de garantir um lugar na “Champions”, não pode depois apresentar como cartão de visita Hassan Yebda.
O mesmo não se pode dizer, claro, de Luís Garcia, ex-Liverpool e ex-Atlético de Madrid, e de Albelda, ex-Valência. Se o Benfica os conseguir contratar, então sim, acerta em cheio. É claro que Yebda até pode – Deus queira que sim – explodir, mas melhor seria o Benfica virar-se mais para o mercado interno. Como Yebda, existem no futebol português muitos jogadores, com a vantagem de já estarem adaptados à nossa Liga e aos adversários.
Os casos de Caneira e de Carlos Martins são bons exemplos do que deve ser a política de contratações do Benfica. Jogadores portugueses, com experiência internacional, conhecedores do nosso futebol e que ambicionam regressar pela porta grande. Inclui-se nesta “bolsa” o nome de Ricardo Rocha, um jogador que sempre jogou com amor à camisola.
Ou seja, é bom que haja sintonia entre o treinador e o director desportivo, mas Rui Costa não deve aceitar todo e qualquer nome só porque tem o aval de Quique. Convinha olhar bem para jogadores do Boavista que estão à beira da rescisão; alguns do Sp. Braga, como João Pereira; sem dúvida do V. de Guimarães, como Geromel; e do Belenenses, como José Pedro; e, porque não, Paulo Assunção, do FC do Porto? Como se vê, matéria-prima não falta em Portugal para “atacar”, sem necessidade de andar a dar tiros no escuro….

domingo, 25 de maio de 2008

Felicidades, Quique!

A contratação de Quique Flores levanta-me uma dúvida. Que perfil foi desenhado pelo Presidente, pela SAD, pelo director desportivo, para novo treinador do Benfica? Curiosamente, não vi esta questão ser levantada na imprensa desportiva.
Passo a explicar. Dando como adquirido que Enrique Sanchez Flores (Quique Flores) não foi a primeira, nem sequer a segunda, escolha, porquê esta viragem de 360º no perfil do homem que vai comandar o futebol do Benfica?
A pergunta só tem uma resposta: a Liga dos Campeões. Ninguém imaginou que o Benfica pudesse ficar fora do acesso directo, ou, em última instância, da pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Assim, dando como adquirido que o Glorioso iria disputar a "Champions", o perfil desenhado para o sucessor de Fernando Chalana era a de um técnico conhecedor do futebol português e com grande experiência internacional. Dois nomes encaixavam na perfeição neste perfil: Carlos Queiroz e Sven-Goran Eriksson.
O primeiro era o “number one”, mas o facto de não querer desestabilizar o Manchester United numa fase crucial da época, onde se jogava o acesso à final de Moscovo e a Premierschip, fez com que Queiroz mantivesse a sua indecisão até aos limites do insuportável.
Estivesse o ManUtd fora da Liga dos Campeões e já com o título de campeão inglês no bolso e Carlos Queiroz seria hoje o treinador do Benfica. Restava “Svennis”, uma aposta clara de Luís Filipe Vieira.
O sueco foi descartado por Rui Costa, depois de ter ultrapassado o “timing” acordado em Manchester para uma decisão final. Partiu então o Benfica para o Plano B, desenhando o perfil de um técnico jovem, ambicioso, com coragem para abraçar o desafio da sua carreira. Dois nomes se perfilaram: Quique Flores e Michael Laudrup.
Quique venceu a corrida. Quanto a mim é a hipótese mais acertada. Mas não deixa de ser uma segunda escolha. E é, seguramente, uma opção pessoal de Rui Costa. Que seja feliz, que nos faça felizes e que leve, de novo, o Benfica ao título de campeão. Felicidades Quique!

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ciao, Cebola !

"Cebola" oferece-se ao FC Porto
À chegada a Lisboa, após a digressão africana do Benfica, Cristian Rodríguez disse nada saber sobre o seu futuro. Mas apesar de manifestar desejo de ficar na Luz, fez uma declaração que pode ser entendida como estranha ou então, bem pensada, já que pressiona o Benfica a decidir-se. "Nada sei o que irá acontecer. Gostaria de ficar no Benfica, mas sou profissional e se tiver de sair, sairei. Ficarei contente se o FC Porto me contratar. É também um clube grande."
in "O JOGO", de 23 de Maio de 2008
Depois disto, Rui Costa só tem de dizer isto ao Christian Rodriguez: "Ciao, Cebola, quem vai chorar és tu...".

A entrevista de Dias da Cunha

"Acredito que Luís Filipe Vieira quer um futebol limpo"

Uma notável entrevista de Alexandra Tavares-Teles e de Isaura Almeida, com fotos de Rodrigo Cabrita, publicada hoje no suplemento do "Diário de Notícias", o DN Sport, e que pode ser lida aqui na sua totalidade. Para analisar e reflectir.

Dias da Cunha, ex-presidente do Sporting, dá hoje uma entrevista notável ao DN Sport. As palavras são de um homem corajoso, frontal, sério, que, como já aqui dissemos a propósito do “Apito Final” e do “Manifesto” por si subscrito e por Luís Filipe Vieira, faz falta ao futebol português.
É com entrevistas desta dimensão que se salva o futebol português do atoleiro de mentiras e “esquemas” em que se deixou afundar. Não são os que não têm medo de revelar os rostos do “sistema”, como Dias da Cunha e Luís Filipe Vieira, e que sempre lutaram pela celeridade dos “Apitos”, que querem “matar” o futebol, como acusam os que, deseperadamente, defendem o “status quo”.
O regresso à primeira linha do futebol de Dias da Cunha é, por isso, uma boa notícia. E é um sinal de que nada está, ainda, perdido. A voz autorizada do ex-líder sportinguista faz-nos acreditar que é possível recuperar a credibilidade do futebol português. Como em tudo na vida, os melhores têm de assumir o desafio e marcar presença. A guerra ainda não está ganha…

quinta-feira, 22 de maio de 2008

John Terry e a imortalidade

John Terry em estado de choque - a imortalidade, sem glória...
O meu herói da final da Liga dos Campeões, ganha pelo Manchester United ao Chelsea, ontem em Moscovo, não foi Cristiano Ronaldo, que reclama agora o título de melhor do Mundo, nem Ryan Giggs, que igualou o recorde de partidas europeias com a camisola vermelha de Sir Bobby Charlton, nem Edwin Van Der Sar, que defendeu o penálti decisivo – o meu herói chama-se John Terry.
O defesa central e capitão do Chelsea podia ter entrado para a imortalidade se tivesse marcado o penálti que dava a vitória inédita do clube londrino na “Champions”. Escorregou ao chutar e a bola saiu ao lado. Acabou lavado em lágrimas e confortado por companheiros e adversários.
Poucas imagens terão sido tão dramáticas. Fez-me lembrar Eusébio no Mundial de 66, em Inglaterra, depois de Portugal perder por 2-1 a meia final contra os ingleses, com o Pantera Negra a sair em lágrimas agarrado a Manuel da Luz Afonso – uma imagem que correu Mundo.
Fez-me lembrar Maxime Bossis, o defesa central francês, que no Mundial de 82, em Espanha, falhou o derradeiro penálti de uma dramática meia-final entre a França e a Alemanha, eliminando os “blues” de uma final a que nunca tinham chegado. Parece que estou a vê-lo, de joelhos, o olhar vazio e perdido, e atrás dele, de mãos na cabeça, toda a geração de ouro do futebol francês: Platini, Giresse, Tigana, Fernandez…
Fez-me lembrar Joahnn Cruyff, o mágico nº 14 da “laranja mecânica”, na final do Mundial de 74 na Alemanha, quando a Holanda mostrou o mais espectacular futebol alguma vez visto nos estádios, o célebre futebol total, e perdeu essa final para os “panzers” germânicos.
Fez-me lembrar Diego Armando Maradona, na final do Mundial de 90, na Itália, quando a Argentina que carregava às costas sofreu um penálti mentiroso a 5 minutos do fim, marcado por Andreas Brehme. Alemanha campeã mundial.
Tantos e tantos mitos do futebol mundial sofreram dramáticas e quase sempre injustas derrotas pessoais e colectivas. John Terry pode assim orgulhar-se, neste momento de solidão e sofrimento, de se juntar à galeria desses deuses: Eusébio, Maradona, Platini, Cruyff.
Não chegou à imortalidade pela glória de uma Taça dos Campeões ganha pela primeira vez, mas alcançou essa mesma imortalidade no coração dos adeptos do Chelsea, orgulhosos do seu capitão, desse jogador extraordinário chamado John Terry, que ainda pode mostrar como o futebol é paixão e amor à camisola de um clube. Não devia o futebol ser sempre assim?

quarta-feira, 21 de maio de 2008

E depois da "Champions"?

Manchester Utd ou Chelsea? Que importa? O que interessa é saber quem é o novo treinador do Benfica.

A novela (mexicana?) em torno do novo treinador do Sport Lisboa e Benfica – para a qual nada tem contribuído Rui Costa nem Luís Filipe Vieira – pode ter hoje, no máximo amanhã, um ponto final.
Porquê? Porque hoje à noite, para gáudia de milhões de pessoas que gostam de futebol, joga-se a final da Liga dos Campeões, entre Manchester United e Chelsea FC. Não estando, infelizmente, o Benfica directamente envolvido nesta contenda desportiva, esta final pode ser a “dead line”, ou data-limite, para a escolha do novo treinador.
Dos muitos nomes que vieram a público desde o fim do campeonato, “sobreviveram” três: Quique Flores, Michael Laudrup e… Carlos Queiroz. É certo que o “Record” resolveu juntar um outro, Zico, o ex-jogador da selecção do Brasil, a realizar um trabalho fantástico como treinador do Fenerbache, da Turquia.
Ora, com Quique Flores a pedir mais uns dias de reflexão, Michael Laudrup em Moscovo para assistir à final da “Champions” e Queiroz a dizer que só se pronuncia sobre o Benfica após o jogo de hoje, mais do que saber quem erguerá a Taça, Ryan Giggs ou John Terry, queremos é ouvir, logo de imediato Rui Costa.
O novo director desportivo não esperará mais do que 24 horas após a final de Moscovo para anunciar o novo treinador. Fazê-lo seria não só um erro de “timing” como um erro mediático. Com a Selecção já completa com os regressos de Cristiano Ronaldo, Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho, o anúncio de quem comandará o Glorioso ficaria submergido pela profusão de noticiário sobre a Selecção. E isso, parecendo que não, é mais do que um simples pormenor.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O INFERNO nos Jornais



in "O JOGO", de 20 de Maio de 2008

Mourinho desfez o tabu

José Mourinho a caminho do Inter ou do AC Milan - S. Siro ou Giussepe Meazza?

José Mourinho, o maior desempregado de luxo do futebol mundial, desfez o tabu sobre o seu futuro. Depois de semanas a alimentar as mais diversas especulações sobre qual a equipa que iria treinar, depois da saída pela porta baixa do Chelsea, Mourinho, em entrevista ao "The Observer", curiosamente um jornal inglês de referência, diz definitivamente que "treinará em Itália" - leia aqui a notícia, extraída do jornal desportivo espanhola "Marca".
Ora, para um treinador da dimensão de José Mourinho, as escolhas italianas resumem-se ao Inter de Milão, acabado de ganhar o Scudetto, e ao AC Milan, ainda a lamber as feridas da eliminação na Liga dos Campeões e da perda do campeonato, visto que a Juventus ainda não recuperou do envolvimento no Calciocaos, o "Apito Final" à italiana.
Uma última curiosidade, que vale o que vale num processo de muitos milhões de euros: o actual técnico do Inter, onde jogam três portugueses - Figo, Maniche e Pélé -, Mancini, é dado como o futuro treinador do Chelsea, de Avram Grant.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

De pequenino se torce o pepino

João Alves e Luís Filipe Vieira, uma ligação com bons resultados
As conversas em torno do próximo treinador do Sport Lisboa e Benfica têm colocado em segundo, terceiro ou último plano, um assunto que reputo de igual importância: a excepcional época que tem sido realizada pelos nossos escalões mais jovens.
Em juniores, juvenis e iniciados, o Benfica encontra-se na fase final das respctivas provas, para encontrar o campeão, sendo que em juvenis e inicados lidera a tabela classificativa. Este cenário era impensável há uns anos atrás e retrata o trabalho feito por muitos treinadores desconhecidos, como João Couto (juvenis) ou Bruno Lage (iniciados), e outros mais conhecidos, como João Alves (juniores), ou Pietra e Néné, que trabalham no sector de formação, liderado agora por Rui Águas.
Chamo a atenção para este facto porque é indesmentível que o Benfica perdeu o comboio, nos últimos anos, para Sporting, principalmente, e FC Porto, no que à formação diz respeito. Pelos vistos, aqueles que enchem a boca com a “fábrica de talentos” de Alcochete devem começar a olhar mais para o que se vai fazendo no Centro de Estágio do Seixal. Estão a nascer ali jovens craques para a equipa principal, retomando uma tradição bem benfiquista.
O Benfica do futuro deve começar a incorporar na sua equipa principal jogadores formados nas escolas da Luz, a exemplo do que acontecia no passado. O trabalho que tem sido realizado na formação é sinal de que a estratégia está correcta. Até por isso a escolha do próximo treinador da equipa principal tem de ser bem equacionada.

Diáspora benfiquista

Benfica em Cabo Verde: mais do que o futebol, uma maneira de espalhar a mística e a "fé".

A digressão de final de época do Benfica a Cabo Verde e a Angola é uma decisão “política” que merece aplausos e elogios. O normal nestas iniciativas é olhar apenas para o lado financeiro, aproveitando o fim das competições internas para garantir mais alguns euros nos cofres.
Sem pinga de interesse desportivo, estas digressões não passam de excursões destinadas a ocupar os jogadores e técnicos até ao final da época contratual, 30 de Junho, antes da libertação dos atletas para férias.
Este caso não obedeceu a estas premissas. Não sabemos qual o “cachet” que o Benfica recebeu, mas, tratando-se de Cabo Verde e de Angola, não deve ter sido significativo. É por isso de enaltecer, sublinho, esta digressão.
Para o Benfica, a ex-colónias não foram só um alfobre de grandes atletas, mas um importante mercado emocional e afectivo, em cuja população local, o nome Benfica era o símbolo mais querido e estimado de ligação à Metrópole, mesmo em alturas de guerra colonial.
Milhares e milhares de africanos de língua oficial portuguesa continuam a vibrar com o Benfica. Em Cabo Verde, seja na Cidade da Praia, no Sal ou em S. Vicente, é vulgar vermos jovens de camisola do Benfica vestida. Em Angola, seja em Luanda, ou no Huambo, é vulgar angolanos passearam na marginal da capital envergando a camisola de Eusébio, Coluna, Santana ou José Águas. A mesma realidade de passa em Moçambique, em S. Tomé e Princípe, na Guiné.
A diáspora benfiquista em terras da África portuguesa, chamemos-lhe assim, é um capital que deve ser preservado e fomentado. Não foi, por isso, de estranhar a verdadeira enchente que ocorreu no Estádio Municipal da Ilha do Sal para ver o Benfica jogar.
Milhares em delírio, numa doce loucura que só percebe quem viu de perto a intensidade com que os cabo-verdianos vivem o Benfica. Devia ser, por isso, obrigatório que o Benfica todos os anos se deslocasse a uma cidade africana de língua oficial portuguesa. Se isto não é a lusofonia, o que é a lusofonia?

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sem traduções, nem comentários

> (12/05/2008 15:26)" Es terrible lo que está pasando en el fútbol, un poco ante la mirada condesciente del periodismo. En los últimos años se han comprobado casos de dopaje masivos en Italia, caso Juventus, y de compraventa de partidos tanto en Italia como en Portugal, con equipos como la Juve y el Oporto en medio del embrollo. Las autoridades del fútbol, el periodismo y los propios profesionales del fútbol (entrenadores, directivos, árbitros y jugadores) deberían estar más vigilantes ante algo que no es ficticio es real. Hay gente que pone tanto empeño en ganar, en proclamarse ganadores, que traspasan las reglas de una manera obscena. Una de las cosas que más sorprenden de todo esto es la reiteración en los nombres de los equipos. Son casi siempre los mismos: Juventus, Oporto... "
Agradecendo ao prezado consócio que nos enviou este excerto de um editorial assinado por Santiago Segurola, director-adjunto do conceituado jornal desportivo espanhola "MARCA", de Madrid, aqui o reproduzimos, sem traduções nem comentários...

65% querem Vieira

No dia em que Luís Filipe Vieira cumpre 7 anos de Benfica, o “O INFERNO DA LUZ” dá por terminada a sondagem que durante quase um mês colocou “on line” (as votações fecham às 24 horas).
Os números valem o que valem e esta sondagem/inquérito vale o que vale. Aliás, é bom sublinhar que ela tem meramente um valor indicativo, dado que não teve a preocupação de cumprir os requisitos técnico-legais que se impõem a outras consultas de opinião.
Não deixa, porém, de ser significativo que uma esmagadora maioria de votantes, 65%, defende que Luís Filipe Vieira deve cumprir o seu mandato até ao fim (Outubro de 2009) e recandidatar-se; 19% acha que se devia demitir e abandonar o clube e 15% que se devia demitir, convocar eleições antecipadas e recandidatar-se.
Mais do que uma “revolução”, o que o Benfica precisa é de estabilidade. Directiva e futebolística. Os benfiquistas já interiorizaram que “perder” Vieira era começar tudo de novo.
Uma herança difícil e problemática, a necessidade de acorrer a “apagar” fogos por todo o lado, a enorme e complexa tarefa de erguer um novo estádio (e que estádio!) em tempo recorde, mais um centro de estágios, obrigou a descurar, um pouco, a vertente eminentemente desportiva. E mesmo aí, vieram alguns títulos, depois de mais de uma década de travessia do deserto.
Dir-me-ão, os mais críticos e cépticos que, esta época, com a obra praticamente consolidada, foi a pior desportivamente deste 2001. É verdade, Vieira reconheceu-o ontem, na apresentação de Rui Costa como director desportivo. “Não sou, nem nunca me considerei, infalível”, disse.
O “caso” Veiga, com que não contava, teve uma influência decisiva nesta deriva, e Vieira errou ao permitir que a época se começasse com Fernando Santos ao comando da equipa – uma época que, disse-o Santos publicamente, tinha sido trabalhada com Veiga. Diz o povo que o que começa mal, tarde ou nunca se endireita.
Vieira emendou rapidamente a mão. Com Rui Costa, tudo começa bem. É o novo Benfica que está aí para pesadelo dos nossos adversários. Com mística, paixão e fé.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Campeões, nós somos Campeões!

Com Rui Costa na bancada a vibrar como um benfiquista de corpo e alma, os bravos andebolistas do Benfica, comandados por Aleksander Donner - um campeão que com pena vemos partir - sagraram-se campeões 18 anos depois. Obrigado e parabéns, Campeões!

Dezoito anos depois, o Benfica voltou a ser Campeão Nacional de Andebol. Num pavilhão da Luz repleto de amor clubístico, a nossa equipa de andebol, comandada por esse autêntico mago chamado Aleksander Donner, mostrou, frente ao ABC, as características de uma equipa à Benfica: talento, garra, coragem, determinação, combatividade, amor à camisola.
Nas bancadas, Rui Costa, os filhos e o pai, num acto de benfiquismo inigualável de um homem invulgar. Mas também de sublinhar as presenças de nomes conhecidos como os cantores Francisco Mendes e Carlos Alberto Moniz, assim como o director-geral das modalidades, Carlos Lisboa. Mais importante ainda a presença de milhares de benfiquistas anónimos que esgotaram o Pavilhão da Luz, transformado num Inferno da Luz, que, no final, transbordou de uma alegria contagiante.
Não era um jogo qualquer, era um jogo muito especial que podia terminar, como terminou, com um jejum de 18 anos. O Benfica regressa ao topo no Andebol. Rui Costa, que acaba de ser nomeado director desportivo para o futebol e que, depois de “romper” com Eriksson, tomou outra decisão acertada, a renovação com Léo, foi ver da massa que se fazem os campeões.
Campeões, nós somos Campeões, cantou hoje à noite no Pavilhão da Luz. “Campeões, nós somos Campeões” queremos cantar a plenos pulmões para o ano no Estádio da Luz. Obrigado rapazes!

O INFERNO nos Jornais

in "Jornal de Notícias", de 14 Maio de 2008

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Svennis já não mora aqui

Com Sven-Goran Eriksson fora da corrida para o cargo de treinador do Benfica, volta tudo à estaca zero. Na sua primeira grande decisão como director desportivo, Rui Costa esteve à altura do cargo e à altura da dimensão mundial de um clube como o Benfica. Outra coisa não seria de esperar. Ao verificar que a data-limite para ter uma resposta do sueco tinha sido ultrapassada, Rui Costa eliminou a hipótese Eriksson.
A continuar assim, de uma coisa os benfiquistas podem estar certos, as novelas das contratações, tipo vem-não vem-talvez venha-não vem-vem-talvez não venha, vai acabar de vez.
Agora, a questão é: quem virá? E para responder a esta questão, temos de regressar ao perfil. É sabido que a primeira opção do Benfica era (é?) Carlos Queiroz, que, curiosamente, também se encontrava no mesmo hotel de Manchester onde, supostamente, Luís Filipe Vieira e Rui Costa se reuniram com Sven-Goran Eriksson.
Pelo que, é de pensar que para Vieira e Rui Costa a preferência vai para um português. Se não for Queiroz, será outro? Vejamos: o Manchester United garantiu há dias o bi-campeonato e vai jogar dentro de dias a final da “Champions”. Se a ganhar, o ManU fecha com chave de ouro uma época memorável.
Se Sir Alex Ferguson decidir retirar-se, o que não é seguro, Queiroz herda um presente envenenado: fazer menos do que esta época será considerado um desastre. Por outro lado, assumir a liderança técnica num clube que tudo já ganhou, não parece grande desafio. Pelo contrário, Queiroz não terá nada a ganhar, só a perder. Neste contexto, o regresso do Benfica à hipótese-Queiroz pode voltar a fazer sentido.

"Timings"

É uma tese que tenho há muito tempo. Julgo que não é sequer original. Mas aqui fica o seu registo, certificado pelo que se passou esta temporada.
Gostam alguns protagonistas do futebol português, no que concerne ao “Apito Dourado” e ao “Apito Final”, de enunciar um argumento que julgam irrebatível e de fácil compreensão pela maralha: “Todos faziam a mesma coisa!”
Como?! Alto aí e pára o baile! Nunca gostei de embarcar nestas generalizações e, como benfiquista, não as aceito no que ao meu clube diz respeito. Utilizando a defesa daqueles que hoje estão remetidos para o banco dos réus, digo apenas que suspeições e diz-que-disse obrigam a provas. Para uns, essas provas já chegaram, tarde mas chegaram, e até são tão concludentes que nem merecem recurso, para outros, continuamos à espera.
Serve isto também para os “casos” de arbitragem que, todos os anos, animam os dominicais serões e as tertúlias televisivas de segunda-feira. Clubes habituados aos benefícios de arbitragem, fazem saber por interpostos opinadores que “no final do campeonato, distribuindo benefícios e prejuízos pelos três grandes, verifica-se que há uma grande equidade”.
Como?! Alto aí e pára o baile! Tomando-nos todos por incautos, estes opinadores esquecem-se que a questão não se centra na análise fria dos benefícios/prejuízos, mas antes deve centrar-se no “timing” dessas ocorrências.
Esta época, apesar de desastrosa para o Benfica, é paradigmática nesse sentido. O que verificamos, através da análise sobre o trabalho dos árbitros, jornada a jornada, que fizemos de Benfica e FC Porto, utilizando como fonte um jornal insuspeito “O Jogo”, é que os benefícios (voluntários e/ou involuntários) que o FC Porto recebeu concentraram-se nas primeiras 10 jornadas. Em contrapartida, os prejuízos do Benfica também se verificaram, maioritariamente, nesse período. Verifique com os seus olhos, em Toda a Verdade, Toda a Verdade II, e em Apito Azulado.
Aliás, é muito curioso verificar que nas últimas 6/7 jornadas, o Benfica tem arbitragens completamente normais (e mesmo alguns benefícios), enquanto que a atitude dos árbitros, nessa mesma altura, para com o FC Porto revela um distanciamento (e mesmo alguns prejuízos) invulgares. Confirme em Toda a Verdade III , Toda a Verdade IV e Apito Azulado II.
O que é que isto quer dizer? Muito simples. O “fosso” pontual cava-se nas primeiras jornadas, depois é só gerir a época e no último terço é preciso “equilibrar” as coisas, beneficiando uns e prejudicando outros. É claro que os benefícios obtidos e os prejuízos suportados são inócuos, tal a diferença pontual. Um pouco à semelhança do que se passou com as sanções do “Apito Final”. É a isto que também se chama “sistema”, não é?

terça-feira, 13 de maio de 2008

Apito azulado II

22ª Jornada
FC Porto – 1; Académica – 0
Árbitro: Cosme Machado (AF Braga)

“O vermelho mostrado a Mariano Gonzalez parece exagerado, especialmente depois de o árbitro de Braga ter fechado os olhos a entradas bem mais violentas, como a de Lito sobre Lucho, alguns minutos antes”.

in “O Jogo”, de 10 de Março de 2008

23ª Jornada
Leixões – 1; FC Porto – 2
Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)

“O tribunal de O Jogo é unânime a considerar ilegal o posicionamento de Tarik no lance do segundo golo do FC Porto. (…) No que a questões disicplinares diz respeito, é pacífica a opinião deque Bruno Alves devia ter ido tomar banho mais cedo”.

in “O Jogo”, de 16 de Março de 2008

24ª Jornada
Belenenses – 1; FC Porto – 2
Árbitro: Lucílio Baptista (AF Setúbal)

“Há uma divisão de opiniões por parte dos entendidos na matéria de O Jogo em relação ao lance mais polémico da partida do Restelo: o da grande penalidade favorável ao FC Porto”.

in “O Jogo”, de 31 de Março de 2008

25ª Jornada
FC Porto – 6; Estrela da Amadora – 0
Árbitro: João Vilas Boas (AF Braga)

“Dois fora-de-jogo com golo tirados ao FC Porto (…) foram os lances mais complicados para a equipa de arbitragem. Nas duas situações, João Vilas Boas esteve bem (…)”.

in “O Jogo”, de 6 de Abril de 2008

26ª Jornada
V. Setúbal – 1; FC Porto – 2
Árbitro: Elmano Santos (AF Madeira)

“…Elmano Santos poderá ter errado na validação do segundo golo dos portistas, atendendo a que o braço esquerdo foi um precioso aliado de Mariano na definição do lance, antes do remate imparável”

in “O Jogo”, de 13 de Abril de 2008

27ª Jornada
FC Porto – 2; Benfica – 0
Árbitro: Bruno Paixão (AF Setúbal)

“Ao contrário do que é usual num duelo entre FC Porto e Benfica, o encontro de ontem do Dragão foi praticamente imune a polémica”.

in “O Jogo”, de 21 de Abril de 2008

28ª Jornada
V. Guimarães – 0; FC Porto – 5
Árbitro: Paulo Costa (AF Porto)

“Quatro lances de dúvida, e pelo menos um erro neles: Quaresma, no 0-2, recebeu a bola em fora-de-jogo. No primeiro golo, há dúvidas na falta de Mohma sobre Mariano. (…) Certo terá estado aos 24´ e aos 61´, não assinalando penálti contra o FC Porto”.

in “O Jogo”, de 28 de Abril de 2008

29ª Jornada
FC Porto – 0; Nacional da Madeira – 3
Árbitro: Paulo Paraty (AF Porto)

“Os portistas reclamaram duas grandes penalidades. A primeira (..) foi negada de pronto por Paulo Paraty, que se encontrava muito perto do lance. A segunda (…) ficam as dúvidas que beneficiam o árbitro. Não foi por aí que o jogo se definiu”.

in “O Jogo”, de 4 de Maio de 2008

30ª Jornada (última)
Naval – 0; FC Porto – 2
Árbitro: Marco Ferreira (AF Madeira)

“Os jogadores ajudaram-no e Marco Ferreira passou ao lado do jogo. O que é o ideal”.

in “O Jogo”, de 11 de Maio de 2008

Ontem, hoje e amanhã

Felipão anunciou os "23". Boa sorte Portugal! (Foto: www.fpf.pt / FPF/Francisco Paraíso)

Luiz Felipe Scolari anunciou ontem os 23 jogadores que vão representar Portugal no Euro 2008, na Suiça e na Áustria. Do Benfica leva 3: Quim, Petit e Nuno Gomes; um “quase”: Jorge Ribeiro; 4 “ex”: Deco, Miguel, Simão e Meira.
Ou seja, em 23 jogadores, 8 são, serão ou foram benfiquistas. Quer dizer muito e não quer dizer nada. Diz muito porque, por erros de gestão desportiva (Deco), mera colisão de personalidades (Miguel) ou por ponderosas razões de mercado (Meira e Simão), o Benfica a tê-los mantido teria hoje uma equipa e um plantel capaz de disputar palmo a palmo a vitória na Liga dos Campeões.
Não quer dizer nada, porque a mudança de clube é uma realidade diária, muito por culpa da Lei Bosman, das regras de mercado e de situações menos normais protagonizadas por agentes do futebol, nomeadamente empresários.
Relevo este facto, na lista que Scolari ontem anunciou, não só pela sua curiosidade, mas também como sinal de que o Benfica foi, é e será sempre um destino apetecível e desejado pelos grandes jogadores do futebol português e europeu.
A Scolari, e aos nossos campeões, o “O INFERNO DA LUZ” deseja um Europeu se possível melhor do que o Euro 2004, para que as tristezas do dia a dia, no nosso futebol e não só, sejam esquecidas por um mês. Força Portugal!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Toda a Verdade IV

26ª Jornada
Benfica – 0; Académica – 3
Árbitro: Paulo Baptista (AF Portalegre)

“Sem mácula. O trabalho de Paulo Baptista resguarda-o de eventuais depressões pós-escândalo”

in “O Jogo”, de 12 de Abril de 2008

27ª Jornada
FC Porto – 2; Benfica – 0
Árbitro: Bruno Paixão (AF Setúbal)

“Ao contrário do que é usual num duelo entre FC Porto e Benfica, o encontro de ontem do Dragão foi praticamente imune a polémica”.

in “O Jogo”, de 21 de Abril de 2008


28ª Jornada
Benfica – 2; Belenenses – 0
Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto)

“Artur Soares Dias saiu do Estádio da Luz sem problemas de maior, tendo sido discreto, mas eficaz”.

in “O Jogo”, de 27 de Abril de 2008


29ª Jornada
Estrela Amadora – 0; Benfica – 0
Árbitro: Pedro Proença (AF Lisboa)

“Pedro Proença saiu da Reboleira sem qualquer problema de consciência ou dúvida (…)”

in “O Jogo”, de 5 de Maio de 2008

30ª Jornada (Última)
Benfica – 3; V. Setúbal – 0
Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)

“Jorge Sousa efectuou um trabalho seguro, seguindo todos os lances de perto e com muita atenção”.

in “O Jogo”, de 12 de Maio de 2008

Lágrimas e flores, para ti Maestro

E pronto. Como tu gostarias, o adeus com a braçadeira que te fica tão bem e a tua e a nossa camisola. (Foto: Armando França/AP Photo)

Um jogador inigualável, na galeria dos melhores de sempre do nosso futebol.
"10", sempre "10", mesmo no AC Milan, o número mágico, só reservado aos verdadeiros prodígios.

Capitão na Fiorentina, onde foi considerado o melhor jogador estrangeiro de sempre da "Fiore".

Homenagem aos campeões do Mundo de sub 20, na Luz, em Lisboa. Rui Costa, com a camisola do Fafe, o segundo a contar da direita, na primeira fila. Lembras-te Rui?

domingo, 11 de maio de 2008

Obrigado Rui, até breve Campeão!

Eu estive lá, quando marcaste aquele penálti, o último, contra o Brasil, perante mais de 150 mil pessoas, na velhinha Luz, num recorde de assistência, e nos deste o título de campeões do Mundo de Juniores.
Eu estive lá, quando choraste como um menino agarrado a Batistuta, depois de marcares aquele golo pela Fiorentina, na Luz, contra o teu e o nosso Benfica, em noite de apresentação do Glorioso aos sócios.
Eu estive lá, quando marcaste aquele fabuloso golo à Inglaterra, nos quartos de final do Euro 2004, depois de Scolari em desespero te ter feito saltar do banco, e nos puseste a sonhar com o título europeu.
Eu estarei lá, hoje à noite, daqui a um bocadinho, para te dizer “Obrigado Rui”. Mas sobretudo para agradecer todas as alegrias, todos os golos, mesmo os marcados pelo Fafe, pela Fiorentina, pelo AC Milan.
“Obrigado Rui, até breve Campeão!”

sábado, 10 de maio de 2008

Macieira, não Martini

O meu velho e bom amigo Zé Paulo, enviou-me um gentil email chamando-me a atenção para um pequeno lapso que cometi no "post" "O regresso ao lugar onde foste feliz?", que pode ser lido aqui. Nesse email, o Zé Paulo diz que o "kiko" ou "quico" (como quiserem) que Eriksson usava na cabeça durante os treinos na primeira passagem pelo Benfica, em 82, não anunciava a Martini, como eu escrevi (embora dizendo que não tinha a certeza), mas sim a Macieira. Tem razão o Zé Paulo, a quem agradeço a atenção, e tem também razão quando diz que essa foi "das mais eficazes operações de marketing feitas algum dia em Portugal".

Post-Scriptum: Tenho pena de não ter encontrado nenhuma fotografia com essa imagem de Eriksson com o "kiko" ou "quico" na cabeça e a palavra Macieira inscrita. Fica esta, com o sueco levado em ombros por Álvaro e Shéu, nos festejos do título de campeão.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Jogo limpo

António Dias da Cunha e Luís Filipe Vieira elaboraram o documento que faz falta ao futebol português. É tempo do Governo tirar o "Manifesto" da gaveta.

O que têm em comum o FC Porto, o Marselha, a Juventus e o AC Milan? Os quatro foram condenados por corrupção, consubstanciada no suborno a árbitros e adulteração da verdade desportiva e dos resultados dos jogos.
O que é que diferencia os quatro casos? O Marselha desceu de divisão, "quase" perdeu a única Taça dos Campeões Europeus que tinha ganho e o seu presidente, Bernard Tapie, antigo ministro francês, foi para a prisão; a Juventus desceu de divisão e ficou fora das competições europeias; o AC Milan começou o campeonato com mais de uma dezena de pontos negativos; o FC Porto perdeu 6 pontos, sem consequências desportivas, e o seu presidente, Pinto da Costa, teve uma suspensão de 2 anos, sem quaisquer efeitos práticos.
O que distingue França e Itália de Portugal? Os dois primeiros pertencem ao pelotão da frente da Europa civilizada.
Mais do que os estragos na imagem de um clube, o FC Porto, e de um dirigente, Jorge Nuno Pinto da Costa, o que vai resultar de mais negativo e de mais perene na sanção hoje conhecida, aplicada pela Comissão Disciplinar da Liga, é a mancha – qual maré negra – lançada sobre a imagem de um País que se apresta para disputar um Campeonato da Europa, no próximo mês.
A já de si descredibilizada estrutura do futebol português sai também fortemente penalizada pelas decisões hoje anunciadas. Foram anos e anos de deixa andar, de assobiar para o ar, de fechar os olhos às evidências.
Aqueles que diziam que era preciso provar o que se dizia em voz baixa e por palavras cifradas, crentes de que iam viver sempre na mais completa impunidade, tiveram o que pediam: as provas de um “crime” que quase liquidou o futebol português. As suspeições, afinal, eram fundadas.
Cobertos de vergonha pelo que a imprensa internacional vai escrever de Portugal e do futebol português, temos, contudo, de olhar em frente e acreditar que o dia de hoje é histórico e pode ser um ponto de viragem na credibilização do nosso futebol.
Dias da Cunha, ex-presidente do Sporting, teve aos microfones da TSF as palavras certas na altura certa. Disse, com uma clarividência que faz falta ao futebol português, que os jogos agora provados como viciados são apenas a ponta do iceberg de anos a fio de viciação da verdade desportiva.
E disse mais. Que muita da “porcaria” que hoje foi provada podia ter sido mais cedo limpa se não se tivesse ignorado o “Manifesto”, subscrito por si e pelo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, para a defesa da credibilização do futebol português. “Está lá tudo, vão lê-lo”, disse Dias da Cunha, apontando o dedo ao secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, por ter travado a implementação desse documento.
Agora, enquanto o FC Porto diz que não vai recorrer da sanção, assumindo assim a culpa pelos actos de corrupção cometidos, e o presidente da Comissão Disciplinar da Liga diz que se os regulamentos fossem outros a penalização adequada seria não a perda de pontos mas a descida de divisão, o país assiste atónito à defesa dos acusados. O que vale é que a gente já os conhece de ginjeira. Lá se foi o G-14, mais o convívio com os grandes da Europa.
Luís Filipe Vieira e António Dias da Cunha são, esta noite, dois homens de consciência tranquila. Não estão felizes, porque temem os estragos que isto pode acarretar à imagem internacional do nosso futebol. Mas sentem que deram um contributo inestimável para que a indústria do futebol em Portugal possa tornar-se verdadeiramente rentável para todos os clubes. Isso só se consegue com dirigentes credíveis que garantam a verdade desportiva e um jogo limpo.

Cumprir e não cumprir

A Direcção cumpre, que tal começarem a cumprir também?

As ondas de choque produzidas pelas declarações do presidente do Sindicato dos jogadores, Joaquim Evangelista, mostram bem a face negra do futebol português: hipocrisia, cinismo, aldrabice encapotada. Os clubes com salários em atraso aos jogadores foram desmascarados aos olhos da opinião pública.
Evangelista teve coragem. Pintou um retrato bem negro de uma indústria que ou se regenera totalmente ou passamos a ter um campeonato disputado com meia dúzia, se tantos, de clubes.
Neste quadro de cores carregadas a chumbo, quase todos os clubes portugueses borram a pintura e os seus dirigentes saem mal na fotografia. Mas saem também mal os líderes dos órgãos que superintendem o nosso futebol: a Liga e a Federação.
Hermínio Loureiro veio recentemente tomar posição sobre o assunto. Saúda-se a iniciativa, mas teme-se que tenha acordado tarde de mais. Se não andasse tão preocupado em criar competições-fantoche, como a taça da liga, talvez pudesse ter agido mais cedo.
Agora depara-se com o caos e com a verdade desportiva manchada. Se quiser ficar na história do futebol português como um home de coragem, o que faria era, de imediato, dizer que os clubes com os salários em atraso não podem disputar as competições europeias. Mas, se a Liga não tiver essa coragem, espera-se que a UEFA a tenha.
No caso de Gilberto Madaíl, o caso é idêntico. Em vez de andar com entusiasmo infantil a defender a organização de um mundial em Portugal, devia tratar da casa antes que ela venha abaixo de vez.
Madaíl podia por os olhos nesta situação e verificar, finalmente, quão irrealista é a sua “ideia”. Se tivesse coragem, devia também defender a penalização dos clubes faltosos nas competições nacionais e internacionais. Se o não fizer, que a FIFA tome essa atitude, mesmo que isso penalize a própria selecção.
Mas quem também não fica bem nesta fotografia são os jogadores do Benfica. Segundo Evangelista, o Benfica é um dos dois únicos clubes cumpridores para com os seus atletas.
Ora, sabendo nós que o clube desportivamente não tem andado bem, com o consequente prejuízo em receitas de bilheteira; que os negócios com a transferência de jogadores, excepção para Simão, também têm sido prejudicados pelo fraco rendimento da equipa e que as receitas televisivas estão “cativas” até 2012, é de realçar o trabalho ao nível da gestão do clube que a actual Direcção tem desenvolvido.
Fossem os jogadores do Benfica tão eficazes no relvado como o têm sido na gestão do clube Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira, os dois rostos mais visíveis desta “performance”, e os títulos de campeão seriam mais regulares.
Espera-se que, no próximo ano, os jogadores sejam mais competentes, responsáveis e gratos, e justifiquem no campo o esforço que tem sido feito por esta Direcção para que recebam a tempo e horas os seus chorudos vencimentos. Pelo que se vê, os jogadores do Benfica bem podem dar-se por felizes. E que tal fazerem-nos felizes também…

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Vale quase tanto como um título

QUEREM FALAR DE CREDIBILIDADE, DE RIGOR, DE SERIEDADE, DE RESPONSABILIDADE, DE ASSUMIR E CUMPRIR COMPROMISSOS? ENTÃO FAÇAM O FAVOR DE LER ESTA NOTÍCIA DE HOJE.
"O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, anunciou hoje em conferência de Imprensa que apenas o F.C. Porto e o Benfica já pagaram o salário do mês de Abril, reportando-se a dia 5 de Maio como o último dia para pagar o mês anterior", in site Mais Futebol (www.maisfutebol.iol.pt). Leia toda a notícia aqui.
NÓS BENFIQUISTAS SENTIMOS ORGULHO AO LERMOS E OUVIRMOS ESTA NOTÍCIA. OS OUTROS, (QUASE) TODOS OS OUTROS, DEVIAM TER VERGONHA NA CARA.

Svennis

Sir, para os outros. Svennis, para os amigos. Volta para casa, pede-lhe o “Record” de hoje. Que volte, igual a si próprio. Eriksson é um nome mágico, mas cuidado! Os regressos são sempre coisas complicadas, que o diga Camacho.
De momento, ainda tudo parece estar em aberto, mas Sir Sven-Goran Eriksson ambiciona vir, o Benfica, o seu Presidente e o seu futuro director desportivo, querem fazê-lo regressar. Assim seja!
O que Eriksson não pode é ser, nem parecer, uma segunda escolha. Por isso, Carlos Queiroz nunca existiu. Ok? Com Eriksson voltamos a uma liderança carismática, que impõe respeito. Voltamos a ter no banco um senhor do futebol mundial, um treinador “à Benfica”.
De Svennis lembro-me de tantas histórias felizes. Mas lembro-me, sobretudo, daquele final de mês de Abril de 1991, numa tarde primaveril, na Antas. O Benfica jogava o título com o FC Porto. À boa maneira de “Chicago anos 30”, o FC Porto lançava a sua habitual estratégia de terror, com declarações de Artur Jorge, o então treinador, Octávio Machado, adjunto, e Hernâni Gonçalves, preparador físico.
Eriksson manteve-se impertubável, como um gentleman. Recordo-me que a equipa viajou de comboio, desde Santa Apolónia, e ao despedir-se dos adeptos que se aglomeravam na estação, o sueco disse apenas: “Adeus, até ao nosso regresso, como campeões”.
A chegada ao Porto e às Antas foi digna de um filme de terror. A história é conhecida: recepção com pedras e os jogadores a equiparem-se no corredor, vigiados pelo famoso guarda Abel, por causa de um cheiro infecto no balneário. Eriksson foi impedido de dar a habitual palestra antes dos jogos. Jorge de Brito, que liderou a comitiva na ausência de João Santos, teve de sair do estádio escondido numa ambulância.
Lembro-me, como se fosse hoje. Na superior sul do estádio das Antas, uma tarja dizia: “Ides sofrer como cães”. A 15 minutos do fim, com 0-0, Svennis levanta-se do banco, coisa rara, e manda aquecer César Brito. O avançado da Covilhã, jogador mediano, entra e em poucos minutos faz dois golos, um de cabeça depois de um canto de Valdo e o outro também a passe do médio brasileiro. Benfica campeão. Eriksson não falou no final, delegou em Toni. Volta para casa Svennis!

O regresso ao lugar onde foste feliz?

Eriksson. Sven-Goran. Lembram-se dele? Pois é. Início da década de 80, Fernando Martins, o presidente, vivia dias difícieis. O FC Porto começava a mostrar-se, com dois campeonatos seguidos (77/78 e 78/79). Na calha para substituir o velho e respeitável Lajos Baroti, falava-se nesse carismático argentino, que tinha levado a Selecção Argentina ao título mundial em 1978, nem mais nem menos que César Luís Mennoti – um treinador à Benfica, os benfiquistas exultavam.
Chegou Sven-Goran Eriksson. Quem? Martins sofreu a bom sofrer numa assembleia geral histórica. O sueco tinha ganho uma Taça UEFA ao serviço do Gotemburgo, e depois? Eirksson, pois então.
Impressionou, desde logo, os treinos com um kiko na cabeça (julgo com a publicidade Martini). Vindo de um país sem grandes tradições no futebol, mas com um naipe de conhecimentos e de preparação invulgares para o futebol português, Eriksson começou a fazer a diferença. Diz-se que mudou mentalidades e que revolucionou o futebol português. Julgo que sim e que haverá sempre no nosso futebol um a.e. e (antes de Eriksson) e um d.e. (depois de Eriksson).
Na primeira época ganhou tudo, campeonato, taça e foi à final da Taça UEFA contra o Anderlecht, que ingloriamente foi perdida (1-0 em Bruxelas, 1-1, na velhinha Luz, onde estive, com golo a ser marcado por Shéu).
Na segunda época, “apenas” foi campeão, tendo sido eliminado da Taça pelo Sporting, nos oitavos, e da Taça dos Campeões, nos quartos, pelo Liverpool. De Roma acenam-lhe com milhões de liras e parte. Três anos na capital italiana, mais dois na Fiorentina, e regressa à Luz em 88/89 – fica em 2º no campeonato (FCP campeão), é eliminado pelo V. Setúbal da Taça na 4ª eliminatória, vence a Supertaça e vai à final da Taça dos Campeões Europeus contra o Milan, que perde por 1-0. No segundo ano volta a ser campeão (os célebres 2 golos de César Brito nas Antas), é eliminado pelo FC Porto da Taça e pela AS Roma na Taça UEFA, logo na 1ª eliminatória. Na 3º e última época, volta a ser 2º (campeão FCP); é eliminado da Taça de Portugal nas meias-finais pelo Boavista; é derrotado na final da Supertaça pelo FCPorto; não passa a final de grupos na Liga dos Campeões. Não é o mesmo Eriksson e, por isso, regressa a Itália, à Sampdoria, onde fica 5 anos, depois mais quatro na Lazio de Roma e, depois, Inglaterra: 5 anos à frente da Selecção e agora o Manchester City, de onde acaba de se despedir.
Parece que vai regressar ao Benfica. Luís Filipe Vieira e Rui Costa, segundo notícias vindas a público, estão em Manchester a tentar contratar o sueco. Digo-o: tenho admiração por Eriksson, ficará sempre na história do Benfica, espero, no entanto, que seja mais que um regresso emocional, mas é um ídolo da Luz. No entanto, como já aqui escrevi em relação a Camacho: será que se pode voltar a um lugar onde se foi feliz, para ser, de novo, feliz? Espero que Eriksson contrarie a crença popular e seja, de novo, feliz e nos faça felizes. Que sejas bem-vindo!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Onde está a verdade desportiva?



Os salários em atraso estão em voga e na moda no futebol português. Triste moda. Hermínio Loureiro, presidente da Liga, anunciou que vai avançar com uma proposta, redigida pelo seu próprio punho, que prevê a penalização pontual dos clubes que tenham salários em atraso. A ser aprovada em AG da Liga, a medida entrará em vigor na próxima época.
É assim o futebol português: casa roubada, trancas na porta. Esta situação ganha uma maior acuidade nesta última jornada da Liga, onde está ainda em aberto o 2º lugar e o acesso directo à Liga dos Campeões.
Curiosamente, dois dos clubes que lutam por esse “milionário” acesso, Sporting e V. Guimarães, jogam contra equipas que vivem dias conturbados e cujos atletas têm vários meses de salários em atraso.
O Boavista, que joga em Alvalade, está perto da implosão. A SAD, demissionária, vê-se impotente para cumprir os compromissos salariais. Os jogadores não treinam há vários dias e não veêm a luz ao fundo do túnel. Pergunta: qual a motivação e o estado de espírito com que vão entrar no relvado para jogarem contra o Sporting?
O Estrela da Amadora, que joga em Guimarães, debate-se com o mesmo problema – crise directiva e salários em atraso. Estarão, assim, criadas as condições para que nestes dois jogos haja verdade desportiva? Pelos vistos, Hermínio Loureiro acha que não, mas, como quase sempre no futebol português, assobia-se para o ar…

Post-Scriptum: Jorge Sousa é o árbitro do Benfica – V. Setúbal. Se a vergonha e o rídiculo matassem, Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, já cá não andava a fazer nada.

terça-feira, 6 de maio de 2008

De Quim a Makukula

A história, infelizmente, há-de guardar os factos e os números desta horrível época desportiva. O tempo, porém, fará esquecer alguns dos homens que vestiram de vermelho e a protagonizaram dentro das quatro linhas.
Porque a memória não se deve apagar, nos bons e maus momentos, deixamos aqui os seus nomes e o seu (subjectivo) desempenho. Para vergonha de uns e alívio de outros:

QUIM: A melhor época no Benfica, no pior ano da carreira. Um guarda-redes que precisava de ser um pouco mais alto para ter dimensão mundial. Aplausos pelo seu profissionalismo. Fossem todos assim…

BUTT: Um erro de “casting”. Não só não justificou a contratação, como veio “tapar” Moreira. Quem o trouxe deve justificar este lamentável lapso de gestão desportiva.

MOREIRA: O guarda-redes do futuro ficou um ano parado, com consequências ainda por apurar para a sua carreira e para o Benfica. Como é possível desperdiçar assim um talento, quando temos lacunas nesse sector?

LUÍS FILIPE: Um zero. É impossível fazer pior. Não sabemos a quem cabe a principal responsabilidade, se ao jogador, se a quem o contratou, se a quem o treinou. O que sabemos é que trocar João Pereira por Luís Filipe é de bradar aos céus.

NÉLSON: Potencial não lhe falta, mas tem claramente um défice de força mental para suportar aquela camisola e aquela pressão. Faz-me lembrar o que se passou com Abel Xavier e, por isso, se calhar merece mais uma oportunidade.

LUISÃO: O patrão da defesa teve uma época para esquecer. As lesões, o desentendimento com Katsouranis, algum desgaste emocional, as propostas para sair, o desempenho da equipa, foram razões mais que suficientes para uma prestação longe sequer do suficiente. Mesmo assim, Luisão é um dos poucos de classe mundial. Continuar na Luz seria uma boa notícia.

DAVID LUIZ: Uma grave lesão estragou-lhe a época. Uma das melhores contratações do Benfica dos últimos anos. Um jogador à Benfica, com garra e com classe. É claramente o novo “Humberto Coelho”. Imprescindível a sua continuidade.

ZORO: Um caso de desperdício ou de inadaptação? Um jogador com capacidade, como mostrou na CAN, e a quem devem ser dadas mais oportunidades para jogar.

EDCARLOS: Se calhar foi um caso de deficiente adaptação e não fez esquecer David Luiz. O melhor mesmo é ir procurar outros ares.

LÉO: Será uma pena se não continuar. Um profissional de corpo inteiro e um atleta de alto rendimento. Mais uma das melhores contratações do Benfica dos últimos anos, num lugar onde o clube viveu épocas com saudades de Álvaro e Veloso.

SEPSI: O jovem internacional romeno, contratado na abertura de mercado, parece ser um bom valor. Que lhe deêm tempo e tenham paciência para que não se perca, como muitos, é o que se deseja.

BYNIA: Fernando Santos dispensou-o, Camacho recuperou-o, mas o jovem jogador marfinense ficou marcado internamente pela entrada feia sobre um jogador do Celtic e pelos lançamentos laterais alegadamente irregulares. Trata-se de um jogador a defender, a acarinhar e a aproveitar. A sua margem de progressão é enorme. Um diamante a lapidar.

PETIT: O pittbull fez uma época para esquecer, mas a justiça impõe que marque presença no Euro 2008. O seu profissionalismo, a sua garra, a sua determinação, o seu amor à camisola, devem ser sublinhados. A próxima época será, de certeza, bem melhor e com um desempenho à altura do seu valor. Fica-lhe bem a braçadeira de capitão.

KATSOURANIS: O campeão europeu pela Grécia é um jogador de qualidade extra, mas o seu temperamento deixa muito a desejar. O incidente com Luisão, no qual teve as maiores responsabilidades, “acabou” com a época de um e de outro. Um jogador com a sua experiência tem de ter outra atitude. É certo que a sua polivalência (foi meio-campista e central) não ajudou, também, a um bom desempenho. Com mercado, o grego pode fazer entrar bom dinheiro nos cofres da Luz.

RUI COSTA: O “maestro” acaba a carreira de forma inglória. Merecia mais. Carregou a equipa às costas durante uma grande parte da época e isso nota-se agora na parte final, onde, claramente, não está em boas condições físicas. Obrigado por tudo Rui, pelas alegrias que nos deste e pela magia que espalhaste no relvado e que nos fez felizes.

CHRISTIAN RODRIGUEZ: Um achado. Uma contratação em cheio, depois de um “tiro no escuro”. Espera-se que haja o bom senso, para não dizer a responsabilidade, de segurar o jogador com ambas as mãos. Descobertas destas não acontecem todos os dias.

MAXI PEREIRA: A análise mais difícil. É um jogador de selecção. No Benfica, não convenceu nem desiludiu. A sua polivalência foi contraproducente para a sua afirmação, mas é, claramente, um jogador de equipa, que se entrega à luta, que é útil.

NUNO ASSIS: O “caso” doping podia ter-lhe acabado com a carreira. Fez falta durante os meses de suspensão. Regressou e mostrou que ainda pode ser útil. A próxima época pode ser a da sua plena afirmação. Ou não.

FREDDY ADU: Um caso estranho. Só os técnicos saberão responder ao porquê do seu desaparecimento da lista de convocados. O menino bonito “made in USA” é um jogador de enorme potencial, um talento puro e um grande produto de marketing. O Benfica precisa de o aproveitar e de lhe dar as condições para ser um fora-de-série no competitivo futebol europeu. Deseja-se que não se cometa outro erro histórico, como com Deco.

DI MARIA: Um prodígio. Um talento nato. Um “novo” Chalana. Um jogador entusiasmante e que leva milhares ao estádio para o ver jogar. O Benfica do futuro, o Benfica europeu, não pode prescindir de Di Maria, que precisa, claro, de quem acompanhe de perto a sua evolução. Pode vir a ser um caso sério a nível mundial.

MANTORRAS: Já tudo foi dito e escrito. Não me quero alongar sobre o caso mais bicudo no futebol do Benfica. Apenas deixo uma pergunta que é também uma reflexão: o que dizer quando Mantorras em 20 minutos, na Reboleira, consegue rematar mais vezes com perigo à baliza do Estrela da Amadora (5 vezes) do que a maioria dos avançados do futebol português em 90 minutos?

ÓSCAR CARDOZO: Outra contratação de luxo, apesar de ter vindo a peso de ouro. Valeu mais de duas dezenas de golos, mas começou muitas vezes no banco de suplentes. O que faria se a equipa percebesse a sua maneira de jogar? Um avançado quase único no panorama mundial. Mal do Benfica se não o segura.

NUNO GOMES: É (foi) pena. Um desastre de época. Nuno já foi Golos, agora é apenas Gomes. Um futuro incerto na Luz para quem já foi bandeira. Um caso para equacionar com muita atenção.

MAKUKULA: Não vale aquilo que custou, mas também não é a nulidade que mostrou. O ex-maritimista pode ser útil na próxima época, já que o Benfica não pode deitar pela janela fora quase 5 milhões de euros, mas vai ter de ser bem enquadrado. Um problema para o próximo treinador resolver.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

10 medidas contra a crise

Bater no fundo é uma expressão tão gasta que o seu significado tem vindo a perder o sentido trágico e dramático. As opções são: descer aos infernos; enterrados na lama; cobertos de vergonha; humilhados e ofendidos; mau de mais para ser verdade.
Julgo, porém, que nenhuma destas expressões expressa totalmente o que vai na alma de um benfiquista. Uma tragédia tem, paradoxalmente, um lado bom. Veja-se o caso de Nova Orleães, devastada pelo furacão Katrina: dos destroços está a nascer uma nova cidade, mais resplandecente que a anterior, com mais personalidade e mais “glamour” – agora, Nova Orleães deixou de ser só Bourbon Street e o Bairro Francês.
Começar de novo pode ser bom, aprendemos com os erros, fortalecemo-nos, corrigimos estratégias. É o que tem partir do zero. O problema é se nessa reconstrução acreditamos que os erros do passado foram um mero azar, simples acidentes de percurso. Se for assim, não só continuaremos no fundo, como desperdiçaremos mais uma hipótese de lá sair. O Benfica não está em situação de perder mais nenhuma oportunidade. A casa veio definitivamente abaixo, agora é preciso começar a colocá-la de pé.

1ª medida: escolher um treinador português, que conheça todos os meandros do nosso futebol, que tenha experiência internacional, que acarinhe a formação. Hipótese ideal: CARLOS QUEIROZ;

2ª medida: estrutura do futebol profissional entregue unicamente a duas pessoas: Luís Filipe Vieira e Rui Costa. O segundo deve ser o único responsável por todas as contratações, segundo orçamento a definir com o Presidente, e em articulação com as ideias do próximo treinador. Vieira deve assumir a escolha do novo treinador como uma aposta sua – não desprezando, obviamente, o peso da opinião de Rui Costa;

3ª medida: Rui Águas, líder de toda a estrutura do futebol jovem. Sempre em articulação com Carlos Queiroz, hipótese ideal, para eventuais promoções de juniores à equipa principal;

4ª medida: aposta preferencial na contratação de jogadores portugueses;

5ª medida: implementação de um tecto salarial para todo o plantel, com a fixação de prémios por objectivos;

6ª medida: capitão de equipa deve ser sempre português, com um mínimo de 3 anos de permanência ininterrupta no clube;

7ª medida: treinador-adjunto principal sempre português, ex-velha glória do Benfica;

8ª medida: acompanhamento dos treinos sempre por Rui Costa, ou, na impossibilidade, por um elemento da administração da SAD;

9ª medida: implementação de um rigoroso regulamento interno. A sua infracção deve ser sempre comunicada à SAD, que aplicará a sanção estipulada, tendo em conta as circunstâncias. Só o treinador principal poderá ajuizar da infracção ao regulamento.

10ª medida: 1 reunião por semana: Luís Filipe Vieira, Rui Costa, Treinador Principal; 1 reunião por mês: Rui Costa; Treinador Principal; Rui Águas; Capitão de equipa.

domingo, 4 de maio de 2008

Inaceitável e imperdoável

Inaceitável, imperdoável, indesculpável, inacreditável. (Foto: Paulo Duarte/AP)

Estrela da Amadora - 0; Benfica - 0 (29ª Jornada). É penoso ver jogar esta equipa do Benfica. Não se trata de falta de classe, trata-se de falta de atitude e de personalidade. Há jogadores, é certo, que não merecem vestir aquela camisola, e espera-se que não morem na Luz na próxima época, mas o que mais aflige é a incapacidade anímica para ultrapassar as adversidades.
A esmagadora maioria dos jogadores do Benfica não tem estrutura mental para jogar no clube. Pelo que a contratação de um jogador obriga à observância de diversos parâmetros, que passam pela avaliação técnica, mas também psicológica e cívica. E isso é o que não tem acontecido.
Não basta contratar um bom jogador, é preciso perceber se em determinadas circunstâncias essa qualidade técnica continua a sobressair; é preciso estudar o perfil psicológico do atleta; é preciso verificar se o jogador tem ou não um comportamento cívico e desportivo que realce as suas qualidades ou, pelo contrário, se essa postura diminui o seu desempenho.
No Benfica dos últimos anos, nada disto tem sido feito. Há jogadores que vêm de um futebol diferente, de uma cultura diferente, pelo que precisam de tempo para se ambientarem, para se adaptarem, e perdem-se porque são lançados de imediato para a fogueira.
No Benfica dos últimos anos são às dezenas os jogadores que se perderam por falta de acompanhamento adequado. Um exemplo recente é Fábio Coentrão – espera-se que não seja outro que passou pela Luz sem deixar marca; outro exemplo é Di Maria – espera-se que haja o bom senso para perceber que se trata de uma jóia em bruto, a necessitar de ser trabalhada.
Na Reboleira, hoje à noite, tudo isto me passou num turbilhão pela cabeça. Pode ser Maxi tão mau como parece, ele que é jogador da selecção do Uruguai? Pode Nélson ter jogadas que nem no distrital são admissíveis? Pode Petit estar de gatas física e mentalmente? Pode Edcarlos parecer um central medíocre? Pode Sepsi, jovem esperança da selecção da Roménia, que fez o primeiro jogo há meses com uma prestação positiva, parecer agora que desaprendeu? Muitas perguntas sem resposta. Mas que são precisas respostas rápidas, lá isso são...

Post-Scriptum: Bruno Paixão é um dos árbitros mais medíocres da Liga portuguesa. Nos poucos minutos que vi do Paços Ferreira – Sporting tive oportunidade de confirmar essa mediocridade: Polga, defesa do Sporting, derruba por detrás um jogador pacense que se encaminhava para a baliza de Rui Patrício. Polga já tinha um amarelo, pelo que, seguindo as leis do jogo, seria o segundo e a expulsão. Paixão assinalou o livre mas manteve o cartão no bolso. O nosso futebol é assim.
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