sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Em defesa de Binya

Ricardo Lemos, jornalista de “O Jogo”, não podia ser mais claro. Em comentário hoje publicado intitulado “Terrorismo mediático”, diz a determinado passo: “É claro que Binya ultrapassou os limites, vai ser punido (a UEFA, mesmo sem entrevistas dos árbitros, não costuma ser branda), mas dar ao lance tanto espaço mediático soa a perseguição. Binya é um jovem, está a entrar agora no futebol europeu, tem margem de progressão e sabe que errou – não vale a pena crucificá-lo”.
Meu caro Ricardo Lemos, como estou de acordo com o que escreveu. Agora que até no Parlamento se fala no “Canal Memória”, aproveito para aconselhar todos os que zurziram em Binya que refresquem a dita memória e visualizem imagens não muito antigas, de lances de ex-jogadores, em confrontos que ficaram célebres, que culminaram com narizes partidos (e outros envolvendo, por exemplo, actuais treinadores no desemprego). O historial é fértil e a máquina do tempo tem um arquivo inesgotável. Não é preciso, por isso, recuar ao tempo de Nobby Stiles.
Faço só estas perguntas: qual o estado físico de Figo, depois da entrada de Nedved (um jogador exemplar)? Qual o estado físico de Scott Brown, o jogador do Celtic, envolvido no lance com Binya?
O futebol é um jogo viril, duro, de contacto físico. Há lances propositados, é certo, mas a esmagadora maioria joga leal. Binya, quero crer, é um jogador leal. Cometeu um erro, fruto do excesso de vontade, de alguma imaturidade, de uma juventude que quer rapidamente mostrar serviço.
Quem nunca errou, que atire a primeira pedra. Binya tem um largo futuro pela frente, vai aprender com os erros, mas não queira agora armar-se em moralista, quem nunca apontou o dedo a piores infracções.
OBS: O secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, sugeriu que o presidente da Comissão de Árbitros, Vítor Pereira, era a pessoa ideal para "dar já" a classificação final do campeonato. Alguns "media" apressaram-se a, de imediato, garantir que as palavras do governante foram ditas "em jeito de brincadeira".
Seja como for, algo vai mal quando um membro do Governo se dá a essas informalidades perante a comunicação social. Ou terá sido o subconsciente a falar? O que sabe Laurentino Dias que nós não sabemos?

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