terça-feira, 28 de novembro de 2006

Crime, disse ele

A Direcção do Benfica esteve, ontem, reunida com Hermínio Loureiro, presidente da Liga de Clubes. O pretexto foi a entrega de um “dossier” sobre as manigâncias que se cometeram no futebol nos últimos anos.
Este documento anónimo foi deixado em casa de Luís Filipe Vieira e, até hoje, ninguém conhece o seu conteúdo. Vieira não permitiu fugas de informação criteriosamente selectivas, como outros fizeram em relação ao Benfica. Recordo as notícias sobre alegadas escutas no âmbito do “Apito Dourado” a Luís Filipe Vieira e a José Veiga, ambas, tendo como interlocutor o então presidente da Liga, Valentim Loureiro, nas vésperas de jogos do Benfica no Bessa e no Dragão.
Vieira esteve bem. As coisas sérias são para ser tratadas de modo sério, no recato dos gabinetes e longe dos holofotes, como diria o Presidente da República. Era, no mínimo, tentador utilizar as informações constantes deste explosivo “dossier” nas vésperas do jogo com o FC Porto ou, agora, nas vésperas do jogo com o Sporting, se eventualmente naquelas páginas houver referências a Pinto da Costa ou a dirigentes do Sporting. Como sucedeu em outras ocasiões, era óbvio que tal iria inibir os árbitros. Vieira não foi por aí. Fez bem, repito.
Mas o mais relevante foram as declarações de Hermínio Loureiro, no final da reunião. Disse o presidente da Liga que, após a leitura do documento, ficou “muito preocupado e apreensivo” e que se enganava quem julgasse que com ele tudo iria ficar na mesma. O que é que leu Hermínio para ficar tão “preocupado”? Certamente não foram histórias ficcionais. Certamente foi algo de muito grave a que o presidente da Liga deu toda a credibilidade. Portanto, a partir de agora, Hermínio Loureiro será responsável por toda a actuação institucional da Liga no processo “Apito Dourado”. Para o bem e para o mal. Já não há recuo, meu caro Hermínio.

Post-ScriptumLuís Filipe Vieira não deu a cara aos jornalistas no final da reunião, na Liga. Fez bem? Fez mal? Qualquer das opiniões é legítima e tem argumentos de sobra para ser consistente. A minha opinião é que fez bem. Porque a imagem de Vieira tem sido muito desgastada em todo este processo e porque Sílvio Cervan, um dos novos vice-presidentes, tem uma imagem imaculada no mundo do desporto.

O meu amigo, Paulo Moura


"1147 – O Tesouro de Lisboa" de Paulo Moura

Neste romance, baseado em factos reais, Paulo Moura, repórter de guerra do século XXI, faz uso da técnica e da linguagem jornalística para nos relatar o ambiente de guerra que assolava Lisboa no século XII.
Raul Santo-Varão é o repórter deste relato empolgante sobre a conquista de Lisboa, onde a intriga se mistura com a aventura e a morte com o amor. Espião, agente secreto e cronista, Santo-Varão tenta mudar o rumo dos acontecimentos.

Paulo Moura é jornalista do diário "PÚBLICO" desde a sua fundação. Ao serviço do jornal foi enviado especial a várias zonas de guerra e conflito: Argélia, Angola, Kosovo, País Basco, México, Caxemira, Chechénia, Afeganistão, Iraque e Sudão.
Foi galardoado com vários prémios de jornalismo, entre os quais o Grande Prémio de Reportagem da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (1994), o Grande Prémio de Reportagem Escrita do Clube Português de Imprensa (1996, 1998 e 2001), o Prémio «O Futuro da Europa» atribuído pela Comissão Europeia (2001), o Prémio Imigração e Minorias Étnicas: Jornalismo pela Tolerância, do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (2003) e o primeiro Prémio «Jornalismo Contra a Indiferença» da Fundação AMI – Assistência Médica Internacional (2005). Foi, também, finalista do prémio alemão, Lettre Ulysses Award of Art of Reportage em 2004, ano em que alcançou o segundo Prémio Lorenzo Natali For Journalism, da Comissão Europeia.

Paulo Moura é meu amigo. Há muito tempo, há muitos anos. Começamos praticamente juntos na via sacra dos jornais. Hoje estamos em lados diferentes da barricada. Continuamos a ser amigos. Muito amigos.
Esta “declaração de interesses” serve para explicar o texto que aqui coloquei, neste meu blog sobre o Benfica, uma das minhas paixões. É um texto que me foi enviado pela editora, A Esfera dos Livros, a propósito do lançamento do seu mais recente livro: "1147 O Tesouro de Lisboa".
O texto diz tudo, ou quase tudo. O "quase" nem sequer ouso aqui e agora colmatar. Mas a afectividade que me liga ao Paulo obriga-me a dizer o seguinte, agora que estou liberto do preceito deontológico da objectividade: Paulo Moura é o melhor repórter português, a quem já apelidei de "Fernando Nobre do Jornalismo". Um abraço de amizade e parabéns pelo livro.

sábado, 25 de novembro de 2006

OLHA PARA O QUE EU DIGO...


As “flash intervues” (entrevistas rápidas), obrigatórias no final dos jogos, são, na maioria das vezes, de uma banalidade desconcertante. Questiono-me porque são obrigatórias? E chego sempre à mesma conclusão: há que preencher espaço noticioso. No entanto, se as banalidades são a nota dominante, estes curtos momentos são bons avaliadores do carácter e da personalidade dos intervenientes, sejam eles treinadores, jogadores ou jornalistas.
Não me vou aqui debruçar sobre se o jornalista que entrevistou Nani no final do Inter-Sporting fez bem ou mal em abordar a questão de uma eventual transferência do jovem futebolista do Sporting para o futebol italiano, passando ao lado de perguntas sobre o jogo que acaba de terminar. Quanto a mim fez bem.
O meu alvo é outro e chama-se Ulisses Morais, mas, se calhar, podia chamar-se um qualquer nome de um treinador da Superliga. O treinador do Marítimo, no final do jogo de hoje contra o Benfica, na Luz, em que os insulares perderam por 2-1 fez afirmações que necessitariam de uma abordagem médico-científica, que não me sinto habilitado a realizar.
Portanto, apenas me vou cingir a um modesto comentário. O que disse Ulisses? «Perder é sempre mau, mas desta forma é penalizante. Sofremos um autogolo proveniente de falta que não existe, tivemos uma expulsão no início da segunda parte sem que tenha havido motivos para tal e o Benfica acabou por chegar ao 2-1 graças a um preciosismo do árbitro. Havia uma substituição a fazer, não nos foi permitido fazê-la, e sofremos o golo com nove homens em campo», afirmou Ulisses Morais, debaixo de algum nervosismo.

E acrescentou: «Com um jogador a mais e outras coisas a seu favor, o Benfica acabou por vencer. Só que poderia ser de outra maneira já que dominou sempre o jogo».
Ora bem, das três uma, ou Ulisses Morais não viu o mesmo jogo que nós, ou é cego ou é intelectualmente desonesto. Se factos são factos, vamos à estatística: o Benfica rematou 17 vezes, contra 3 do Marítimo, o Benfica teve mais de 60% da posse de bola, o Benfica teve 7 cantos contra 2 do Marítimo. Chega Ulisses Morais?
O único remate do Marítimo na primeira parte foi o golo de Marcinho, a 30 metros da baliza, um golo na vida. E já me falo das entradas a matar de Gregory e Kanu, nem da grande penalidade, aos 12 minutos da primeira parte, cometida por mão de Gregory na área a que o árbitro João Ferreira fez vista grossa.
Não me surpreendeu esta análise do treinador do Marítimo. Na pior das hipóteses, pode ser que Ulisses Morais goze a sua reforma num qualquer banco de um clube-satélite do Dragão, chame-se ele Leça, Infesta ou Dragões Sandinenses. Mais vale prevenir, não é meu caro Ulisses?
O que me surpreende é o Benfica não ter um discurso que contradite estas mentiras e reponha a verdade. Um discurso, não trauliteiro, mas incisivo e acutilante, que exija respeito, credibilidade e honestidade intelectual a todos os que pisarem aquela Catedral. A impunidade gera á-vontade e a permissividade permite todo o género de aleivosias. A boa educação não é incompatível com a frontalidade. Quando tem de ser, tem de ser…

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

RUI VS. LUÍS

Rui Costa foi o primeiro “menino de ouro” da Luz. Depois veio João Vieira Pinto. Mas primeiro, primeiro foi Rui Costa. Lembro-me bem, em 1991, estava eu e mais de 120 mil num Estádio da Luz (a Velha Catedral) cheio como nunca para ver essa final do campeonato mundial de juniores Portugal-Brasil. Um Brasil que tinha Roberto Carlos, Élber, e muitos outros craques. Um Portugal que tinha Rui Costa, João Vieira Pinto, Figo, Peixe, Fernando Couto, etc.
O jogo foi emocionante. Foi para prolongamento. Foi para penalties. O último marcou-o Rui Costa. Foi golo. Correu para as bancadas de braços abertos – como o estou ainda a ver louco de alegria. Fomos campeões do mundo. Os Queiroz´s boys tinham atingido o topo do mundo.
Depois de penar um ano em Fafe, Rui regressava à Luz em grande. Fez parte de uma das melhores equipas do Benfica de sempre, com Futre, JVP, Paneira, Rui Águas, Isaías, Schwartz, Paulo Sousa. Um autêntico “dream team”.
Saiu para a Fiorentina, onde passou 7 anos, tempo demais. Um dia de Agosto, já lá vão 11 anos, eu e o meu filho João Pedro, então com 7 anos, fomos à Luz para ver o jogo de apresentação do Benfica com a Fiorentina de Batistuta. Bom, na verdade fomos ver o jogo para ver Rui Costa.
A poucos minutos do fim, vencia o Benfica por 1-0, Rui Costa recebe uma bola dentro da área, amortecida por Batistuta, “à saída de Preud´homme, fez golo. Foi o pior golo da sua vida”. E foi mesmo.
Vi-o chorar agarrado a Batistuta, cambaleando enquanto se dirigia para o centro do terreno. Nunca mais esqueci aquela imagem. O meu filho João Pedro, um dos maiores fãs de Rui Costa, nunca mais esqueceu aquela imagem.
O Rui, o nosso Rui, voltou, para marcar os melhores golos da sua vida.
Na passada quarta-feira, Luís Figo, feito jogador no Sporting mas com a carreira iniciada no Benfica, vibrou no banco dos suplentes com a vitória do “seu” Inter sobre o “seu” Sporting.
À vista de milhões de telespectadores, a imagem provocou uma pequena querela na blogosfera. Dou a minha opinião: Figo fez mal. Trago aqui o exemplo de Rui Costa, mas podia trazer o exemplo de muitos mais.
O profissionalismo não é incompatível com o afecto e o amor que se tem a um clube. Ficava bem a Figo ter-se recatado. Afinal, não se tratava da Final da Liga dos Campeões, nem sequer de uma meia-final, nem sequer, sejamos objectivos, de um jogo muito importante para o Inter.
Figo excedeu-se inútil e gratuitamente. Está-lhe na massa do sangue. É uma daquelas pessoas que não sabem o que é o sentimento, mas olha apenas para o lado económico. Foi assim que trocou Barcelona por Madrid. Foi assim que ainda no começo da sua carreira assinou pelo Benfica e pelo Sporting (já ninguém se lembra, pois não?). Foi assim que mais tarde assinou pelo Parma e pela Juventus, num processo que lhe ia custando a carreira.
Rui Costa e Luís Figo são dois excepcionais jogadores. Continuam a sê-lo. Mas são duas pessoas e duas personalidades totalmente diferentes. Eu continuo a preferir o Rui Costa.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

COMO SÃO BELAS AS NOITES ASSIM

RAPAZÕES HOJE É NOITE DE CAMPEÕES
E não é que foi mesmo? Depois da triste figura em Braga, os rapazes, ou, como diriam os treinadores ingleses, os "boys", de Fernando Santos cumpriram o seu dever ao bater o FC Copenhaga por 3-1. A coisa não é para embandeirar em arco. Esta foi uma normal noite europeia quando comparada com centenas de outras noites de glórias, dos anos 60, 70, 80, 90. Mas sabe-se como uma vitória por 3-1 é coisa cada vez mais rara nos tempos que correm na Liga dos Campeões, que o diga, por exemplo, o Manchester United que ainda há duas semanas baqueou perante esta mesma equipa por 1-0. Parabéns, por isso, aos nossos "boys" e que a 6 de Dezembro, em Old Trafford, carimbem mais um feito para juntar à nossa interminável galeria de proezas. Obrigado, rapazes!

terça-feira, 21 de novembro de 2006

VERMELHO À BENFICA, SFF

O marketing invadiu todos os sectores de actividade onde a palavra "vender" é venerada, objectivo final de um processo que começa no produtor e termina no consumidor. Nada que qualquer aprendiz de economista ou gestor não saiba. Noção básica do b-a-bá do manual economês.
Na sociedade de consumo, "vender" é santo-e-senha e as formas, ou fórmulas, usadas foram sendo buriladas ao longo dos séculos para chegarmos ao ponto em que estamos: tudo é permitido. O "marketing" faz milagres? Faz. Qualquer um de nós já passou pela experiência de entrar num hipermercado para comprar um produto para colmatar uma necessidade imediata e sair de lá com diversos produtos que, numa análise benévola, apenas vão criar mais necessidades "básicas".
O marketing "vende" produtos, sejam eles a camisola do nosso querido clube, seja um sabonete, seja um político à cata de notoriedade. No primeiro caso, os clubes de futebol aderiram ao marketing para vender "merchandising" - uma palavra importada do Reino Unido e que significa "venda de acessórios" dos clubes: camisola, bonés, cachecóis, etc.etc.etc.
No Reino Unido, no total das receitas dos clubes, o "merchandising" contribui com uma fatia muito significativa, que o diga o Manchester United ou o Arsenal. Em Portugal, seja pela má organização, seja pela contrafacção, seja pelo fraco poder de compra dos portugueses, o "merchandising" está longe, muito longe de representar uma fatia significativa dos orçamentos dos clubes.
Mas não só. Vem isto a propósito das camisolas "beje" ou "cor de minhoca desenterrada", como gostam de dizer os nossos adversários, que o Benfica vem trajando, uma vez por outra, com resultados miseráveis.
Quem, no seu perfeito juízo, escolheu aquelas camisolas? Quem, no seu perfeito juízo, "vendeu" aquelas camisolas ao clube, como uma boa peça de "merchandising" e um bom "golpe" de marketing? Digam-me quem...
Qual o génio que concebeu aquelas camisolas, escolheu aquelas cores? E ninguém disse nada? Ninguém tem opinião? Nem gosto? Aquilo é alguma tendência da moda que ainda ninguém descortinou?
Ponham-me na rua esse "génio". Retirem das lojas, de todas as lojas, as ditas camisolas. No passado, ainda houve quem tivesse alguns delírios deste género, lembro-me das camisolas pretas, das camisolas alaranjadas/amarelo torrado, mas nunca se chegou a este cúmulo do mau gosto.
O Benfica é vermelho - ouviram bem... VERMELHO. E como equipamento alternativo, deixem-se de invenções, é todo de branco. Coloquem esse "merchandising" nas lojas e vejam como esgota o stock.

Sporting, o clube diferente !!!

Os negócios do Sporting com José Veiga Os alegados "custo zero" de Alvalade
O Sportugal sabe que não é só a alegada transferência de João Pinto que está a ser investigada pela Polícia Judiciária. Outros jogadores que chegaram a Alvalade no início da época 2000/2001, alegadamente a custo zero, poderão ter rendido comissões a José Veiga, na altura empresário de futebol. Segundo o Sportugal apurou, as transferências de Paulo Bento (actual treinador leonino), Dimas, Horvath, Bruno Caires, Phil Babb e Alan Mahon – que se tranferiram para o Sporting, supostamente sem custos para o clube -, poderão estar também a ser investigadas.Relembre-se que no ano de 2000, aquando destas transferências, Luís Duque era o administrador da SAD para o futebol. Filipe Soares Franco, actual presidente do Conselho Directivo (CD) do Sporting, Miguel Ribeiro Telles, vice-presidente do CD leonino e Carlos Freitas, actual administrador da SAD para o futebol, também estavam na estrutura dirigente do clube verde e branco.

O Sporting é, na verdade, um clube diferente. Basta ver esta notícia, que transcrevemos com a devida vénia do "site" Sportugal. Enquanto no Benfica e no FC Porto a "nódoa" atinge individualmente um determinado dirigente, chame-se ele Vale e Azevedo ou Pinto da Costa, para só falar nos mais notórios, no Sporting quando algo acontece, parece que a casa vem toda abaixo. Lê-se, e não se acredita: Luís Duque, Soares Franco, Miguel Ribeiro Telles, Carlos Freitas!!! Toda a estrutura do futebol à época ( e muitos, quase todos, ainda lá estão). Jorge Gonçalves deve estar a divertir-se à brava... Se calhar é o síndrome da pala!!! Ah, ah, ah...

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

NO PASA NADA ???

Um fim-de-semana para esquecer. A derrota em Braga veio demonstrar aquilo que já se sabia há muito (basta ler o que escrevi neste blogue há semanas atrás) – Fernando Santos não tem perfil para liderar o Benfica.
Há coisas que saltam aos olhos e, por isso, quanto mais tempo se insistir neste erro de “casting” mais a equipa é prejudicada. O “day after” da demissão de Veiga não podia ser mais cinzento, como a cor daquelas camisolas que não lembra nem ao diabo. Quem foi o “génio” do marketing que se lembrou de uma coisa daquelas??? (Voltarei ao tema)…
Porque não entrou Mantorras? O que estava a fazer Kikin Fonseca na bancada? E Léo? O sistema táctico é uma encruzilhada de ideias, conceitos, teorizações, esquemas – do losango ao 4-3-3, num ápice o 4-4-2. E saiu Katsouranis porquê? Porque não Petit? E porque “desapareceu” Alcides? E Karyaka?
Santos, já se viu, não dá. Até lá, vamos acreditar na vitória de amanhã frente ao Copenhaga e na passagem aos oitavos-de-final da “Champions”, mas o Presidente tem de actuar de imediato.
Não só ao nível do balneário, mas também ao nível da direcção. Luís Filipe Vieira fez bem em “puxar as orelhas” aos jogadores no final do jogo com o Braga, mas não é compreensível que depois venha um vice-presidente, no caso Sílvio Cervan, carregar na mesma tecla. Será que voltaram os “papagaios”?

Post-ScriptumVeiga foi detido. Curiosamente, dias depois de se ter demitido do Benfica. Quem fica mal em toda esta história é Fernando Seara, que n´”A Bola” de ontem teceu rasgados elogios ao ex-homem-forte para o futebol. Há alturas na vida em que o silêncio é de ouro, não é verdade meu caro Seara…

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

AMANHÃ À NOITE, LOGO SE VÊ...

Amanhã, o Benfica joga em Braga, o primeiro jogo da era pós-Veiga. Apenas Luís Filipe Vieira e Fernando Santos. O Presidente, três dias depois da notícia sobre o arresto dos bens ao ex-director-geral, o treinador no dia seguinte, durante uma conferência de Imprensa destinada a lançar o jogo contra o Sporting de Braga.
Os jornais, nos dias que se seguiram ao exclusivo da TVI sobre o arresto dos móveis de Veiga, deram conta de uma onda de solidariedade dos jogadores para com José Veiga. O balneário exprimiu-se através de sms. De resto, o silêncio foi total. Imposto ou deliberado? Eis a questão…
Vieira demorou a sair a terreiro. O emotivo Presidente fez saber, ou deixou que se constasse, que estava a fazer démarches para demover Veiga da decisão de se demitir. Quando deu a cara, Vieira falou dos abutres, do Apito Dourado e atirou-se contra António Simões, uma velha glória dos anos 60 e também ele ex-director-geral para o futebol.
A estratégia não foi bem afinada. Se a intenção era passar a mensagem de que não se ia deixar Veiga isolado, o Presidente devia ter vindo de imediato manifestar-se solidário com o dirigente caído em desgraça.
Se o propósito foi ganhar tempo para encontrar um substituto que ocupasse logo o lugar e desviasse o enfoque mediático, então Vieira sai a perder. Duas vezes. A primeira porque passou a ideia de que não conseguiu demover Veiga. A segunda porque não encontrou um substituto à altura da função e, em último recurso, assumiu ele a pasta.
Não foi uma boa jogada. Resta saber como vai a equipa reagir sábado à noite em Braga. E resta saber como é que os adeptos na bancada vão fazer ouvir a sua voz. Muita atenção a que se vai escrever nas tarjas colocadas nas bancadas.
Para bem de todos, é bom que Nuno Gomes tenha guardado os golos de quarta-feira em Coimbra contra o Cazaquistão para o jogo de amanhã.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

E ESTA, HEIN???

"Katsouranis é um grande profissional e leal"

Esta afirmação não foi feita por nenhum jogador do Benfica. Não foi feita por Luís Filipe Vieira. Nem foi feita por Fernando Santos. Nem por Shéu. Nem por Sílvio Cervan. Nem por Manuel Vilarinho. Nem por Tinoco Faria. Nem por Eusébio. Não, não e não. Nenhum ilustre, nem anónimo benfiquista proferiu esta afirmação.
Contextualizemos: Katsouranis foi, nos dias seguintes ao FCP - Benfica, acusado de ser um dos mais violentos jogadores do Planeta Futebol. Qual Materazzi, qual Goicochea, qual Nadal. Katsouranis, o grego, o helénico, veio para partir pernas, que o diga esse virtuoso do Anderson. Ilustres intelectuais da bola, como José António Lima e Miguel Sousa Tavares sentenciaram, do seu intocável púlpito: "Irradie-se o Katsouranis"!
Ao pé destes dois "monstros" do jornalismo desportivo e não só, o que pode a humilde opinião de Bruno Alves. Sim, foi ele, Bruno Alves, jogador do FCP, central de marcação, titular no referido FCP - Benfica, que afirmou alto e bom som: "Katsouranis é um profissional leal". Vejam bem as ironias da vida...

Post-Scriptum - Esta afirmação foi feita numa entrevista ao jornal "O Jogo", assinada pelo conceituado jornalista Jorge Maia. Mas, paradoxalmente, não foi manchete do jornal, que preferiu optar por uma afirmação mais "bombástica" do jogador portista: "Jesualdo fez-me mais inteligente". Eu, se fosse o pobre do Bruno Alves, ficava chateado...

CHAMEM A POLÍCIA

José Veiga está de saída do Benfica. Está? As últimas notícias dão conta da tentativa de Luís Filipe Vieira, Presidente do clube, de segurar o ainda director-geral para o futebol, impedindo a sua demissão. A história conta-se rápido e é mais um episódio negro da justiça portuguesa.
Ontem, Veiga viu os móveis da sua vivenda de Cascais serem arrestados por ordem, julga-se, do tribunal. O motivo, alegadamente, tem a ver com um processo que corre nos tribunais internacionais, com base numa fraude financeira envolvendo a Superfute, empresa de Veiga agora falida, e um banco luxemburguês.
Os dois oficiais de justiça, não identificados, foram filmados pela TVI a retirarem o mobiliário. Em plena luz do dia, o espectáculo era, no mínimo, patético. Quem lucra com este circo mediático? A resposta é só uma: as audiências de quem tenha a informação exclusiva que permita colocar as imagens no ar.
A perder saímos todos nós, porque, mais uma vez, a justiça portuguesa, pilar fundamental no nosso Estado de Direito, deu um tiro no pé. Não resisto, aliás, a citar um excerto do excelente editorial de hoje de Fernando Santos, director-adjunto do jornal “O Jogo”: “Estando por provar em Tribunal a sua culpa ou inocência, José Veiga não está acima da Lei, mas, em nome dos Direitos, Liberdades e Garantias num Estado Democrático, também não devia ser alvo de acções achincalhantes, iguaizinhas às que nos últimos anos têm permitido espectáculos degradantes do exercício da justiça. Ora, quando a TVI tem a sua parafernália de meios pronta a filmar a acção dos agentes da autoridade à porta de José Veiga ou se é muito cândido e acredita-se num telefonema feito por um vizinho mal-encarado ou é-se realista e se conclui ter havido uma violação do segredo a que estava obrigada a Justiça, a qual é suspeita de estar por trás de idêntica cena de filmagem aquando de buscas, no âmbito do processo Portucale, aos escritórios de Luís Nobre Guedes, acabadinho de cair o governo Santana Lopes, ou o aparato das sirenes na detenção de Valentim Loureiro no processo Apito Dourado.
Ninguém deve estar acima da Justiça. Degradante é que ela se faça pela via da descredibilização: a do circo mediático.”
Chapeau, meu caro Fernando Santos!!!

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

A MEMÓRIA NÃO SE APAGA (3)

Fernando Caiado, capitão do Benfica. Adeus, velha glória...
Depois de uma grande e boa notícia, duas notícias trágicas. Ao mesmo tempo que o Benfica entrava no “Guiness Book of Records” como o maior clube do Mundo em número de sócios, mais de 160 mil, ia a sepultar um grande jornalista do Porto, director e chefe de redacção do “Jornal de Notícias”, Manuel Ramos, que, embora não diga muito a muita gente, marcou-me indelevelmente nos meus primeiros passos num grande jornal. Hoje, n´”A Bola”, fui confrontado com nova perda, a de Fernando Caiado. Nada me ligava a Fernando Caiado, nunca o vi jogar, mas o facto de ter sido capitão exemplar do “Glorioso” e uma das velhas glórias do clube, não pode passar sem referência. A História nunca se apaga.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Manuel Ramos, um Homem bom

Manuel Ramos foi uma figura incontornável do “Jornal de Notícias”. Durante anos a fio foi Director e Chefe de Redacção. Trabalhei com ele pouco tempo, alguns meses apenas. Deu para perceber que estava ali um profissional inteiro, um jornalista vertical, imune a pressões, a “fretes”, a cumplicidades espúrias, a promiscuidades ínvias.
Era um homem apaixonado, pela sua profissão, pelo seu jornal, pelo Porto. Era intransigente, implacável, com o rigor, a verdade. Mas era um homem bom. Um dia, já lá vão 15 anos, recebi uma carta sua, que me deixou com um misto de orgulho e de receio.
O que me queria dizer Manuel Ramos? Que asneira tinha eu cometido? Que “gaffe” imperdoável ele tinha descoberto nalguns dos meus artigos, algo que nenhum superior hierárquico tinha descoberto na altura da edição?
Abri a carta, a medo. Em curtas mas enérgicas linhas, Manuel Ramos elogiava um texto meu sobre os meandros da PIDE na cidade do Porto, gostava do estilo, mas apontava aqui e ali algumas incorrecções históricas.
Guardei a carta como quem guarda algo de precioso. Lembrei-me dela ontem, ao ler o JN, como faço todos os dias, (como o fazia todos os dias Manuel Ramos, com devoção), e deparei, estupefacto, com a notícia da sua morte. A memória, essa, ninguém a apaga. Lá, onde estiver, (sei que ainda e sempre a ler o JN), mando-lhe um abraço de gratidão.

Pedro Fonseca
Ex-jornalista do JN

O MAIOR DO MUNDO



O Sport Lisboa e Benfica é o clube com o maior número de sócios a nível mundial, título que lhe valeu a entrada para o livro Guinness World Records (Guinness).
Com um total de 160.398 sócios, o Benfica detém agora o recorde mundial, ultrapassando o anterior titular, o Manchester United, que agrega cerca de 152 mil sócios.

LISBOA - O Benfica entrou na última quinta-feira, dia 9, no livro "Guiness dos Recordes" como o clube que tem o maior número de sócios do mundo. Os Encarnados de Lisboa alcançaram a marca de 160.392 associados e bateram o Manchester United, que figura na na última edição como o primeiro, com 152 mil.
- Nossa idéia é bater, anualmente, nossa marca e chegar aos 300 mil sócios - disse Luis Filipe Vieira, presidente do Benfica, em entrevista coletiva.
in jornal Globo

SUIÇA - O Benfica conquistou mais uma importante distinção
o Benfica entra no Guinness Book de Records como o clube com maior número de associados do Mundo. O emblema português promoveu um evento para assinalar o feito e o presidente Luís Filipe Vieira aproveitou a ocasião para afirmar que “estão reunidas as condições para atingir os 300 mil sócios”.
in UEFA.com, o "site" do futebol europeu

Em 1904, quando Cosme Damião e vários outros amigos criaram o Benfica, nada fazia prever o que hoje ocorreu. Não que houvesse falta de ambição e de sonho na alma e na mente daqueles homens reunidos na Farmácio Franco, em Lisboa. Mas, Portugal, naquela época, era grande em quê? Um país pequeno, pobre, periférico, onde o futebol era dominado pelos ingleses, sem infraestruturas, desportivas ou outras, não podia aspirar a ter uma instituição de dimensão mundial. Puro engano. O Benfica, depois Sport Lisboa e Benfica, não perdeu muito tempo para se tornar no maior clube português e para dominar o futebol nacional e europeu. Ao longo da sua história, como acontece em todas as instituições, o clube passou por momentos altos e baixos. Mas a "marca" Benfica, essa, é indestrutível, na sua dimensão planetária. Se dúvidas houvesse por parte daqueles para quem o Mundo acaba à porta do seu quintal, aqui está houve essa notícia factual, que não admite segundas opiniões. O Sport Lisboa e Benfica é o MAIOR CLUBE DO MUNDO. Para que conste e se registe.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

VERDADES INCONVENIENTES (1)

Jornal "A Bola", de 9 de Novembro de 2006, página 6

Sou suspeito, não de estar envolvido no "Apito Dourado", nem de ser amigo do Carlos Xistra, nem de almoçar com o Jacinto Paixão, nem de fazer festas ao Bobby e ao Tareco, nem tão-pouco de sair à noite com o Jardel. Sou suspeito, não de beber copos na Taverna do Infante, nem de jantar em Canal Caveira, nem de parar em Fátima, a caminho de Lisboa. Sou suspeito, não de acompanhar cânticos que incluem insultos a mim próprio, não de ter processos arquivados, nem de ter muitos outros à espera de sairem da gaveta. Sou suspeito, não de escrever com "a ironia do costume", nem de lançar graçolas de mau gosto. Sou suspeito, não de viajar para o Brasil e remeter a conta lá para os lados da Avenida Fernão Magalhães, às Antas, nem de mandar espancar jornalistas à porta de casa e à saída dos estádios.
Sou suspeito de gostar da Leonor Pinhão, da jornalista, da comentadora, da cinéfila, da benfiquista. Gosto, e ponto final. De (quase) tudo. Às vezes menos (mas só um bocadinho) quando os artigos são elaborados com base em diálogos fictícios. Para classificar tudo o resto, só uma palavra: Soberbo.
Além de jornalista íntegra, nunca independente (o que é isso?), corajosa, incisiva, autêntica, Leonor Pinhão escreve como muito poucos. Leio-a compulsivamente. N´ "A Bola", claro, a "Bíblia", mas também na Revista "Única", no "Expresso", onde faz parelha com Miguel Esteves Cardoso, que bela dupla.
Leio-a, às vezes de um fôlego, outras como quem degusta um vinho de qualidade, um "vintage", raro, como quem sorve um "cimbalino" bem tirado, como quem aspira um "puro", um Cohiba. "A Bola" de 5ª Feira vale pela sua crónica. Espero por ela todas as 5ªs com a mesma ansiedade com que, na minha adolescência, esperava o jornal, então trissemanário, pela camioneta que o trazia do Porto até ao quiosque da minha terra, Santo Tirso. Era então o jornal de Carlos Pinhão, de Aurélio Márcio, de Vítor Santos, de Vítor Serpa, de Carlos Miranda, de Alfredo Farinha, de Cruz dos Santos, de Santos Neves, de Homero Serpa - a "Bíblia". Contado, ninguém acredita, minha amiga Leonor...

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

TRIO DE ATAQUE


António-Pedro Vasconcelos, Sérgio Godinho e Rui Moreira fazem o trio de ataque mais completo e mais profissional da Superliga portuguesa. O primeiro é o Miccoli dos comentadores, consistente mas irreverente, tolerante mas incisivo. O segundo assemelha-se ao João Moutinho, na maneira como trata a palavra, pausadamente, como quem pauta o jogo, reflexivamente, como quem canta “hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”. O terceiro é um aristocrata, nos modos, mas um autêntico dragão na garra com que defende as suas cores.
Assim dá gosto “ouvir” o futebol, sem truques baixos, sem nada na manga, sem subterfúgios, sem piadas laterais, sem segundas leituras, sem ameaças veladas, sem pedras no sapato, sem “vocês sabem do que é que eu estou a falar”.
Um programa assim, que passa na RTPN, é um bálsamo para quem gosta do jogo pelo jogo. Para quem ama o futebol na sua essência, embora seja fanaticamente pelo Sport Lisboa e Benfica.
Não concordo com tudo o que diz o grande realizador português, que é o António-Pedro Vasconcelos. Discordo quase sempre do Sérgio Godinho, esse ícone da canção portuguesa (aquela que vale a pena ouvir) e do Rui Moreira, um “gentleman”, cujos textos de opinião me habituei a ler com atenção. Mas o que é adquirido é a sensação de ter aprendido, aprendido muito, quando o programa termina.
E a cereja em cima deste bolo chama-se Carlos Daniel, um jornalista como já há poucos, um profissional íntegro, independente, conhecedor, estudioso, atento. Porque é que em Portugal continuamos a tratar mal os nossos melhores? A resposta está no estado de País a que isto chegou…

terça-feira, 7 de novembro de 2006

À MEMÓRIA DE UM GÉNIO


Lucchino Visconti nasceu há 100 anos. O realizador de alguns filmes "malditos", como "Obsessão", "Morte em Veneza", "La Strada" ou esse imortal "O Leopardo" ("é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique igual" - na frase inesquecível de Lampedusa) foi um génio sempre a caminhar no lado mais negro da vida. Nascido no seio de uma família aristocrata de Milão, Visconti viria a tornar-se marxista, depois de se ter radicado em Paris, onde colaborou com esse outro génio da Sétima Arte, Jean Renoir.
Aqui fica a homenagem singela, humilde, despreconceituosa, a Lucchino Visconti, de alguém que moldou muito da sua mentalidade de adolescente com a visualização dos filmes do realizador milanês. Vale a pena revisitá-lo e revistar os seus filmes. Sempre!
Obrigado Lucchino Visconti!

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Carta Aberta a Francisco José Viegas

Caro Francisco José Viegas:


Tenho simpatia por si, uma ponta de admiração até. Gosto daquele seu jeito de ttransformar uma conversa sobre um qualquer assunto, maxime livros, num ambiente intimista, de tertúlia, informal, uma coisa de amigos, sem pressa e sem tiques. Gosto de o ver a conduzir o programa "Livro Aberto", na RTPN, como no passado no "Escrita em Dia", na SIC. Leio com prazer tudo o que escreve sobre viagens. Os livros, as viagens - paixões que o tornam, sem dúvida, numa boa companhia. Já não me entrego tão facilmente e com tanto entusiasmo às suas crónicas sobre gastronomia, servem-me apenas para referenciar um ou outro restaurante, mas não deixo de o ter como um credível "garfo". Li, com agrado, alguns dos seus livros, como "Lourenço Marques". Fica, para o fim, o futebol. E é disso que se trata. Bastava, aliás, essa sua áurea de intelectual que gosta do futebol para eu nutrir uma simpatia por si, uma ponta de admiração até. No entanto, você borrou a pintura. Em crónica que publicou no dia 4 de Novembro, sábado, na sua rubrica "Topo Norte", no "JN", intitulada "Obrigado Inácio", dizia: "E olhem para Inácio, a dizer que quer ir ganhar à Luz. Dá gosto ver um treinador falar assim, de alto. Na verdade, estou farto daquele discurso de beato, quando os treinadores fala do "respeito pelo adversário", da "concentração" e do "espírito de grupo", do "trabalho colectivo" e da "força anímica e psicológica do plantel". Um bando de mariquinhas, é o que é. O futebol não se fez para ser jogado por senadores ou gente cheia de cerimónias. Obrigado Inácio. Mesmo que percas, Inácio, foi um grande favor que nos fizestes".
Ora, meu caro Francisco José Viegas, não sei se viu o jogo de ontem Benfica - Beira-Mar. Deixo-lhe aqui algumas estatísticas, recolhidas num jornal mais do seu agrado futebolístico, "O Jogo". Vejamos: Benfica, 22 remates; Beira-Mar, 4 remates; Benfica - 70% de posse de bola; Beira-Mar - 30%; O Beira-Mar colocou um autocarro, como sói dizer-se, em frente à baliza, como eu já não me lembrava de ver uma equipa fazer, e mesmo assim sofreu 3 golos, que podiam ter sido 4, 5 ou 6, ou mais. Para já não falar em entradas à margem das lei de jogadores da Ria. Estou para perceber como é que o Beira-Mar acabou com 10.
Meu caro Francisco José Viegas, se o trecho que publicou no JN e que aqui reproduzi era para motivar o Beira-Mar, o tiro saiu completamente pela culatra. Se era apenas para saudar o Inácio, vamos ver agora como trata os treinadores que, de facto, forem jogar de peito aberto às Antas .... desculpe, ao Dragão.
Um abraço de um (apesar de tudo) admirador.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

A MEMÓRIA NÃO SE APAGA (2)


O que têm em comum Eusébio, Kubala, Di Stéfano, Mazzola, Fachetti, Tommy Gemmell ou Billy McNeill (capitão do Celtic naquela tarde inesquecível para os escoseses, em pleno Estádio Nacional, como se vê na foto, com a Taça dos Campeões Europeus nas mãos e acompanhado pelo então Presidente da República, Américo Tomás), entre muitos e muitos outros? Eles fazem parte da História dos seus clubes. São referências míticas, ídolos de ontem e de hoje. Foram eles, e muitos como eles, que fizeram do Benfica, do Real Madrid, do Barcelona, do Milão, do Inter, do Celtic, nomes incontornáveis do futebol europeu e mundial.
Quando se fala nalgum destes clubes, logo vem à memória os nomes mencionados, e muitos, muitos outros. Não há instituições com futuro, sem um grande passado. É esse passado que nos orgulha, que nos aponta o caminho para seguir em frente, no rumo da glória.
A memória não se apaga. Isto serve para quem, com uma ponta de inveja, diz que o Benfica vive das glórias dos anos 60, de Eusébio, da equipa-maravilha. Claro que vive, dos anos 60, sempre recordados, nunca esquecidos, sempre glorificados; mas também dos anos 40 e 50, de Francisco Ferreira e de Julinho, da Taça Latina (uma espécie de Taça dos Clubes Campeões Europeus daquela época), da Ramon Carranza, dos anos 70, de Néné e Toni, de Chalana e Artur Jorge, de Humberto e Veloso, de Shéu, e Vítor Batista, e dos anos 80, de Carlos Manuel e Chalana, de Bento e Stromberg, de Schwartz e Rui Costa, de Vítor Paneira e Rui Águas, das finais europeias, dos anos 90, de Isaías e João Pinto, de Valdo e Mozer, de Cannigia e Paulo Sousa, e ainda, agora, de Nuno Gomes e Miccoli, de Luisão e Petit, de Simão e Mantorras.
Isto é História. Pudessem outros dizer o mesmo. Vem isto a propósito da visita que os “Leões de Lisboa”, na véspera do jogo com Benfica, a equipa do Celtic que venceu a Taça dos Campeões Europeus de 1967, fez ao Estádio Nacional, o palco onde há quase 40 anos derrotaram na final o Inter de Milão. A memória não se apaga, pois não Campeões!

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

NÓS ACREDITAMOS I



O Benfica das grandes noites europeias reapareceu hoje à noite na Luz contra o Celtic. O resultado de 3-0 já não se usa na Liga dos Campeões, mas parece um “score” pertença em exclusivo desta duas formações míticas.
Com efeito, em 1967, ano em que o Celtic foi pela única vez Campeão Europeu, o “team” escocês apanhou pela frente o Grande Benfica dos anos 60. Em Glasgow, 3-0 a favor do Celtic, como agora, na Luz, 3-0 a favor do Benfica, como hoje. Depois, enquanto a multidão na Velha Catedral exultava, o árbitro “regulamentou” a passagem do Celtic aos quartos-de-final, através da inédita situação de moeda ao ar. A história dessa Taça dos Clubes Campeões Europeus acabou no nosso Estádio Nacional, em Lisboa, onde o Celtic ergeu o troféu depois de derrotar o Inter de Milão.
Hoje, não houve Eusébio, nem Coluna, nem Simões, nem Jaime Graça, nem José Augusto, nem Torres. Hoje, houve Simão e Nuno Gomes, Karyaka e Nuno Assis, Nelson e Petit.
Até a Velha Catedral, com os seus 120 mil lugares foi substituída pela Nova Catedral, com apenas 65 mil. Sinal dos tempos… O jogo em si foi empolgante, embora o Celtic tenha demonstrado que a equipa tem mais coração do que talento; tem dois jogadores acima do normal, Nakamura e Evander Sno, um holandês que já foi chamado aos trabalhos da selecção “laranja”. De resto, uns rapazes simpáticos… Ah, e tem uns adeptos fenomenais!!!
O Benfica jogou em 4-4-2, o sistema táctico preferido de Fernando Santos. O escolhido para fazer o vértice mais adiantado do losango foi Simão, a fazer de Rui Costa, mas com o evoluir do jogo por lá foram aparecendo Nuno Assis e Karyaka.
Fernando Santos tem muito por onde escolher, mas tem de se decidir. Julgo que Simão é mais útil nas alas do que no apoio ao ponta de lança. E do lado direito, acho que se deve dar uma oportunidade a Mantorras, que pode vir a tornar um “ala” portentoso.
Faltam duas “finais”: com o Copenhaga, que venceu o Manchester (afinal os dinamarqueses não são assim tão maus), e em Old Trafford, com o UM. NÓS ACREDITAMOS, BENFICA!!!

NÓS ACREDITAMOS

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